- 1. O impacto da vacinação nos mercados
- 2. Bolsa brasileira continua um bom investimento
- 3. Destaques da temporada de resultados do 1º trimestre de 2020
- 4. Bate-bola da economia: o que ficar de olho em maio
- 5. O Voldemort da economia continua solto (no mundo): a inflação
1. O impacto da vacinação nos mercados
Os avanços na vacinação e o otimismo com a reabertura das economias têm impulsionado mercados onde o retorno à normalidade está cada vez mais próximo.
Dessa forma, países como os EUA, Reino Unido e Chile, que lideram a corrida da vacinação, têm apresentado melhores retornos do que os países mais atrasados nas campanhas de imunização, caso do Brasil, Índia e Japão.
Um bom gráfico diz mais do que mil palavras. Veja abaixo a relação entre o ritmo da vacinação nas principais regiões do mundo, a porcentagem da população vacinada (representada pelo tamanho das bolhas) e a performance de cada mercado até agora no ano.
Fonte: Bloomberg, Our World in Data, Rico
A vacinação não tem sido o único fator direcionando os mercados. No Brasil, além de preocupações com a pandemia, tivemos também ruídos políticos e incertezas fiscais pesando nos preços das ações. Por isso, a bolsa brasileira tem um dos piores desempenhos nesse ano entre os mercados principais.
Mas e a visão para frente?
2. Bolsa brasileira continua um bom investimento
No auge da pandemia no ano passado, as projeções de lucros do Ibovespa para os 12 meses seguintes, indicados pela linha amarela no gráfico, chegaram a cair -44% em relação ao início do ano. Porém, o movimento se reverteu em alguns meses, e já no meio de 2020, as estimativas de lucros voltaram a subir. Enquanto isso, projeções de prazos mais longos, para os anos de 2021 e 2022, representados pelas linhas laranja e preta, respectivamente, andaram de lado por mais tempo.
Fonte: Bloomberg, Rico
O mercado antecipa o que pode acontecer adiantes e as revisões para cima continuam. As projeções de lucros para as empresas brasileiras melhoraram a partir do final de 2020, impulsionadas pelo desenvolvimento da vacina contra a Covid-19. E desde o início de 2021, as revisões positivas têm acelerado à medida que os mercados têm se tornando mais otimistas com a retomada da atividade econômica.
Olhando o famoso Preço/Lucro: A Bolsa brasileira está negociando hoje em um Preço/Lucro de 10x, ou 25% de desconto em relação à média histórica dos últimos 10 anos de 12,5x. Só que nos últimos 10 anos o Brasil teve taxas de juros muito maiores que a atual, o que deveria fazer com que a Bolsa negociasse a um múltiplo de Preço/Lucro maior que a média histórica, e não abaixo. Além disso, o Brasil é um dos poucos mercados que negociam com um desconto em relação ao histórico.
#ValeLembrar Bolsa não é PIB. O setor de serviços representa 62% do PIB brasileiro. Na bolsa, os setores que estão liderando essa forte alta de expectativa de lucros são os de empresas exportadoras e relacionadas ao preço das commodities. Não só os lucros em 2020 estão vindo de patamares bastante deprimidos, mas a forte alta dos preços das commodities, aliadas à recuperação econômica global (melhores volumes) e um câmbio depreciado traz um cenário extremamente favorável a essas companhias em 2021.
3. Destaques da temporada de resultados do 1º trimestre de 2020
A temporada de resultados das empresas do 1º trimestre de 2021 começou dia 23 de abril e vai até a primeira quinzena de maio. Portanto, já é O assunto dos mercados aqui no Brasil. Nos EUA, a temporada já está no fim, com a grande parte das empresas tendo surpreendido positivamente as expectativas.
#Descomplicaí A temporada de resultados é a época na qual as empresas negociadas na Bolsa de Valores reportam o desempenho referente ao período trimestral (a.k.a. como foram as vendas, custos, investimentos etc.), através da divulgação de Demonstrações Financeiras, seguida de uma teleconferência de resultados. Veja o calendário aqui.
