De acordo com os dados divulgados pelo IBGE (nosso principal instituto de pesquisa nacional), o PIB brasileiro cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024.
Isso significa que a soma de tudo o que produzimos de bens e serviços na economia brasileira variou pouco menos de 1,5% no período entre abril e junho de 2024, quando comparado ao resultado registrado entre janeiro e março desse ano. Já se compararmos com o mesmo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,3%.
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O resultado veio após avanço de 1% no primeiro trimestre do ano, confirmando o dinamismo da economia brasileira na primeira metade de 2024.

Por que o PIB cresceu no segundo trimestre de 2024?
O resultado do trimestre veio acima do esperado pela maior parte dos analistas de mercado, surpreendendo as projeções positivamente. Nossa estimativa era de um crescimento de 1,0%, sendo a surpresa explicada principalmente pelo crescimento mais forte do que o esperado na arrecadação de impostos, no setor de serviços de intermediação financeira, além de atividades das indústrias de construção civil e utilidade pública (como, por exemplo, geração de energia elétrica).
De maneira geral, o crescimento econômico no período foi impulsionado principalmente pelo consumo das famílias e por investimentos, de um lado; e pelo sólido desempenho do setor de serviços e da produção industrial, de outro.

Vale destacar que a tragédia climática no Rio Grande do Sul trouxe impactos econômicos relativamente menores do que o inicialmente esperado, com a rápida retomada das principais atividades na região compensando boa parte das perdas econômicas (de maneira agregada) derivadas diretamente das enchentes.
Para ilustrar, a queda de 26,3% registrada na produção industrial no estado em maio foi mais do que compensada pelo crescimento de 34,9% observado em junho.

Indústria surpreende, enquanto serviços seguem em alta
Olhando para o lado da oferta (ou seja, da produção), o setor de serviços foi mais uma vez protagonista, registrando o 16° crescimento trimestral consecutivo. O setor terciário da economia cresceu 1,0% em comparação com o primeiro trimestre do ano – e robustos 3,5% quando comparado ao mesmo período do ano passado.
A retomada reflete principalmente a forte demanda das famílias, com destaque para o comércio varejista e consumo de serviços como restaurantes, cabelereiros, planos de saúde, e serviços financeiros – sendo a última categoria também associada à forte concessão de crédito no período.
Vale destacar que a melhora nas condições de crédito observada no período recente reflete, entre outros fatores, o processo de redução da taxa Selic implementado entre agosto de 2023 e maio de 2024. Afinal, movimentos (para cima ou para baixo) da taxa de juros impactam a economia com defasagem; ou seja, demoram um certo tempo para serem sentidos na economia, como nas concessões de crédito (no Brasil, calcula-se que os efeitos passam e ser sentidos partir de 3 meses, em média, a depender da modalidade de crédito).

É importante lembrar que o setor de serviços é o principal responsável pela composição do nosso PIB, respondendo por 70% da nossa produção por meio de serviços que vão desde transporte até borracheiros, cinemas, bares, eventos e bancos – sendo também o setor que mais emprega no país. Assim, a performance do setor tem bastante impacto sobre a economia do país como um todo.

Ainda do lado da oferta, o setor industrial também trouxe surpresas positivas, crescendo 1,8% no período. Dentre as categorias industriais, o destaque ficou para a construção civil, que registrou alta de 3,5% no trimestre, além de serviços de utilidade pública, como energia elétrica e saneamento – ambos acelerando o crescimento quando comparados ao observado no trimestre anterior. Por outro lado, a Indústria Extrativa recuou 4,4%, principalmente por conta da menor extração de petróleo.

Na outra ponta, a agropecuária foi o destaque negativo do segundo trimestre – muito por conta da comparação com o forte crescimento no início do ano (de 11,1%). O desempenho das atividades pecuárias – especialmente a bovinocultura – compensou parte da queda do setor, enquanto a produção de grãos seguiu abaixo do resultado da última safra (que registrou patamares recordes).
Consumo das famílias segue motor da economia
Considerando a análise do lado da demanda – ou seja, aqueles que “puxam” o PIB demandando por todos esses bens e serviços produzidos – o grande propulsor da economia seguiu sendo o consumo das famílias, assim como o observado no trimestre anterior.
O componente registrou alta de 1,3% no período (quase 5,0% na comparação anual), refletindo expansão no consumo tanto de bens quanto de serviços. A boa performance é explicada especialmente pelo crescimento da renda das famílias – que, por sua vez, reflete tanto um mercado de trabalho aquecido (com desemprego no menor nível em mais de 10 anos), quanto um nível elevado de transferências de renda.
Para se ter uma ideia, a massa de renda disponível das famílias deve crescer 6,5% acima da inflação em 2024.
Em bom português: famílias viram crescer sua renda no período, e se utilizaram desse impulso para consumir mais bens e serviços.

