28/07/2020 20:05:15 • Atualizado em 27/05/2024 14:03:17
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Follow on: como funciona a oferta subsequente de ações?

O follow on acontece quando a empresa que já tem capital aberto na Bolsa quer fazer outra rodada de venda de ações. Entenda como ele funciona.


Time Rico
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Zoom em uma plataforma de investimentos, em referência ao follow on

O mundo dos investimentos é cheio de termos que nem sempre todos conhecem. “Follow on” é um deles.

Esse termo é utilizado no mercado de ações. Quando uma empresa resolve vender ações pela primeira vez, ela realiza o IPO. Mas se, mais pra frente, ela resolve vender mais ações, realiza o follow on.

Ele pode ser uma boa alternativa para a empresa arrecadar mais capital, para expandir as operações ou abrir mais filiais, por exemplo. Além disso, pode ser uma oportunidade de os sócios venderem as participações, realizando o investimento feito.

O que é follow on?

O follow on é o processo em que uma empresa que já tem capital aberto na Bolsa, ou seja, que já realizou o IPO, emite mais ações para serem negociadas no mercado, chamada esta oferta de primária. Esse processo também pode ser chamado de oferta subsequente de ações.

Além disso, pode ser também quando um acionista relevante, que detém boa parte da empresa, oferta seus papéis no mercado, neste exemplo a oferta é secundária.

Ou seja, quando uma empresa que já realizou o IPO quer fazer uma nova rodada para vender ações na bolsa, ela realiza o follow on.

Não se deve confundir esse processo com a venda primária de ações: quando uma empresa abre seu capital na bolsa pela primeira vez. Esse processo chama-se IPO (do termo em inglês, Initial Public Offer). O follow on e o IPO são ferramentas diferentes para lançar papéis na Bolsa, mas é comum confundir os dois processos.

Por que uma empresa realiza o follow on?

A principal razão de uma empresa emitir papéis no mercado é para captar novos recursos. Por exemplo, se os sócios pretendem abrir uma nova área dentro da empresa, ou querem lançar um novo produto e precisam de mais capital para isso, podem optar pelo follow on.

E, além de reforçar o caixa, é também um estímulo ao crescimento. Realizar um follow on é uma oportunidade de expandir o negócio e ter mais liberdade de ter novas ideias para a companhia. Com recursos a mais, as oportunidades de tentar coisas novas são maiores.

Além disso, há também um aumento de liquidez dentro no mercado: terão mais ações circulando do que antes. Isso é positivo tanto para a empresa quanto para os acionistas, que provavelmente conseguirão negociar os papéis com mais facilidade.

Diferenças entre follow on e IPO

Como falamos, os dois processos têm o mesmo objetivo: lançar novas ações na Bolsa. Porém, eles têm diferenças entre si.

A primeira delas é o momento em que são realizados. O IPO é sempre a primeira venda de ações de uma empresa. É a estreia dela na Bolsa. Geralmente, costuma ser um grande momento para a organização, sendo comemorado e celebrado pelos sócios e funcionários. Ou seja: o IPO só acontece uma vez na vida da empresa.

Todas as outras vezes que a empresa resolver vender ações, que não for a primeira, será o follow on.

Uma outra diferença importante entre esses processos é o direito de aquisição, ou seja, quem pode comprar as ações lançadas pelo processo. O IPO é uma oferta pública. Todos os investidores da Bolsa podem comprar ações de uma empresa que fez seu IPO.

Porém, o follow on não necessariamente dá essa possibilidade a todos os investidores. Ele pode se estruturar de uma maneira que apenas um certo grupo de investidores possa comprar os papéis. Depende de como ele é estruturado.

Como acontece o follow on?

Assim como em um IPO, ele pode ocorrer com uma oferta primária ou com uma oferta secundária.

Oferta primária

Um follow on feito com uma oferta primária de ações é aquele onde a própria empresa é responsável por lançar as novas ações no mercado por um preço determinado pelo processo de bookbuilding. Nesse processo a empresa avalia o preço da oferta subsequente, de acordo com a demanda dos investidores.

Após colocar a oferta subsequente no mercado, a companhia oferece novas ações. Assim, ela amplia sua base de acionistas e, consequentemente, seu capital social.

Oferta secundária

Já a oferta secundária de ações acontece quando um acionista relevante coloca suas ações à venda para outros investidores. Porém, como são ações que já existem, não causa alterações no capital social da empresa.

Mesmo sendo uma venda no mercado secundário, esse tipo de venda com alto volume de ações costuma ser feito por meio de follow on, já que o volume costuma ser realmente relevante.

É importante entender que na oferta secundária o valor arrecadado com a venda das ações não vai para o caixa da empresa. Ele vai para os próprios acionistas que venderam suas ações e decidiram encerrar ou diminuir sua participação na empresa.

Formas de oferta

Como falamos, diferentemente do IPO, nem sempre as ações ficam disponíveis para todos os tipos de investidores no follow on. Existem dois tipos de formas de oferta: pública ou restrita.

Follow on com oferta pública

No caso de uma oferta pública de follow on, as ações ficam disponíveis para todos os investidores da Bolsa. Ou seja, é muito semelhante ao funcionamento do IPO: qualquer pessoa que investe na Bolsa, poderá comprar ações desse tipo de follow on.

Portanto, o follow on com oferta pública deve ser registrado e submetido ao trâmite junto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na B3. Isso faz parte de uma determinação da CVM para esse tipo de movimentação na Bolsa para garantir clareza, imparcialidade e segurança sobre a operação.

Follow on com oferta restrita

A empresa pode optar por restringir o follow on apenas para investidores qualificados. Ou seja, apenas os investidores que se encaixam nesse grupo poderão comprar as ações ofertadas nesse tipo de operação.

Nesse caso, o processo para a empresa é mais rápido e menos burocrático, dispensando, por exemplo, o registro na CVM. Além disso, a empresa não fica obrigada de apresentar prospectos e outras informações de forma pública.

Como saber se uma empresa está realizando um follow on?

Você pode participar do follow on de uma empresa e comprar ações dela encontrando essas informações no próprio site da companhia.

Além disso, pode acompanhar os comunicados oficiais da CVM. Mas é interessante ficar sempre de olho no Home Broker, na parte de ofertas públicas. É lá que você vai encontrar as ações de novos follow on.

Vale a pena investir em um follow on?

Como para todo tipo de investimento, a resposta é: depende. Para saber se vale a pena ou não investir em um determinado ativo, primeiro é preciso saber quais são os seus objetivos com ele. Além disso, é preciso saber qual o seu tipo de investidor, ou seja, qual sua relação com o risco.

Sabendo disso, você deve analisar se investir em follow on vale a pena para você. Tenha em mente que as empresas que realizam o processo podem ser completamente diferentes e, portanto, você deve analisa-las antes de escolher esse tipo de investimento.

Saiba também quais são os seus objetivos. E lembre-se: não invista todo seu capital em um tipo de ativo.

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