02/04/2020 13:26:33 • Atualizado em 23/10/2025 18:34:22
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Copom: Comitê de Política Monetária – Guia Completo

As decisões do Copom têm grande peso e servem de referência para o mercado como um todo, o que inclui bancos e demais instituições financeiras. Confira!


Time Rico
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A fachada do Banco Central do Brasil. em referência às decisões do COPOM

Fundado em 1996, o Copom é um órgão do Banco Central do Brasil responsável por definir as diretrizes da política monetária do país e estabelecer a meta da taxa básica de juros (Selic).  

Desde então, ele exerce papel importantíssimo para o país, funcionando como um grupo de trabalho com dedicação integral aos objetivos legais do Banco Central (estabilidade de preços e, adicionalmente, estabilidade do sistema financeiro), no âmbito do regime de metas para a inflação. 

O nome (na verdade, uma sigla) revela a real natureza do Copom: um comitê nacional focado em questões da política monetária.

Suas decisões têm grande peso e servem de referência para o mercado como um todo, o que inclui bancos e demais instituições financeiras, assim como determinados investimentos.

Isso porque o Copom é responsável por decidir questões que afetam diretamente os preços ao consumidor e até o rendimento de aplicações, por meio da definição da meta para a taxa Selic.  

O grupo trabalha com um sistema próprio, reunindo-se periodicamente para discutir os rumos futuros da economia nacional.

Se você se interessa pelo assunto, continue lendo para saber tudo sobre o Copom neste guia completo que nós preparamos.

No nosso blog, você encontra conteúdo relevante para compreender as oscilações da economia e entender como cada movimentação pode afetar os seus investimentos.

Boa leitura!

O que é o Copom? O que Significa a Palavra?

Como destacamos logo de cara, a palavra Copom é, na verdade, uma sigla: Comitê de Política Monetária.

Isso significa que sua organização se dá de forma coletiva, com um grupo selecionado de membros preparados com bagagem e autoridade para decidir sobre os rumos da economia.

O Copom está alocado dentro do Banco Central do Brasil (BC) desde sua fundação, que ocorreu em 1996, por meio da Circular n° 2.698 (posteriormente atualizada pela Circular n° 2.780, de 1997).

O nome Copom é uma alusão à sua função principal de definir a política monetária no país.

Na prática, indica ações de regulação da liquidez e das condições monetárias via instrumentos de política, com destaque para a meta da Selic.

O Copom atua para evitar desequilíbrios — como excesso ou escassez de liquidez — que pressionem a inflação ou os juros.

Os membros do comitê devem agir e tomar suas decisões tendo em mente os objetivos da Lei Complementar 179/2021 e a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Essa diretriz busca garantir que a economia se desenvolva com uma política mais expansiva ou contracionista, dependendo da situação.

No fim das contas, a intenção é manter sob controle o rumo que o país deve tomar em médio e longo prazo.

Como Funciona o Copom?

No Brasil, o Comitê de Política Monetária tem um papel constante na análise de relatórios que abordam as condições financeiras do país.

Dentre os principais membros do Copom, encontram-se: o Presidente do Banco Central – que também preside o comitê – e os oito diretores que compõem a Diretoria Colegiada (todos votantes).  

Esses indivíduos se reúnem com uma periodicidade de 45 dias a fim de analisar os pontos e discutir os melhores caminhos para a política monetária do país.

Ao todo, são oito encontros realizados todos os anos com a presença de profissionais do alto escalão do Banco Central.

Além dos membros do comitê, participam da primeira sessão das reuniões técnicos e chefes de departamentos do Banco Central (sem direito a voto), conforme prática institucional.  

A ata com os encaminhamentos é divulgada sempre na terça-feira seguinte às reuniões, às 8h, mantendo a tradição de transparência.  

Para Que Serve o Copom? Objetivos do Copom

Até aqui, falamos bastante sobre aspectos conceituais e relacionados ao funcionamento do Comitê de Política Monetária.

