De acordo com os dados divulgados pelo IBGE (nosso principal instituto de pesquisa nacional), o PIB brasileiro cresceu 2,90% em 2023, após registrar estabilidade no quarto e último trimestre do ano.
Isso significa que a soma de tudo o que produzimos de bens e serviços na economia brasileira variou positivamente em aproximadamente 3,0% no período entre janeiro e dezembro de 2023, em comparação com o produzido ao longo do ano de 2022.
Quer saber mais sobre o que é PIB e como ele impacta seus investimentos? Te contamos aqui!

Por que o PIB cresceu em 2023?
O resultado do último trimestre de 2023 veio um pouco abaixo expectativas, mas não ofuscou um ano de crescimento robusto. O crescimento levemente abaixo do esperado no quarto trimestre de 2023 é explicado pela performance aquém das projeções para o setor agropecuário no período. O número, porém, não ofusca o crescimento robusto observado no ano, puxado pela supersafra agrícola da primeira metade do ano, além da recuperação do setor de serviços e da forte produção extrativa.
Agropecurária: alta de 15,1%
Olhando para o lado da oferta (ou seja, da produção), o destaque de 2023 ficou para a Agropecuária, que registrou alta de 15,1% no ano. A performance do setor primário foi impulsionada pela supersafra agrícola, especialmente a produção de soja, que levou ao crescimento de 21% registrado na variação trimestral entre janeiro e março do ano passado. No ano, a produção agropecuária respondeu por 0,9 pontos percentuais dos 2,9% de crescimento do PIB total.

Setor Industrial: alta de 1,6%
Já o setor industrial registrou alta de 1,6% no ano, puxado principalmente pela extração mineral. O chamado setor secundário da economia teve como destaque a produção da indústria extrativa, que acumula alta de mais de 15% desde o segundo trimestre de 2022, na esteira da produção especialmente de petróleo e minério de ferro. Os Serviços Industriais de Utilidade Pública – que incluem eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos – também foram destaque positivo no ano, com forte produção de energia no país.
Por outro lado, a indústria de transformação, que costuma ser normalmente referência quando se fala em produção industrial, contraiu 1,3% no ano. A queda reflete, principalmente, os impactos dos juros ainda altos ao longo do ano (que encarece o crédito e tende a desestimular o investimento produtivo) e o fraco crescimento de alguns de nossos principais parceiros comerciais, com destaque para a Argentina.
Setor de serviços: alta de 2,4%
Por último, mas não menos importante, o setor de serviços também cresceu em 2023, registrando alta de 2,4%. Na primeira metade do ano, o destaque ficou para serviços ligados ao setor agrícola impulsionados pela supersafra, como transporte rodoviário e marítimo. Já na segunda metade de 2023, a alta no setor terciário da economia foi puxada principalmente por serviços prestados às famílias (tais como restaurantes e cabelereiros), além de serviços imobiliários e financeiros.

É importante lembrar que o setor de serviços é o principal responsável pela composição do nosso PIB, respondendo por 70% da nossa produção por meio de serviços que vão desde transporte até borracheiros, cinemas, bares, eventos e bancos – sendo também o setor que mais emprega no país. Assim, a performance do setor tem bastante impacto sobre a economia do país como um todo.

Enquanto isso, do lado da demanda – ou seja, aqueles que puxam o PIB demandando por todos esses bens e serviços produzidos – o consumo das famílias foi o destaque, crescendo 3,1% no ano. O mercado de trabalho aquecido, programas de benefício fiscal (que viram forte elevação desde meados de 2022) e a queda da inflação explicam boa parte da melhora da renda disponível das famílias, e consequentemente, da demanda por bens e serviços.
Para ilustrar a resiliência recente observada no mercado de trabalho, o desemprego encerrou 2023 no patamar mais baixo desde o início de 2015, em 7,5%.

Exportações: alta de 9,1%
As exportações também desempenharam papel importante para o crescimento em 2023, com alta de 9,1%.
A alta foi impulsionada principalmente pela quantidade exportada, dado que os preços de muitas commodities que exportamos para o mundo perderam força no período. Além disso, as importações registraram queda de 1,2% no período. Logo, a contribuição do setor externo foi bastante positiva para o crescimento do PIB total.
O que esperar adiante?
Como vimos, nossa economia foi impulsionada por um conjunto de fatores ao longo de 2023, com destaque para: produção agrícola, extração mineral e consumo das famílias.
Olhando para frente, entretanto, esse mix deve mudar. O setor agrícola, a começar, deve registrar queda nesse ano (em comparação com o salto de 2023), embora siga uma importante fonte de recursos externos – favorecendo a nossa moeda.
Na mesma linha, não devemos ver mais impulsos vindos do agronegócio favorecendo o setor de serviços (em transporte de carga, por ex.), ao mesmo tempo em que a forte demanda reprimida no setor fruto da pandemia já deve ser considerada como superada em 2024.
Mas isso não significa que vemos um cenário de retração para a economia brasileira em 2024. Pelo contrário, vemos o PIB crescendo acima de 1,5% no ano. Isso porque:
i) o mercado de trabalho deve continuar aquecido, impulsionando salários (acima da inflação) e – consequentemente – o consumo das famílias;

ii) o Banco Central seguirá reduzindo os juros ao longo do ano, com efeitos já sendo sentidos na economia, melhorando as condições de crédito para empresas e famílias;

iii) a inflação deve continuar bem-comportada (ou mesmo caindo em certos itens), beneficiando a renda real das famílias; e
iv) o setor exportador deve seguir forte, impulsionado especialmente pela extração mineral – com destaque para o petróleo e, em menor medida, minério de ferro.
Como o PIB impacta o dia a dia e os investimentos?
Trazendo para o dia a dia do brasileiro, o resultado do PIB reflete mais o passado do que o presente, uma vez que traz números referentes ao trimestre anterior ao que estamos vivendo.
Assim, para o investidor, o resultado do PIB não deve ser visto como motivo para grandes mudanças na estratégia de investimentos.
Não porque os movimentos da economia medidos pelo PIB não afetem ações de empresas listadas na bolsa ou no mercado de renda fixa e outros ativos financeiros, como o dólar e fundos imobiliários.
Pelo contrário! Os rumos da economia no Brasil e no mundo são o cenário e a verdadeira base sobre a qual se sustenta o mercado financeiro e nossos investimentos. Assim, o indicador não deixa de ser um bom termômetro, ajudando também no planejamento social e financeiro olhando para frente.
Mas, na ausência de grandes surpresas, o resultado do PIB costuma confirmar expectativas sobre o estado da economia – levando, no máximo, a ajustes pontuais de projeções econômicas.
Assim, as principais recomendações de investimento devem seguir as mesmas: manter uma reserva de emergência para eventuais imprevistos pessoais; atentar-se aos objetivos e horizontes de investimento (quando você acredita que precisará do seu dinheiro investido?); e nunca esquecer da diversificação dos investimentos entre ativos e geografias – o bom e velho “não colocar todos os ovos na mesma cesta”.
Olhando para o cenário atual, entendemos haver espaço para que investidores adicionem certo risco a suas carteiras, com parcelas em investimentos como ações domésticas, Fundos Imobiliários, e fundos internacionais – esse último, especialmente em renda fixa.
Porém, ainda sem expor a riscos excessivos nos investimentos ou fora deles (como endividar-se no cartão de crédito, por exemplo), lembrando que o cenário segue incerto no Brasil e no mundo. Confira aqui nossas recomendações de investimento completas.
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Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 6928
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