O mercado, segundo dados da Bloomberg, espera que o Lucro Operacional (EBITDA) das empresas do Ibovespa nesse 1º trimestre se mantenha nos mesmos níveis que trimestre anterior. Porém, em relação ao mesmo período de 2020, o indicador deve ver um forte crescimento já que muitas empresas já tinham sido impactadas pela pandemia. Por esse mesmo motivo, a receita divulgada pelas empresas deve vir forte na comparação anual, enquanto o crescimento trimestral deve vir moderado em +2,3%.
Fonte: Bloomberg, Rico
Dentre os setores, destaque para:
- Commodities, com as empresas beneficiadas pela forte demanda da China e dos EUA, que lideram na recuperação econômica global, e impulsionam à alta dos preços de materiais como o minério de ferro (+25% trimestre contra trimestre a.k.a. T/T), a celulose de fibra curta (+33% T/T) e o petróleo (o preço médio do Brent subiu +20% T/T). Além disso, os resultados dessas empresas devem também ser impulsionados pela desvalorização do Real frente ao Dólar de -7,7% durante o trimestre;
- Tecnologia, principalmente no segmento de e-commerce, impulsionado por restrições mais severas de distanciamento social, a aceleração de vendas online e o crescimento orgânico. No setor de Varejo, o forte desempenho online esperado deve ser favorecido por estratégias comerciais relacionadas a políticas de frete grátis e comissões mais baixas;
- Supermercados, que devem apresentar resultados sólidos, embora com uma desaceleração do crescimento em relação ao trimestre anterior. Porém, o consumo em casa continua sendo uma realidade;
- Bancos, com lucros voltando aos níveis de 2018-2019. Os resultados devem ser impulsionados por menores provisões, volumes maiores com a gradual retomada da economia, e redução de custos.
4. Bate-bola da economia: o que ficar de olho em maio
Internacional: (i) detalhes do pacote de infraestrutura – parte um e dois – nos EUA, incluindo potencial aumento de impostos; (ii) comportamento da inflação nos EUA e outros desenvolvidos, e posicionamento dos Bancos Centrais sobre redução de estímulos (só esperado para o segundo semestre, ou além); (iii) vacinação e contágio da Covid, especialmente na Índia e leste asiático
Brasil: Ganhamos um fôlego contra o risco fiscal com aprovação do orçamento, sem flancos jurídicos ou políticos (ao menos de curto prazo) – foco agora será nas pressões para outros estímulos fora do teto e da meta fiscal, além de saúde, e o que entrará no espaço para saúde. Com esse alívio de curto prazo no fiscal, nos voltamos aos dados de atividade com forte queda em grande parte dos setores em março, mas por outro lado avanço da vacinação
5. O Voldemort da economia continua solto (no mundo): a inflação
Nos últimos 12 meses, o rali das principais commodities do mundo chama atenção e levanta (mais) temores de inflação à frente. Para se ter uma ideia, petróleo, soja, cobre e minério de ferro acumulam valorização de 400%, 88%, 91% e 85% no período.
E o cenário de valorização das matérias primas já se reflete na comunicação das empresas. A menção do termo “inflação” durante teleconferências de resultados das companhias nos EUA cresceu mais de 300% ano contra ano. Na última semana, gigantes do consumo como Coca Cola e P&G inclusive confirmaram que farão aumento de preços para compensar o aumento da inflação.
No Brasil, a inflação corrente segue pressionada, em linha com nossa projeção de 4,9% este ano. Para 2022 projetamos que a inflação desacelere para a meta de 3,5%.
Ok, mas a pergunta que não quer calar. Com a alta da inflação, muitos nos questionam se a Bolsa é um bom investimento. Na verdade, assim como commodities, ações são ativos reais, ou seja, eles protegem a carteira da deterioração do poder de compra ao longo do tempo. Por isso, são sim interessantes nesse cenário.
Elaborado por:
Betina Roxo, CNPI 1493
Paula Zogbi, CNPI 2545
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