- A inflação foi um dos principais destaques da economia e dos investimentos em 2021, no Brasil e no mundo.
- Mas você sente como se a inflação tivesse sido diferente entre todos os “setores” da sua vida, com uns parecendo ter batido mais no bolso do que outros?
- Não se preocupe. Você não está enlouquecendo!
- Te contamos tudo sobre a inflação da pandemia por aqui, o que esperar daqui pra frente e como proteger seus investimentos.
A inflação foi um dos principais destaques do cenário econômico de 2021, com índices de preço registrando recordes de alta não somente no Brasil, mas no mundo todo. Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor registrou o maior patamar nos últimos 40 anos nos doze meses até novembro (em quase 7%), enquanto a Zona do Euro viu seu índice de preços ao consumidor em 5% – patamar também há muito não visto.
Já por aqui, terminamos 2021 com inflação muito acima da meta de 3,75% do Banco Central – flertando com nosso passado de dois dígitos.
Os motivos por trás dessa alta envolveram desde o abre e fecha de fábricas e portos ao redor do mundo, que levaram à falta de materiais para produção de bens como carros, computadores e cadeiras (a famosa “crise global de suprimentos), a questões climáticas, como a falta de chuvas afetando o preço da energia elétrica, e aos próprios estímulos monetários massivos com juros baixíssimos no Brasil e no mundo – que “bombaram” a demanda rapidamente.
Em outras palavras, desequilíbrios causados pela pandemia da Covid-19, inclusive os frutos das políticas implementadas para combater os próprios efeitos da pandemia (no caso, estímulos fiscais e juros baixos), levaram o mundo a uma verdadeira onda inflacionária.
Qual inflação?
Mas que inflação foi essa? Você acredita que sentiu a mesma inflação em todos os “setores” da sua vida, ou uns parecem ter batido mais no bolso do que outros? Se sua resposta foi a segunda opção, saiba que você não está enlouquecendo!
O gráfico abaixo mostra a inflação acumulada desde o início do período pandêmico (em março de 2020), até dezembro de 2021 (dado mais atualizado disponível) – medida pelo IPCA, nosso principal índice de inflação ao consumidor do país.
Quanto custa o meu tomate?
Como podemos ver, o grupo de “alimentação” foi de longe o que mais subiu dentro do IPCA, com uma variação de 21,2% desde o início da pandemia (em março de 2020). E mesmo dentro dessa categoria, houve uma diferença substancial entre alguns dos alimentos que consumimos em nosso dia a dia.
A alta dos nossos “comes e bebes” é explicada principalmente pela disparada nos preços de commodities agrícolas no mundo (com o aumento da demanda por alimentos, e a volta acelerada de certas economias logo após a eclosão da pandemia, especialmente a China), e impulsionado por uma moeda desvalorizada.
Vale lembrar que commodities (matérias primas brutas, como alimentos e minerais) são negociadas internacionalmente, e produtores dificilmente optarão por vender “mais barato em reais” no mercado doméstico, quando o preço é determinado em dólares no mercado externo.
Finalmente, questões climáticas aqui no Brasil também afetaram muito a produção de alimentos, com o frio excessivo chegando a dizimar plantações de leguminosas em algumas regiões do país.
Com que transporte eu vou?
Já o grupo de transportes chegou a ter deflação nos primeiros meses da pandemia devido à baixa mobilidade. Ou seja, o preço de transportes no geral caiu, devido especialmente à queda na demanda (ninguém saindo de casa no mundo), que derrubou também os preços de combustíveis.
Porém, logo após essa queda inicial, o grupo presentou forte alta – ou seja, os preços passaram a subir rapidamente. A elevação foi levada principalmente pelo aumento expressivo nos preços de combustíveis no mundo.
Commodities energéticas subiam por expectativas de que a pandemia não levaria ao colapso da demanda por produção e comércio no mundo, e questões geopolíticas (como a produção dos países exportadores de petróleo, a OPEP) também passaram a pesar. Para se ter uma ideia, o barril de petróleo (medido em dólares) subiu 60% em 2021.
Além disso, nossa moeda desvalorizada também ajudou na alta dos preços, uma vez que ainda importamos a maioria do petróleo para consumo final no Brasil. Dólar caro, combustível mais caro ainda.
Finalmente, observamos também repasses de custos do período em que houve paralização, como em transporte por aplicativos.
Outros itens
Outra categoria bastante impactada pela inflação foi a de habitação, o que inclui bens como aqueles relacionados à construção e serviços como aluguel. Muitos desses itens começaram a subir mais fortemente após o início da reabertura, com a inflação já sendo repassada nos reajustes de aluguéis e custos de materiais de construção, além do próprio efeito direto da crise hídrica no custo da energia elétrica.
Finalmente, saúde e cuidados pessoais, apesar de fortemente demandados, apresentaram relativa estabilidade já que preços relacionados à medicamentos e custos médicos são regulados no Brasil, e foram segurados durante a pandemia.
O que esperar?
Esperamos que a inflação atinja 5,2% no final do ano que vem. Ainda acima da meta do Banco Central (de 3,5%), mas se afastando da marca dos dois dígitos.
O que levará a esse processo de desinflação – ou seja, elevação dos preços em um ritmo menor? A alta da nossa taxa básica de juros, e movimentos globais e exógenos, como a normalização das chuvas, a estabilização do preço das commodities no mundo e o fim do “abre e fecha” de portos, fábricas e outras barreiras para produção.
Quer saber mais sobre o último dado de inflação, e o que esperar nesse ano? Te contamos tudo aqui!
Como proteger seus investimentos da inflação?
Nesse cenário de inflação alta, proteger os investimentos torna-se mais essencial do que nunca. Títulos indexados à inflação, como Tesouro IPCA + 2026, debêntures de empresas sólidas com vencimento médio, e fundos de inflação (fundos de investimento que investem em ativos indexados à inflação) são ótimas alternativas. Falamos mais das melhores oportunidades de renda fixa por aqui.
Além disso, empresas ligadas ao setor de commodities (que possuem ativos reais, além de receitas dolarizadas) também podem ser boas oportunidades, de acordo com o seu perfil de investidor. Ainda, por aqui, fazemos uma seleção de empresas brasileiras e internacionais que se destacaram historicamente em momentos de inflação alta.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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