Ontem, a Paula “Zogby” (não falem para ela que eu contei o apelido interno) fez uma excelente introdução para o tema que está no “hype” do mercado atualmente: as práticas ESG (sigla em inglês que significa Ambiental, Social e Governança corporativa). Ela propôs a leitura de ontem acompanhada da música ABC do grupo Jackson 5, mas como hoje teremos o ESG no “hard mode”, recomendo a leitura de hoje com esta música.
Sim, ESG são números. Mas como assim Collazo? Antes de mais nada, e como a Zogbuy sempre diz, “vamos dar um passo para trás” nesse tema junto com o trecho do insight dela de ontem:
“Vamos destrinchar a sigla: (E) os fatores ambientais são, entre outros, uso de recursos naturais, emissões de gases de efeito estufa (CO2, gás metano), eficiência energética, poluição, gestão de resíduos e efluentes.
(S) Os sociais passam por políticas e relações de trabalho, inclusão e diversidade, engajamento dos funcionários, treinamento da força de trabalho, direitos humanos, relações com comunidades, privacidade e proteção de dados.
(G) Por fim, governança tem a ver com independência do conselho, política de remuneração da alta administração, diversidade na composição do conselho de administração, estrutura dos comitês de auditoria e fiscal, ética e transparência.”
Ou seja, ESG é basicamente um conjunto de práticas que as companhias tomam em prol do ecossistema que elas estão inseridas. Pensando não apenas no resultado de curto prazo, mas também na longevidade do negócio a médio e longo prazo.
Aqui chegamos no primeiro ponto que eu gostaria de tocar: como ESG é um conjunto de práticas, não é um evento binário, não existe o termo “sou ou não ESG”, é uma escala. No Brasil, as empresas de capital aberto se preocupam muito com a governança corporativa, por exemplo, que está dentro deste conceito de sustentabilidade – ainda que o conceito de ESG em si esteja dando os primeiros passos nacionalmente.
Efeito disso foi a “Seleção ESG”, lista feita pela XP Investimentos, das 10 empresas brasileiras mais bem ranqueadas no MSCI ESG Rating, o índice que classifica as empresas em seu conjunto de práticas ESG de 0 até 10, dentro do universo de cobertura dos analistas do grupo:
O segundo ponto que eu gostaria de desmistificar é esse aqui: “ESG é ‘bonitinho’, mas não dá resultado”. Alguns investidores pensam desta forma, e abaixo mostro que essa ideia está completamente equivocada.
Ações americanas (preto) vs Ações americanas com alto-grau ESG (amarelo):
Ações europeias (preto) vs Ações europeias com alto-grau ESG (amarelo):
Ações emergentes (preto) vs Ações emergentes com alto-grau ESG (amarelo):
Ações brasileiras (preto) vs Ações brasileiras com alto-grau ESG (amarelo):
Ibovespa (principal índice de ações brasileiras) vs ISE (índice de sustentabilidade empresarial):
ESG não é apenas um conjunto de práticas preocupadas com o ecossistema no qual a companhia está inserida – também pode significar mais resultado para o investidor que escolhe empresas que as praticam.
E, se na cultura dos fundamentos dos ativos, o preço, ou seja, pagar mais barato por algo que tenha mais valor lá na frente, é o que importa, podemos dizer que o ESG gera valor para as corporações.
Na Rico, temos algumas opções de investimento neste tema: o fundo Trend ESG Global e o Trend ESG Global Dólar (com variação cambial), dão acesso a 3 fundos de índice negociados em bolsa. Um que é dedicado a empresas americanas, um de empresas de países desenvolvidos ex-EUA, e um de emergentes. Todos os índices investem apenas em empresas com alto grau ESG.Ambos são utilizados nas nossas recomendações de carteiras.
Além disso, lançamos também o fundo Selection ESG FIC FIA, fundo que investe em fundos brasileiros dedicados a compra de ações, porém que utilizam o ESG como critério fundamental na seleção de seus investimentos.
Para investir nesses produtos, basta acessar sua conta.