(por Danniela Eiger, a analista de varejo mais criativa não só do mercado, mas também da XP Investimentos)
Caros(as) 13 leitores(as), antes de tudo, é um prazer escrever para vocês pela primeira vez (e espero que seja a primeira de muitas!).
Hoje vou compartilhar com vocês um dos maiores desafios de investir em ações: prever o futuro. Oi? Prever o futuro? Isso mesmo! Quando compramos uma ação, deve ser porque acreditamos que algo irá acontecer com essa empresa (ou com esse setor) que nem todo mundo percebeu ainda. Afinal, se todo mundo já soubesse, todo mundo já teria comprado, não é mesmo?
Mas quando falo em prever o futuro, não estou dizendo que você tem que ir até uma cartomante e perguntar qual ação deve comprar. O grande desafio está aí: você tem que buscar sinais e pistas, quase como um caça ao tesouro, para construir uma teoria que não seja baseada apenas no “achismo” ou na sorte. Afinal, você pode até acertar algumas vezes dessa forma, mas para conseguir isso de forma consistente, você deve ir além. Já dizia Oprah Winfrey: “sorte é estar preparado quando a oportunidade vem”.
“Poxa Danni, mas eu nunca vou conseguir prever o futuro” — é aí que você se engana. As pistas muitas vezes estão mais próximas do que imagina: no seu dia a dia, nas suas conversas, nas experiências dos seus amigos, nas suas mudanças de hábito.
Quer ver?
Quantas pessoas que você conhece começaram a cozinhar desde o início da pandemia? E quantas perceberam que não era tão difícil assim e inclusive começaram a gostar? Ou até mesmo perceberam que é mais barato comer (e principalmente beber) em casa?
E sobre home office, quantos de vocês estão trabalhando de casa ou conhecem alguém que está? E dessas pessoas, quantas esperam ter algum tipo de trabalho remoto mesmo depois da pandemia?
“Mas Danni, onde você quer chegar?”
Elementar, meu caro Watson. Será que não estamos vendo novas tendências do “novo normal” acontecendo debaixo do nosso nariz?
Pensando naquele exemplo dos chefs da quarentena: será que, mesmo depois da pandemia, algumas pessoas não vão passar a comer mais em casa do comiam antes? Seja porque estarão trabalhando alguns dias de casa, perceberam que é agradável (quando é feito por opção, claro!) ou até mesmo por ser mais barato? Ou seja, será que os supermercados não vão vender estruturalmente mais do que vendiam antes disso tudo acontecer? E, se é esse o caso, então é bom para o setor e, portanto, para as ações?
Claro que temos que tomar muito cuidado para não generalizarmos casos pontuais, coisa que as vezes fazemos mesmo que sem querer, ou buscarmos evidências para confirmar uma crença pessoal (também conhecido como “viés de confirmação” — mas isso fica para um outro dia).
Uma sugestão que eu dou para evitar esses deslizes é perguntar para várias pessoas com diversos perfis,ampliando a amostragem, e procurar dados mais “científicos” (pode recorrer ao querido Dr. Google).
Por exemplo: vocês sabiam que quase 60% dos brasileiros esperam cozinhar mais em 2021, de acordo com uma pesquisa da Boston Consulting Group? Ou que, de acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 23% das profissões vão adotar algum tipo de home office depois da pandemia e que, de acordo com a o Ibre/FGV, quase 60% das empresas que adotaram home office durante a pandemia vão continuar com o programa mesmo depois da vacinação?
“Todas as grandes mudanças são precedidas pelo caos”
A mudança também chegou por aqui e estamos retomando a cobertura dos supermercados brasileiros com uma recomendação fora do consenso. Acreditamos que o setor está melhor estruturalmente que antes da pandemia por diversas questões, entre elas o home office e os novos hábitos de consumo dentro de casa que discutimos no começo desse insight. Além disso, as ações das empresas não refletiram os resultados fortes que entregaram ao longo de 2020 e, na verdade, estão abaixo dos níveis do primeiro semestre de 2019.
Por isso, entendemos que o valor do setor está muito atrativo, negociando com descontos de 40% relação a empresas internacionais e abaixo de seus níveis históricos. Esperamos que os resultados de curto prazo permaneçam sólidos, e que o processo de digitalização do setor, que era praticamente analógico antes da pandemia, continue.
Nossa recomendação para Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) é de Compra e preço-alvo para o fim de 2021 de R$103/ação, Carrefour Brasil (CRFB3) Neutro e preço-alvo para o fim de 2021 de R$25/ação e Grupo Mateus (GMAT3) compra com preço-alvo para o fim de 2021 de R$11/ação.
Os seis principais temas do setor em 2021:
- Dinâmica positiva de resultados no curto prazo
- Inflação
- Novo normal significa novos hábitos
- Competição
- Digitalizando o que antes era um setor praticamente analógico
- ESG: o setor de supermercados está fazendo o suficiente para lidar com seus riscos ESG?
Principais riscos para o setor:
- Remoção do auxílio emergencial
- Competição acirrada
- Base comparável forte no segmento não alimentar
Pois é. Esse “novo normal” parece que vai ser de fato diferente, o que deve gerar oportunidades não só para nós mudarmos (para melhor!), mas também para investirmos melhor.
Como está seu apetite agora?
Se você quiser saber mais sobre as nossas recomendações, você pode ler o relatório sobre o setor de supermercados da XP com a análise completa que que fizemos:
Você também pode me acompanhar no Instagram no @danni.eiger.xp
Até a próxima! 😉
Elaborado por:
Betina Roxo, CNPI 1493
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