Esse é o Rico Matinal de hoje, relatório diário escrito pelos analistas da Rico Thiago Salomão, Matheus Soares e Lucas Collazo e disponível a todos os nossos clientes. |
( Thiago Salomão, Matheus Soares e Lucas Collazo)
Ibovespa deve abrir em queda nesta terça-feira (18), após a Apple ter anunciado na noite de ontem que não irá atingir o lucro esperado para o ano e alertar que as fábricas chinesas estão retomando produção de celulares mais lentamente que o previsto. O anúncio surpresa veio em um dia que praticamente todas as bolsas globais (incluindo o Ibovespa, que fechou em alta de 0,8% aos 115.309 pontos) reagiram positivamente à expectativa de estabilização do Coronavírus e de medidas da China e outros países para conter o efeito econômico do vírus.
Diante disso, os principais índices futuros dos EUA (Nasdaq, S&P500 e Dow Jones) caem entre 0,4% e 0,7% na volta do feriado, enquanto as bolsas europeias recuam 0,5%. O petróleo também recua abaixo dos US$ 52 após quatro dias seguidos de alta.
A notícia parece ter dado ‘susto’ em um mercado que parecia ignorar os efeitos negativos que o vírus poderia gerar na economia global (tanto as bolsas americanas quanto europeias bateram suas máximas históricas na semana passada). Embora o pessimismo esteja no ar, acreditamos que epidemias certamente afetam a economia no curto prazo, mas assim como em outros surtos, elas não mudarão a tendência de longo prazo do mercado.
No Brasil, três notícias no radar:
1) o Ministério da Economia avalia criar uma ‘via rápida’ para privatizações no que seria uma forma de acelerar o processo de venda de estatais e bens do governo federal,
2) liderados por Rodrigo Maia, partidos de centro lançaram ontem uma campanha publicitária em favor da reforma tributária e,
3) Banco Central deve propor uma mudança na legislação que permita que um mesmo imóvel seja dado em garantia em mais de um financiamento, medida que pode resultar na injeção de cerca de R$ 500 bilhões no mercado de crédito no longo prazo.
Lembrete: hoje teremos gravação do Stock Pickers especial com a presença de alguns clientes da Rico na plateia.
Insight Rico: Dessa vez Maradona és mejor que Pelé
(por Lucas Collazo & Thiago Salomão)
Nós (eu, Salomão e Math) gostamos muito de futebol, acredito que dá para perceber pelo número de vezes que fizemos paralelos com entre esse esporte e o mercado. Tamanha é nossa paixão que um dia desses estávamos discutindo sobre a peculiar fórmula do futebol argentino para um time ser rebaixado: lá, um time é rebaixado pelo resultado médio dos últimos 3 anos, diferentemente do Brasil, onde os 4 piores do campeonato são rebaixados pelo resultado do último ano.
Odeio ter que dar o braço a torcer para os nossos “hermanos”, mas se o mercado de fundos de investimentos fosse um campeonato de futebol, o regulamento argentino seria muito melhor do que o brasileiro.
Por que isso? No Brasil, não importa se o seu time foi campeão ano passado. Se neste ano ele terminar o campeonato entre os 4 últimos colocados, é Série B na certa. Trazendo isso para o mundo dos fundos: seria como analisar apenas o resultado dos últimos 12 meses do fundo para decidir se ele é um bom investimento ou não.
Na Argentina, a janela de 36 meses te impede de cair nos modismos do mercado de observar apenas as janelas de curto prazo, o que muitas vezes pode te fazer tomar decisões equivocadas. Não à toa, o Ranking de Fundos do InfoMoney utiliza uma metodologia muito mais complexa do que apenas os “12 meses” de rentabilidade.
Nesta metodologia, os vencedores da categoria melhores fundos de ações em 3 anos foram: 1° Real Investor, 2° Brasil Capital e 3° Equitas Selection. Aliás, nosso querido @Salomoney estará nesta quarta-feira, mediando o painel de premiação entre eles no Hotel Unique. Ainda dá para garantir seus ingressos clicando aqui.
Mas voltando para os “12 meses”: recentemente eu fiz um Fund Pickers criticando justamente a seleção de fundos por rentabilidade nos últimos 12 meses, clique aqui para ler.
Talvez mais importante que o prêmio em si foi a metodologia usada, que focou justamente nos 36 meses, porém destrinchando em pesos diferentes em cada semestre. Não vou entrar no detalhe (até porque a InfoMoney já fez isso muito bem, clique aqui), mas quero destacar essa tabela:
O que podemos concluir na hora de analisar um fundo:
1. Fundo pequeno é “café com leite”
Fundos com patrimônio reduzido têm mais facilidade para se movimentar, explorar momentos de curto prazo, investir em papéis que tem pouca liquidez (como ações de empresas muito pequenas, por exemplo). Isso distorce um pouco a percepção sobre os fundos, pois o que hoje supostamente é uma “vantagem”, com o ganho de tamanho pode se tornar uma “propaganda enganosa”, por isso são excluídos da relação dos candidatos do ranking.
2. Retorno é importante, mas o risco também!
Já falamos sobre isso aqui no Rico Matinal, a importância do Índice Sharpe: se você não leu, responda aqui que eu te mando.
3. Retorno Absoluto
Já diria o mestre Dadá Maravilha: “não existe gol feio, feio é não fazer gol”. No final das contas, investidor quer saber quanto que ele colocou no bolso. Resultado absoluto é importante, mas só se você levar em conta o tamanho do fundo e a “eficiência” do retorno dele em relação ao risco
4. Longo prazo é importante, mas o curto não se despreza
É muito importante analisar janelas mais longas, porém as janelas curtas são importantes para que você não caia em fundos que entregaram grandes retornos no passado, mas hoje não performam mais e mesmo assim possuem um retorno histórico bom. As janelas mais curtas te mostram melhor como está a realidade atual do fundo.
Eu compartilho no detalhe análises de fundos que faço e recomendo “meus fundos prediletos” na comunidade da Carteira Rico Premium, ainda não é um assinante? Clique aqui e assine.