Neste momento, vamos abordar mais especificamente os objetivos por trás dessas ações desempenhadas pelo Copom no cotidiano de seu trabalho.

O primeiro e talvez mais óbvio objetivo do comitê é definir e implementar a política monetária adotada pelo país, em linha com a meta de inflação estabelecida pelo CMN.

Em sua ata, divulgada sempre na semana subsequente aos encontros, estão detalhados os elementos e as decisões que podem impactar movimentos do mercado no período seguinte.

É esse o momento em que o Banco Central indica quais fatores merecem maior atenção dali em diante e qual a justificativa para a escolha.

Um dos mecanismos que o Copom utiliza para manter o controle monetário no país é a definição da meta para a Taxa Selic – que funciona como base para os juros praticados pelas instituições financeiras.  

Por exemplo, ao elevar a taxa de juros, o BC cria um obstáculo para a obtenção de crédito, o que, por sua vez, diminui a quantidade de dinheiro em circulação no mercado interno.

Outro insumo central para as decisões do comitê são os indicadores de inflação.

Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é sempre levado em consideração pelo Copom na hora de definir se aumenta, diminui ou mantém a Selic.

Quem é o Presidente do Copom?

Dentro do Comitê de Política Monetária, a presidência é ocupada pelo Presidente do Banco Central do Brasil.

O cargo, por sua vez, é indicado pelo Presidente da República e nomeado após aprovação do Senado, de acordo com a Lei Complementar 179/2021. Em 2024, a aprovação de Gabriel Galípolo ocorreu em votação secreta no Plenário do Senado, após sabatina.  

O atual presidente do BC, Gabriel Muricca Galípolo, assumiu a cadeira em 1º de janeiro de 2025. A primeira reunião do Copom comandada por ele foi realizada em 28 e 29 de janeiro de 2025.  

Economista formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com mestrado em Economia Política pela mesma instituição, Galípolo tem experiência tanto no setor público quanto no setor privado. Antes de assumir a presidência do Banco Central, ocupou o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda e foi presidente do Banco Fator por cinco anos.

Gabriel Galípolo é reconhecido por sua habilidade em dialogar com diferentes setores da economia. Sua indicação foi interpretada como um movimento alinhado às críticas do governo Lula à condução da política monetária sob a gestão anterior, sugerindo uma possível mudança nas decisões futuras relacionadas às taxas de juros e ao estímulo ao crescimento econômico.

Seu perfil técnico e político demonstra capacidade de transitar entre as demandas governamentais e o mercado financeiro, sendo apontado como alguém hábil no diálogo com diferentes atores econômicos. Sua atuação no Ministério da Fazenda reforçou seu papel de destaque entre os integrantes da equipe econômica.

O que é analisado nas 8 Reuniões Anuais do Copom?

Como destacamos antes, os membros do Comitê mantêm reuniões periódicas a cada 45 dias, em média, onde o futuro da economia é discutido com base nos dados coletados durante o último período.

Nessas ocasiões, a conjuntura doméstica do país é analisada sempre considerando a inflação acumulada para entender se houve e qual foi a desvalorização sofrida pelo real brasileiro.

Para ter um cenário completo para a tomada de decisão, é preciso analisar a atividade econômica do país e avaliar onde estão os principais parceiros comerciais do Brasil, assim como as oportunidades que estão sendo exploradas pelo mercado.

A dinâmica da economia global também deve ser levada em consideração, sempre olhando para as reservas internacionais – a quantidade de moeda estrangeira de que dispõem as autoridades monetárias – para tomar as decisões.

O mercado de câmbio também é colocado em foco, avaliando quais são os valores e taxas praticados nas operações de compra e venda que envolvem as principais moedas da economia global.

De modo geral, os números do mercado monetário e de crédito são avaliados nos encontros do Copom, bem como as operações de mercado aberto com títulos públicos federais e as expectativas de inflação.

Aqui, estamos falando de variáveis e instrumentos de curto prazo — não de “títulos do Tesouro Direto” como categoria de financiamento (o Tesouro Direto é um canal de distribuição ao investidor pessoa física).

