• Gritaria, tela piscando, loucura: é isso que você imagina sobre investimentos? Não precisa ser assim, na maior parte dos casos
  • O cenário está favorável as nossas recomendações de investimento, mas alguns riscos principalmente atrelados ao cenário político continuam
  • Então, para as carteiras de julhos tomamos um decisão importante: praticamente não fazer nada
  • Confira nossas carteiras recomendadas de julho de 2021!

Para mais detalhes sobre as nossas recomendações de investimentos, acesse nossas sugestões de alocação para os perfis Conservador, Moderado e Agressivo.

Telas piscando, gritaria no telefone, mangas de camisa rasgando na mesa, animais de estimação no escritório. Passagens que remetem demais a cena do mercado financeiro e o mundo dos investimentos, certo?

Baaaaan, errado! Sim, eu sei que muita gente pensa assim, inclusive deve ter alguns desses na sua roda social também. Porém, a indústria financeira não tem nada a ver com isso, principalmente nos dias de hoje…

Uma das perguntas que deve passar na cabeça de todo mundo quando começa a investir é: “Mas terei que acompanhar o tempo todo? Comprar e vender?” Geralmente nessa pergunta que o medo de explorar novos tipos de investimento, como quem sai da realidade (ruim) da poupança para investir em ações, por exemplo.

A realidade é muito diferente dessa pintada nos telões hollywoodianos, e não é da boca para fora não, caros(as) 13 leitores(as), nossas carteiras recomendadas para julho mostram isso muito bem:

De junho para julho, tomamos uma decisão importante nas nossas carteiras: praticamente não mexer em nada. No mercado financeiro, as vezes a melhor decisão é não tomar decisão nenhuma, não se mexer, brincar de estátua.

E isso tem alguns motivos, vou lista-los abaixo:

Ventos favoráveis, não baixem as velas

Nas últimas semanas, enxergamos algumas movimentações muito favoráveis as nossas principais teses de investimento, dentre elas a mais relevante – bolsa brasileira. A agenda de vacinação retomando velocidade, menor chance de novas medidas de isolamento, reformas voltaram a ser pauta no congresso (principalmente a tributária).

Flor que se cheire, mas não um mar delas

Embora realmente o cenário tenha apresentado uma melhora considerável, ainda vemos o âmbito político conturbado, que deixa o Brasil numa corda bamba entre reformas estruturantes e medidas que foquem apenas no curto prazo, colocando em xeque a austeridade fiscal, claro, além das nossas preocupações citadas no Insight de ontem.

Vento sem mar não sai do lugar

A mescla dos dois fatores iniciais faz com que não tenhamos alteração nas nossas perspectivas de cenário, que mostramos no detalhe aqui. Sem alteração nessa leitura, também não fazemos alterações relevantes nas nossas posições, já que não temos uma grande mudança na perspectiva de risco dos investimentos versus o retorno esperado de cada um nos próximos 5 anos.

Quando isso acontece, e não é a primeira vez desde que me sento nessa cadeira (agora de casa), a melhor decisão de investimento é não tomar nenhuma decisão, não realizar alterações relevantes, apenas marginais se for o caso. O que corrobora com a visão que passei no início, acho que mostra bem para quem está começando ou já está investindo que não é preciso se preocupar de forma ativa o tempo inteiro com sua carteira, teses de longo prazo (onde está o pote de dinheiro) levam tempo para se concretizar.

Enfim, sem mais delongas, vamos as carteiras para este mês:

No internacional, embora as ações de empresas negociadas em países desenvolvidos estejam menos interessantes em patamar de preço do que as brasileiras, mantivemos nossas principais teses dentro das carteiras. A diversificação geográfica é fundamental do ponto de vista de risco e na diversificação de temas de investimento, como empresas de tecnologia e dados por exemplo, que são mais escassas no Brasil.

Ah, e lembra que adicionamos recentemente Europa na nossa parcela internacional? Pois bem, seguimos com a visão de que, dentro desse mundo desenvolvido, a bolsa europeia é a mais interessante pela oportunidade de retomada econômica que acreditamos ainda existir por lá. Fazemos essa posição por meio do Trend Bolsas Europeias ou o ETF EURP11 na B3.

E sobre o mais polêmico: o dólar. Mesmo após essa valorização recente do real contra o dólar americano, e em níveis menos significativos, acreditamos que esse movimento possa continuar pelos seguintes fatores: (i) a alta da Selic para até 6,75%a.a., o que aumentaria o diferencial entre os juros brasileiro e o americano, (ii) ciclo de alta de commodities e (iii) a manutenção do risco pais (Brasil) em nível similar ao atual.

Com isso, passamos a trabalhar com o dólar a R$ 4,70 dentro do nosso cenário mais otimista chamado de Reformas Estruturantes. Mesmo assim, mantivemos nossa posição em ativos dolarizado, que está em seu menor patamar histórico, já que, para nós, o dólar é uma proteção nas nossas carteiras e vai nos ajudar a atravessar ambientes adversos de longo prazo.

Elaborado por:

Betina Roxo, CNPI 1493
Paula Zogbi, CNPI 2545

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