Ainda do lado da demanda, o crescimento dos investimentos também se destacou, dando continuidade ao observado no primeiro trimestre. A boa performance no período foi impulsionada principalmente pelo forte crescimento da indústria de construção civil, também na esteira do processo recente de queda da taxa básica de juros.
Finalmente, o setor externo contribuiu negativamente para o PIB, uma vez que as importações cresceram em maior magnitude do que as exportações – o que também é um reflexo da atividade econômica forte, com forte consumo, por exemplo, de máquinas e equipamentos.
O que esperar adiante?
Como vimos, o crescimento econômico no país surpreendeu positivamente na primeira metade desse ano, impulsionado principalmente pelo consumo das famílias e pela retomada dos investimentos – na esteira de maiores benefícios fiscais, do efeito da queda de juros e de um mercado de trabalho aquecido.
Olhando adiante, entretanto, esperamos que a economia perca ímpeto gradualmente, embora deva seguir em terreno positivo. O enfraquecimento esperado é explicado por uma série de fatores, dentre os quais vale destacar:
• A redução do impulso fiscal: embora não esperemos a redução de benefícios fiscais, a disponibilidade de renda adicional deve ser mais moderada nos próximos meses, além de não haver espaço para antecipações como vistas na primeira metade do ano, como do 13° salário, ou de precatórios (pagos no fim de 2023). Esses elementos tendem a desaquecer o consumo gradativamente.
• Um provável processo de elevação dos juros: o crescimento robusto da economia marcado principalmente por um mercado de trabalho aquecido e forte demanda por bens e serviços tende a pressionar a inflação, criando um cenário mais desafiador para o controle dos preços por parte do Banco Central.
Assim, aliado as ainda presentes incertezas fiscais domésticas, entendemos que o contexto deve levar o Banco Central a iniciar um processo de elevação da taxa Selic – levando a taxa para um patamar mais contracionista (ou seja, aquele que encarece o crédito para contrair a demanda e controlar os preços).
O provável ciclo de altas de juros, por sua vez, deve contribuir para o desaquecimento da economia principalmente ao longo de 2025.

Dito isso, não vemos uma desaceleração brusca da economia adiante. Além disso, o forte crescimento visto na primeira metade do ano contribuirá para um crescimento anual do PIB próximo de 3,0% – registrando o que será (se concretizado) o terceiro ano consecutivo de alta do PIB nessa magnitude.
Assim, projetamos que o PIB do Brasil crescerá aproximadamente 3,0% em 2024. Para 2025, entendemos que o país registrará crescimento um pouco abaixo de 2,0%.
Como o PIB impacta o dia a dia e os investimentos?
Trazendo para o dia a dia do brasileiro, o resultado do PIB reflete mais o passado do que o presente, uma vez que traz números referentes ao trimestre anterior ao que estamos vivendo.
Assim, para o investidor, o resultado do PIB não deve ser visto como motivo para grandes mudanças na estratégia de investimentos.
Não porque os movimentos da economia medidos pelo PIB não afetem ações de empresas listadas na bolsa ou no mercado de renda fixa e outros ativos financeiros, como o dólar e fundos imobiliários.
Pelo contrário! Os rumos da economia no Brasil e no mundo são o cenário e a verdadeira base sobre a qual se sustenta o mercado financeiro e nossos investimentos. Assim, o indicador não deixa de ser um bom termômetro, ajudando também no planejamento social e financeiro olhando para frente.
Mas, na ausência de grandes surpresas, o resultado do PIB costuma confirmar expectativas sobre o estado da economia – levando, no máximo, a ajustes pontuais de projeções econômicas.
Assim, as principais recomendações de investimento devem seguir as mesmas: manter uma reserva de emergência para eventuais imprevistos pessoais; atentar-se aos objetivos e horizontes de investimento (quando você acredita que precisará do seu dinheiro investido?); e nunca esquecer da diversificação dos investimentos entre ativos e geografias – o bom e velho “não colocar todos os ovos na mesma cesta”.
Confira aqui nossas recomendações de investimento atualizadas.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 6928
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