O Banco Central do Brasil divulgou nessa semana os números de captação líquida da poupança de maio de 2023.
No mês, o volume de resgates foi bem maior do que de depósitos: saíram da poupança R$ 11,7 bilhões, o maior volume de saques em maio desde o início da série histórica, em janeiro de 1995.
Em maio de 2022, as aplicações superaram os resgates e totalizaram R$3,5 bilhões de saldo. Hoje, o cenário é diferente: o número de R$ 11,7 bilhões resgatados em maio foi 87,8% maior que os resgates realizados em abril (R$ 6,3 bilhões).
Acumulando os 5 primeiros meses do ano, o volume resgatado em 2023 (R$ 69,2 bilhões) também superou o volume no mesmo período do ano anterior (R$ 59,7 bilhões).
Desde maio do ano passado, apenas dois meses apresentaram captações líquidas, ou seja, aplicações maior que resgates. Outro destaque do último ano é o mês de janeiro de 2023, que apresentou resgates líquidos de R$ 33,6 bilhões.
Como resultado, o volume atual de dinheiro na poupança é de R$ 961,5 bilhões — número que vem caindo após atingir mais de R$ 1 trilhão em 2020 e 2021.
Acreditamos que este comportamento esteja relacionado ao alto endividamento familiar no país e à contração na renda das famílias. De acordo com o Serasa Experian, quase 70 milhões de brasileiros começaram o ano inadimplentes (ou seja, com dívidas em atraso). Adicionalmente, é possível que outra parcela, ainda que menor, esteja sendo destinada a outros tipos de investimentos mais rentáveis.
Considerando a taxa Selic em 13,75%, a aplicação em caderneta de poupança se torna cada vez menos atraente em relação a outros investimentos.
Veja mais sobre comparações do investimento em Poupança em relação a outras aplicações também conservadoras, como o Tesouro Selic e emissões bancárias.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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