21/05/2020 22:44:59 • Atualizado em 13/05/2024 09:26:39
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Por que sua carteira de investimentos deve falar inglês?
É importante incluir fundos internacionais na sua carteira de investimentos para diversificar e não depender apenas da economia nacional.
O dólar está em trajetória de alta frente ao real há algum tempo, e mais próximo dos R$ 6 do que nunca. As projeções indicam a possibilidade de subir ainda mais. Nesse cenário, a pergunta que fica é: vale a pena comprar dólares agora?
Importante lembrar que o dólar forte não é uma “jabuticaba” brasileira: ele está se fortalecendo no mundo inteiro. Porém, o problema é que o Brasil tem sido o ‘pior aluno da sala’, embora todos da sala estejam indo mal.
Há riscos do dólar subir, mas para nós isso não responde a pergunta sobre se “devo comprar dólares”.
Nossa resposta para isso é: não compre dólares, invista em dólares.
Como assim, investir em dólares?
Em outras palavras: não estamos falando para você comprar dólares e guardar no colchão, mas sim investir em ativos que são “dolarizados”. Não entendeu? O texto vai te explicar, continue a leitura.
Esqueça a ideia de comprar dólares
Primeiramente: por que não comprar dólares diretamente? Porque, por lei, não se pode utilizar dólares no Brasil para comprar produtos – não adianta ter esse dinheiro em mãos. Além disso, a casa de câmbio vai sempre tirar vantagem da negociação com dólar, por isso ela vai te vender o dólar a um preço muito maior do que ela vai te pagar caso você queira trocar dólares por reais.
Uma solução seria comprar cotas de um fundo cambial, visto que elas vão acompanhar a oscilação do dólar. É um caminho, mas não gostamos dele, pois a moeda em si não paga juros, não gera fluxo de caixa, nem paga dividendos. Ou seja, ela por si só não gera valor.
Ok, então por que “investir em dólares”?
Diversificação é o último almoço grátis do mercado: fundamental para uma carteira vencedora é ser diversificada. Acreditamos muito nisso, por isso é importante evitar ter 100% da sua carteira em moeda brasileira.
Tecnologia é vencedora
No momento atual de crise, em que as ações dos BCs são fundamentais para a recuperação, os EUA têm vantagens ante às demais economias. Não somente pela capacidade do governo americano agir de forma eficiente ser maior, como também pelas grandes beneficiadas da crise, as empresas “stay at home”, serem americanas e estarem listadas na bolsa de lá.
Limitações “tupiniquins”
Soma-se a isso a falta de ferramentas do Brasil para se proteger da crise e o risco de termos problemas fiscais no futuro caso a economia “saia dos trilhos”. Se antes os caminhos das reformas era praticamente uma certeza, hoje seu futuro é muito mais nebuloso.
Acessibilidade: o pulo do gato para isso
Num passado não muito distante, investimentos internacionais tinham aplicação mínima de R$ 1 milhão. Imagina se alguém te recomendasse ter 10% do dinheiro aplicado em algo dolarizado: você precisaria ter uma carteira de R$ 10 milhões.
Isso mudou: há vários fundos excelentes com aplicação mínima de R$ 5 mil, como MS Global Opportunities e Wellington Ventura – embora eles sejam acessíveis apenas para investidores qualificados (que são aqueles com mais de R$ 1 milhão declarado).
Para investidores não qualificados
Se você ainda não é qualificado, fique tranquilo: para o público geral, temos o fundo Trend Bolsa Americana Dólar, que te permite acompanhar o S&P 500 e ainda estar exposto a variação cambial, tudo isso com uma aplicação mínima de apenas R$ 500.
Mas e se o dólar cair? Na real: pouco importa
Essas nossas recomendações não se baseiam em um “trade de dólar”, não temos a pretensão de adivinhar para onde a moeda vai. Nossa recomendação tem como base a diversificação: não é feita apenas em classes de ativos, mas também em geografias. O dólar não é um “trade” para o curto prazo, é algo para o resto da sua vida.
Então, esse texto/recomendação serve para o dólar a R$ 4, 5, 6, 7, 8….
Pra finalizar: trago algo dito pelo gestor da Adam Capital, Márcio Appel, cujos fundos têm tido ótima performance em 2020, inclusive por “culpa” do dólar:
“Eu acho que não vale a pena ter uma posição especulativa comprada em dólar contra o real neste momento, por achar que a relação ‘risco-retorno’ não compensa. Agora, olhando para seu patrimônio de forma estrutural e com foco no longo prazo, se você não tem nada em dólar, eu ficaria preocupado, pois essa é uma posição que você já deveria ter feito a mais tempo. Para essa pessoa, agora é uma hora tão boa [para comprar] quanto qualquer outra”.
Quanto de dólar colocar na carteira?
Nossa recomendação na Rico é:
Perfil agressivo: 8% em ativos dolarizados (via Trend Bolsa Americana Dólar)
Perfil moderado: 4% em ativos dolarizados (via Trend Bolsa Americana Dólar)