Caros 13 leitores, eu não sei sobre vocês, mas eu já tive muito medo de viagens aéreas. Sempre antes de embarcar novamente fazia pesquisas de acidentes passados, onde era melhor pegar meu acento conforme as probabilidades de sobrevivência em possíveis acidentes e sempre deixar a habilidade de nadar em dia.

Nessas pesquisas acabei conhecendo muitas histórias de pilotos que salvaram tragédias, muitos deles inclusive foram tema de filmes hollywoodianos. Um dos mais emblemáticos foi o caso do Airbus que foi pousado no rio Hudson, em Nova York:

O comandante Chesley Sullenberger III fez um pouso surpreendente nas águas. Logo após a decolagem do aeroporto de LaGuardia, o avião foi atingido por um grupo de gansos-do-Canadá. Com a colisão, os dois motores pararam de funcionar e ele não teve escolha a não ser fazer um pouso emergencial.

O ato heroico salvou a vida dos 155 passageiros que estavam a bordo. No mercado financeiro passamos por situações muito parecidas.

Invariavelmente somos surpreendidos por crises. Situações que promovem o caos e o descontrole, desregulam os mercados, deixam turvo o seu horizonte e testam o psicológico. 

Assim como na aviação, onde os pilotos são treinados para os “extremos”, o mercado financeiro também constrói seus participantes com controle de risco, processos estruturados de investimento e disciplina. Porém, nesses momentos nossos queridos amigos livros não tem uma “receita de bolo”, a capacidade de gestão dos recursos será um diferencial para evitar uma “tragédia” financeira na sua vida.

Houve muitos gestores de fundos que provaram isso esse ano: lidando com algo completamente novo, ainda sem entendimento profundo do vírus e da dinâmica desta pandemia, conseguiram reagir muito bem aos mercados caóticos e se destacaram.

Vale lembrar que em março tivemos a pior queda da história até então para os ativos de risco. No dia 23 de março o Ibovespa acumulava queda de -46,7% no ano – e tão rápida quanto a queda foi a recuperação, desde o dia 24 de março de 2020, o Ibovespa sobe 44,0%, o que mostra o tamanho da “turbulência” que passamos até aqui.

A gestora Giant Steps, especializada no uso de tecnologia para realizar a gestão dos recursos (quantitativo), e que esteve dentre as nossas recomendações desde que eu sento nesta cadeira, foi muito bem em 2020: seu fundo Darius que utiliza uma estratégia “trend follower”, capturando as tendências nos mercados de renda fixa, renda variável, moedas e commodities ao redor de mais de 20 países, entregou um retorno de 5,45%.

Outra casa que se destacou foi a Ibiúna, especializada na gestão de fundos multimercados macro, que investem nas mesmas classes que sua concorrente Giant Steps. O Ibiúna Hedge STH teve uma rentabilidade de 14,19% neste ano, contribui bastante para as nossas recomendações de carteiras e ainda mostrou que a “renda fixa não morreu” pela contribuição de performance do fundo vir principalmente do mercado de juros, ou seja, posições de renda fixa:

Até mesmo nos fundos que são dedicados aos investimentos em ações tivemos casos “heroicos” de retorno: o fundo Dahlia Total Return, da gestora Dahlia Capital, teve retorno de +8,54% contra -12,45% do Ibovespa neste ano. Sua estratégia que combina investimento em empresas brasileiras e estrangeiras (principalmente nos demais países da América Latina), além das demais posições em commodities/ renda fixa/ moedas, funcionou muito bem para passar por essa crise do mercado.

Além da Dahlia, tivemos um gringo “roubando a cena” nos destaques: o Wellington Global Growth, que é acessado por meio do fundo disponível na Rico – Wellington Ventura – entregou 11,7% em 2020 (cotação até 17/08), mesmo com a queda das bolsas globais de 5,4%  (MSCI All Country World Index) e se sobressaindo em relação aos seus pares que entregaram em média 0,5%.

Investir em Fundos tem suas vantagens

Justamente por isso que fundos são investimentos interessantes. Acredito que como investidores devemos ter humildade em entender nossas limitações em acesso/conhecimento de alguns mercados. Terceirizar a responsabilidade de gestão para um time profissional que faz isso há anos tem suas vantagens…

Se você não quer fazer a gestão, não tem tempo para isso, ou mesmo não se interessa, fundos de investimento são veículos interessantes para acessar diversos mercados com maior qualidade. Pode não parecer importante, mas uma boa gestão patrimonial será um divisor de águas para uma vida/ aposentadoria melhor.

Para isso você precisa estar aqui para o longo prazo, não estamos numa corrida de 100 metros, mas sim numa maratona. Consistência será a grandeza mais importante na linha de chegada.

Os gestores podem ser parte importante para te ajudar a construir isso junto com você. Afinal de contas, não é uma tarefa fácil se manter calmo e pousar no rio Hudson.