12/11/2019 20:15:24 • Atualizado em 18/06/2024 16:54:20
17 minuto(s) de leitura
Rico Riconnect: Conhecimento, descontração e aprendizado!
A primeira edição do Rico Connect ocorreu nos dias 8 e 9 de novembro no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Nos dias 8 e 9 de novembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo, aconteceu o Rico Connect, evento que reuniu os principais influenciadores do mercado financeiro com profissionais das principais empresas do mercado.
Personalidades do YouTube, Instagram e Facebook estiveram frente a frente com o público, composto majoritariamente por investidores de diferentes áreas, transmitindo conhecimento, trocando ideias e até mesmo curtindo um happy hour juntos.
Estava equivocado quem pensou que o evento seria direcionado apenas a investidores experts no assunto. Teve conteúdo para todos os gostos e para todos os níveis de conhecimento. Na sexta, foram quatro debates e um happy hour onde o público teve a oportunidade de interagir com os palestrantes. Já no sábado, o formato do evento foi de duas palestras simultâneas onde o público podia escolher qual iria acompanhar.
Debates
Bem-vindo ao mercado financeiro!
O tema do primeiro debate foi “Bem-vindo ao mercado financeiro!”, no qual os influencers Thiago Nigro, Bruno Perini, Marilia Fontes e Louise Barsi falaram sobre como dar os primeiros passos no mundo dos investimentos e contaram todos os detalhes que as pessoas devem estar atentas ao ingressar no mercado de Renda Fixa, Ações, Fundos Imobiliários, entre outros.
Dono de um dos maiores canais de finanças do YouTube e com mais de 2,6 milhões de seguidores no Instagram, Thiago Nigro foi o intermediador da conversa entre os três, mas nem por isso deixou de agregar com sua experiência: “ganância, medo e impaciência são as maiores inimigas do investidor. Toda vez que eu perdi dinheiro, eu estava agindo com alguma delas”.
Bruno Perini, também referência na internet quando o assunto é investimentos, contou porque começou a investir: “minha família nunca passou dificuldade, mas sempre faltou dinheiro. Eu quis seguir um caminho diferente.”
Um ponto levantado por Perini, e que os outros participantes do debate concordaram, foi com relação à disciplina que o investidor (sobretudo o iniciante) deve ter. Segundo Perini, “disciplina é uma das principais características para quem investe ou quer começar a investir. Quando eu não invisto 30% da minha renda em um mês, eu sinto que estou roubando o Bruno do futuro. Então, no mês seguinte eu invisto o que faltou dos 30% do mês anterior pra compensar”.
A analista de renda fixa da Nord Research, Marilia Fontes, transmitiu seus conhecimentos do que fazer nos momentos de crise: “As grandes riquezas são feitas em duas ou três tacadas, existem momentos que o mercado está em crise, nesse momento é hora de se resguardar.”
Mais adiante, já no fim do debate, Marilia retomou o assunto: “Vocês não têm que ter opinião sobre tudo sempre. Tem momentos que você tem que estar seguro, estudar e quando tiver uma boa oportunidade, vá com tudo. Mas é importante saber que não fazer nada também é uma estratégia”.
Nessa mesma linha, Louise Barsi, filha do grande investidor Luis Barsi, fez o público refletir: “Quando você achar que sabe tudo o que está fazendo, pare e vá estudar um pouco mais”. E, de fato, todo investidor, por mais experiente que seja, pode sempre aprender um pouco mais, conhecer novas estratégias, ter outra perspectiva sobre a situação do mercado e enxergar com outros olhos seus investimentos.
O que esperar de 2020?
Já na segunda roda, com o tema “O que esperar de 2020?”, Luciana Seabra, Adeodato Netto, Fernando Ulrich e Gustavo Pessoa fizeram uma análise da situação macroeconômica do Brasil e do mundo, dedicando grande parte do debate aos juros baixos do país, à baixa inflação e ao mercado de criptomoedas.
Ulrich é o mais novo membro do conselho administrativo (CONSAD) da Casa da Moeda do Brasil (CMB). Ele será o responsável pela área de criptomoedas e sua indicação certamente deu o tom de grande parte do debate.
O Brasil nunca viveu um cenário com juros estruturalmente tão baixos e baixa inflação, e os quatro participantes da mesa enxergam esse momento como uma grande oportunidade para investimentos na Bolsa de Valores e em Bitcoins, que, segundo Ulrich, é a criptomoeda mais atrativa do mercado. Ele defende que toda carteira deve ter uma porcentagem em criptomoedas, mas recomenda apenas 1% devido à sua alta volatilidade.
Adeodato Netto, estrategista chefe da Eleven, faz uma ponderação dizendo que “mesmo os investimentos garantidos pelo FGC, não é porque seu carro tem seguro que você joga ele no poste. É importante ter seletividade na hora de investir e, no cenário que vivemos hoje, logo haverá uma correção”.