Como a Copom influencia em Seus Investimentos?

As ações do Comitê de Política Econômica têm grande influência e impactam diretamente na rentabilidade dos seus investimentos.

No caso das aplicações de renda fixa, muitas utilizam a taxa de juros para definir sua rentabilidade.

É o caso do Tesouro Selic, que é pós-fixado à taxa Selic e tende a acompanhar os ajustes definidos pelo Copom (variações de preço podem ocorrer no curto prazo).

Outros investimentos são remunerados pelo CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que tipicamente acompanha de perto a Selic. Nesse sentido, podemos destacar algumas opções como o CDB e as Letras de Crédito Imobiliário ou do Agronegócio (LCI/LCA).

Para investidores que aplicam em fundos e ações da bolsa de valores, a situação não é diferente.

Ainda que o preço dos papéis não seja diretamente “indexado” à Selic, ao CDI ou ao IPCA, eles são influenciados pelas condições financeiras e pelas expectativas que antecedem e reagem às decisões do comitê.

Em outras palavras, o Copom mexe com todos os investimentos que estão inseridos no sistema financeiro, ainda que indiretamente.

Quando São Divulgadas as Decisões do Copom?

Desde a sua fundação, o Comitê de Política Monetária surgiu como uma forma de tranquilizar o mercado financeiro ao trazer maior transparência aos processos de controle da moeda.

É com isso em mente que o órgão mantém, até hoje, a prática de publicar a ata de suas reuniões na terça-feira seguinte, às 8h. Esse documento atua como um importante meio de comunicação entre o Banco Central e o mercado.

Inclusive, o principal instrumento que o Copom tem para controlar os preços é a taxa de juros.

Então, a cada 45 dias, a meta da Selic é revisitada como forma de passar credibilidade e reduzir as incertezas do mercado.  

Essa estratégia de comunicação, bastante baseada no cumprimento de metas, dá maior confiança sobre o trabalho do Comitê.

Quanto mais efetivas forem suas previsões e ações, maior será a sua credibilidade.

No site do Banco Central, é possível conferir um arquivo com todas as atas divulgadas pelo Copom desde 1998.

Calendário de reuniões do Copom 2025

Como agora você já sabe, o Banco Central do Brasil é a instituição responsável por autorizar e organizar o funcionamento do Comitê de Política Monetária.

Para tanto, um calendário é criado com todas as datas de encontro do grupo durante o ano.

Os dias de reunião são divulgados com antecedência, corroborando a seriedade do Copom como instrumento de controle monetário.

As datas de 2025 foram publicadas pelo BC em 24/06/2024 e são:

São elas:

  • 28 e 29 de janeiro
  • 18 e 19 de março
  • 6 e 7 de maio
  • 17 e 18 de junho
  • 29 e 30 de julho
  • 16 e 17 de setembro
  • 4 e 5 de novembro
  • 9 e 10 de dezembro

De acordo com as datas divulgadas pelo Banco Central, podemos também saber em quais dias o mercado terá acesso ao registro de cada reunião.

Por regra, as atas são divulgadas às 8h da terça-feira seguinte ao término da reunião.

Conclusão

Com quase três décadas de atividade, o Comitê de Política Monetária é um consolidado órgão de controle monetário alocado dentro do Banco Central.

Sua atuação tem um papel fundamental para a condução da política monetária brasileira, perseguindo a meta de inflação por meio de ajustes na meta da Taxa Selic.

Esses dois elementos (juros e inflação), por sua vez, afetam direta e indiretamente a rentabilidade dos investimentos, o desemprego e o consumo de forma geral.

Por conta do impacto de suas decisões, o Copom é um órgão vinculado ao BC, que aponta os membros com direito ao voto e os técnicos que participam do processo.

O grupo se reúne então de maneira periódica a cada 45 dias – são oito reuniões por ano – para analisar relatórios sobre a inflação e definir qual será a meta da Selic para o próximo período.

As decisões que surgem do encontro são divulgadas na semana seguinte, de forma pública e oficial no site da instituição.

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