Por fim, os participantes se mostraram muito otimistas com o cenário atual, embora tenham lembrado que é preciso ser criterioso sempre, ressaltaram que o momento é propício para investimentos na Bolsa e em criptomoedas e, a pedidos de Luciana Seabra, recomendaram seus livros preferidos:
Adeodato Netto – Rápido e Devagar e Misbehaving
Gustavo Pessoa – Market Wizards
Fernando Ulrich – Investment Biker, Adventure Capitalist e Lanterna na Popa
Gaincast – Bolsa de Valores sem mimimi
“Gaincast – Bolsa de Valores sem mimimi” foi o tema da terceira roda de debate que tivemos nessa primeira edição do Rico Connect. Um dos maiores traders do Brasil, Roberto Lombardi, e Fred Meinberg, um dos fundadores da Rico, estiveram com os analistas da Rico André Moraes e Roberto Indech em um bate-papo incrível.
Boa parte da conversa foi acerca das memórias que os participantes relembraram da época dos pregões. Histórias de pessoas que quebraram ou quase quebraram em questão de minutos, outras que ficaram milionários de uma hora pra outra. Havia, ainda, aqueles que “apostavam até se ia chover” como contou um dos participantes, entre outras curiosidades.
André Moraes disse que quando decidiu se dedicar ao trading, esbanjava o “glamour de poder trabalhar de qualquer lugar, de só precisar de internet”. No entanto, Moraes contou que após certo tempo viu o quão solitário aquilo era: “Quase entrei em depressão, mas foi nesse momento que eu tive a ideia de criar as salas online para operar e foi aí que começou a minha história com a Rico”.
Durante toda a conversa, ficou nítida a sensação nostálgica com que os participantes relembravam do pregão, mas todos também concordaram que a tecnologia trouxe inúmeras oportunidades para os novos investidores adquirirem conhecimentos por meio da internet, de vídeos do YouTube, de salas ao vivo como as de André Moraes ou com textos de blogs como o da Rico. “Hoje tem tanto conteúdo que o desafio é separar o que é bom do que é ruim”, disse Moraes.
Um momento que chamou atenção foi quando Fred disse: “faço um trade, deu errado. Faço outro trade, deu errado. Eu desligo o computador” Ele conta que a chance de recuperar o valor que perdeu sem a cabeça estar boa é muito baixa.
Lombardi deu uma dica pra quem está começando: “comece pequeno para entender o mercado primeiro, minimizando sua chance de quebrar”. Já André Moraes, foi um pouco mais direto: “é preciso saber administrar perdas, porque um dia você vai perder”.
Stock Pickers
O quarto e último debate foi a transmissão ao vivo de nada mais nada menos do que o maior podcast de ações do Brasil, o “Stock Pickers”. Thiago Salomão (analista da Rico), Fabio Holder (Canal do Holder), João Braga (Gestor da XP Asset) e Henrique Bredda (gestor da Alaska Asset) comentaram as principais “tretas” do mercado na internet.
As “tretas” eram mostradas num telão ao fundo do palco, e os participantes debatiam entre eles cada uma delas com muito bom humor. A primeira foi sobre o que rende mais no longo prazo, CDI ou Ibovespa; a segunda, sobre a importância do preço de uma ação para definir uma compra; a terceira, sobre a eficiência ou não do mercado; a quarta sobre volatilidade ser “risco ou vida”; e a quinta, vinda de uma pergunta da plateia e que talvez tenha sido a mais polêmica de todas, se “Lula Livre” tem algum impacto no mercado.
Com relação à volatilidade, Bredda disse: “Volatilidade significa risco? Sim. Mas para mim, não”. Braga pensa um pouco diferente: “se a gente fosse uma máquina, volatilidade seria vida, mas somos seres humanos, então para mim é os dois, risco e vida”.
No debate sobre a eficiência do mercado, Fábio Holder ficou sozinho, defendendo que sim, o mercado é eficiente por si só, enquanto que Braga e Bredda defendiam a ineficiência do mesmo.
Já com relação a “Lula Livre” influenciar nos investimentos, eles parecem concordar. Bredda disse que já tivemos governos péssimos num passado recente e mesmo assim as empresas não deixaram de expandir seus lucros e a bolsa não deixou de valorizar-se.
Braga foi mais sucinto, mas na mesma direção ao dizer que “barulhos como esse geram volatilidade, e é aí que surgem as oportunidades”.
De modo geral, o mercado vive de ciclos bons e ruins e notícias impactantes podem influenciar para um lado ou outro, mas esses ciclos vão sempre existir. É preciso entender o momento e tomar a melhor decisão, seja ele de alta ou de baixa.
Palestras Dinâmicas
Se no primeiro dia, especialistas e influenciadores dividiram o palco e debateram sobre diversos assuntos, no segundo dia o evento ocorreu de uma forma um pouco diferente. Duas palestras simultâneas aconteciam em um palco dividido, e o espectador podia escolher aquela que mais o interessasse.
Os primeiros a dividirem o palco foram Leo Siqueira e Zé Goes
O economista Leo Siqueira dedicou sua palestra a uma análise geral do cenário econômico do País. Para isso, mostrou que o PIB brasileiro está cada vez mais atrás de países desenvolvidos e até mesmo emergentes, trouxe os motivos pelos quais a produtividade de um único norte-americano equivale a de quatro brasileiros e fez um paralelo entre as situações macroeconômicas do Brasil ao final do governo Dilma e hoje, durante o governo Bolsonaro.
Já Zé Goes, analista da Rico, falando sobre opções, listou algumas vantagens de operar esse tipo de ativo: “depende-se de menos dinheiro, possibilita uma melhor administração de risco e alavancagem e permite retornos percentuais maiores”. Zé ainda diz que tem como meta acertar 50% de suas operações, e que se isso acontecer, seus retornos serão bem maiores que suas percas.
A segunda dupla foi formada por Thiago Salomão e Renato Breia
A Palestra de Salomão teve como tema as small caps, cuja carteira recomendada da Rico, feita por ele, tem apresentado resultados excelentes. Segundo Salomão, “as small caps tem um potencial muito claro, dado que uma empresa pequena pode dobrar de valor muito mais fácil do que uma empresa gigante”.
Como exemplo disso, faz um paralelo com o mundo do futebol: “a chance do passe do Gabriel Jesus dobrar de valor é muito maior do que o do Cristiano Ronaldo”.
Já Renato Breia, da Nord Research, defendeu que estamos vivendo uma “transição de Brasis” e que se o cenário está mudando, nós não podemos continuar com o mesmo modelo de alocação de dez anos atrás. Renato se mostrou otimista com o panorama atual, mas com certa ponderação: “eu vejo o cenário como um copo mais cheio do que vazio, mas não será um céu de brigadeiro”. E justamente por isso, termina dizendo para não brincarmos com nossa reserva de emergência.
A terceira divisão de palco ocorreu entre Tiago Reis e Pam Semezzato
Analista chefe da Suno Research, Tiago Reis fez uma análise das empresas Google e Facebook, falando muito bem de ambas, e alertou que as empresas americanas colocam os clientes no centro dos seus negócios, enquanto que as brasileiras tratam os clientes como um mal necessário.
Já a palestra de Pam, especialista da Rico em minicontratos, teve um viés mais técnico, justamente por este tema exigir uma abordagem assim. Pam disse que devemos usar a alavancagem com consciência, a nosso favor, e embasou suas explicações em análises gráficas feitas diretamente no telão do palco.
A quarta dupla a palestrar foi Roberto Indech e Carlos Daltozo
Indech, analista da Rico, falou sobre renda fixa e já logo no começo fez um alerta: “investir em renda fixa, sim, tem risco. Todo investimento tem risco”. Falou bastante sobre a mínima histórica que vemos hoje na taxa básica de juros e aconselhou o público a toda vez que forem realizar qualquer tipo de investimento, que considerem o ganho real, isto é, descontem taxas, impostos, inflação e qualquer outro fator que influencie no lucro.
Carlos Daltozo, diretor de renda variável da Eleven, dedicou sua palestra a explicar de que maneira deve ser feita a avaliação de uma empresa na hora de se investir: “um modelo de valuation deve ser simples e preciso. O analista não pode virar refém do modelo”.
A quinta foi Jacinto Neto e Guga Almeida
Jacinto Neto, especialista em Fundos Imobiliários da Funds Explorer, mostrou como o momento atual em que o mercado se encontra pode ser bastante propício para este tipo de investimento.
Já no apagar das luzes, o analista Guga Almeida falou sobre Economia Comportamental. Em sua palestra, Guga começou falando da ineficiência do mercado, uma vez que as decisões são tomadas por seres humanos com base não só na razão, mas nas emoções também. Ele ainda mostrou que “o ser humano gosta de simplificar o processo de escolha porque não gosta de racionalizar”, e termina defendendo que nós precisamos “despertar uma consciência financeira nas pessoas”.
O que ficou do Rico Connect
Certamente, a experiência que o púbico viveu nesses dois dias foi extremamente enriquecedora e prazerosa. Por onde se andava nos intervalos das palestras, nas conversas nas mesas de café ou no happy hour do primeiro dia, era nítida a satisfação de todos com um sorriso no rosto.
No total, foram quase 30 especialistas e influenciadores de diferentes áreas, com diferentes visões de mercado e opiniões diversas transmitindo seus conhecimentos de maneira descontraída e bem-humorada, como é a cara da Rico.
Nítida também era a satisfação de todos que estavam trabalhando no evento, desde os palestrantes até o pessoal da produção, sempre sorrindo e atentos aos mínimos detalhes para que essa experiência fosse de fato inesquecível.