Mercados amanhecem “nublados” lá fora, nesta segunda-feira: os futuros nos EUA caem entre 1,25% a 2%, já na Europa, o Stoxx 600 tem queda de 2,75. “Telinhas vermelhas” para os investidores ditados pelo tom de cautela com o número de casos da Covid-19 em alguns países, como no Reino Unido:
Ainda que menos letal que a “primeira onda” do vírus, essa aceleração no número de pessoas sendo contaminadas deixa o país em risco de um segundo “lockdown” (quarentena mais severa). Hoje, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, deve anunciar medidas mais restritivas a população. Além dos britânicos, a situação da Espanha e da França também preocupam.
Enquanto a pandemia toma espaço no noticiário, o conflito entre EUA e China em relação a rede social, Tik Tok, parece celebrar um acordo. Mesmo que ainda sem entregar as demandas do presidente Trump sobre o controle da companhia e seus algoritmos, a empresa chinesa ByteDance, que está por trás do aplicativo, receberá investimentos das americanas Oracle e Walmart.
Toda a frente de dados ficará sob responsabilidade da Oracle, que proverá servidor em nuvem para a empresa, mas os algoritmos continuarão sob controle chinês. Trump foi mais flexível nesse assunto por ter medo de sofrer impactos negativos em seu eleitorado mais jovem.
No Brasil, de acordo com o noticiário local, o Tesouro Nacional já vê sinais de dificuldade para financiar a dívida pública brasileira. Técnicos do governo relatam que está cada vez mais difícil colocar papeis com vencimentos longos no mercado para cobrir o rombo fiscal e refinanciar a dívida. Por enquanto, o colchão de liquidez (reservas de antigas emissões) está sendo o suficiente, mas no longo prazo pode existir um limite para isso.
Insight Rico: O futuro cada vez mais rápido
(por Betina Roxo)
Caros/as 13 leitores/as, o Insight de hoje estava “programado” para ser sobre empresas boas pagadoras de dividendos. Sim, sim, eu sei, tema superinteressante, mas sabe o que é?
Na última sexta-feira, encontrei o gestor da Dahlia Capital, José Rocha, e batemos um papo muito legal sobre tech – outro assunto superinteressante vai?
Prometo que ainda traremos sobre as boas pagadoras de dividendos, mas vamos lá. O que tanto eu e o Zé falamos sobre tech?
Antes de mais nada, é muito louco pensar em filmes antigos de ficção cientifica, com robôs, carros autônomos, drones, e pensar que a maioria virou realidade hoje em dia né?
Isso graças ao avanço da tecnologia (e o que ainda é “ficção” vai virar realidade mais rápido do que imaginamos). De pensar que a ligação por vídeo nos Jetsons era algo inovador e muito difícil de acreditar e agora é o que fazemos todos os dias! Doido né?
Acho que vale trazer um outro exemplo prático, que ainda não faz parte da realidade de todos como o facetime, mas fará…
Você acha que não? Até os robôs que ainda são mais difíceis de acreditar já são reais, vide o robô guarda-costas do rei do Bahrein:
É, já estamos no futuro.
Mas, antes de falar do futuro, pausa para o momento Dark: voltando para o passado para entender o futuro, que já é presente.
Em 1965, o cofundador da Intel, Gordon E. Moore, previu que a capacidade de processamento dos computadores iria dobrar periodicamente. Previsão essa que se tornou verdadeira.
O Zé destacou (veja o vídeo clicando aqui) que isso é muito poderoso porque nos próximos 18 meses a velocidade de processamento dos computadores vai aumentar o mesmo tanto que aumentou nos últimos 50 anos. O que é até difícil de calcular o impacto.
Quando vemos coisas do tipo drones fazendo entregas, carros autônomos que dirigem sozinho, ou recentemente Elon Musk falando da apresentação da Neuralink que vai tentar fazer uma conexão entre o cérebro das pessoas aos computadores, são todas apostas na Lei de Moore, de que em algum momento a capacidade de processamento dos computadores vai ser tão forte que vamos conseguir realizar todas essas coisas.
Já vemos isso acontecer no mundo todo e várias empresas fazendo parte. Algumas americanas que já são do nosso dia a dia: Microsoft, Apple, Google e aqui no Brasil, Magalu, Totvs, Weg, entre outras.
Mas a pergunta que não quer calar: as ações dessas empresas estão caras ou baratas? E para esse ponto, trago aqui alguns pensamentos de nada mais nada menos que o Papa do Valuation, Aswath Damodaran!
Neste artigo, ele conta como as grandes empresas de tech chegaram onde chegaram mas destaca que por mais interessante que seja explicar porque as ações da FANMAG estão onde estão, a questão do momento é justamente essa que você deve ter pensado: se está na hora de comprar, vender ou apenas observar essas ações. E para isso, Damodaran abre suas análises:
Para cada empresa, ele estima um valor mediano (ou mais provável), bem como a faixa (1º decil, 1º quartil, 3º quartil e nono decil) de valores a partir de simulações. Dado o quanto essas ações subiram nos últimos seis meses, não deveria ser surpresa descobrir que apenas uma (Facebook) estava subvalorizada. Entre as restantes, a Apple parece a mais sobrevalorizada (> 30%), para ele, seguida pela Amazon e Microsoft (10-20%) e Netflix e Alphabet (<10%).
Além disso, o professor Damodaran calculou as taxas internas de retorno para essas ações, com base em seu valor atual e estimativas de fluxos de caixa. Ele estima uma TIR de 7,16% para o Facebook, por exemplo, comprando ao preço atual (lembrando que esse artigo é do dia 20 de agosto), e considerando os fluxos de caixa esperados.
Segundo ele “isso pode não parecer muito para você, mas em um mundo de baixas taxas de juros e prêmios de risco elevados, é alto o suficiente para que as ações sejam subvalorizadas. Mesmo a Apple, a ação mais sobrevalorizada deste grupo, pode gerar uma TIR de 5,30%, menor do que eu gostaria de ganhar, devido ao seu risco, mas nada mal dadas as alternativas.
Dito isso, espero que você discorde de mim, talvez até fortemente, de minhas histórias e suposições, que é uma das razões pelas quais as planilhas podem ser baixadas e alteradas para refletir seus pontos de vista.”
As planilhas estão disponíveis no blog do próprio Damodaran, no fim desta página.
Agenda da Semana |
Segunda-feira, 21 08h25: Brasil – Boletim Focus 09h30: EUA – Índice atividade nat Fed Chicago |
Terça-feira, 22 08h00: Brasil – Ata do Copom 11h00: Zona do Euro – Confiança do consumido |
Quarta-feira, 23 03h00: Alemanha – Confiança do consumidor 05h00: Zona do Euro – PMI Serviços 08h00: Brasil – Confiança do consumidor 09h00: Brasil – IPCA-15 Inflação IBGE 10h45: EUA – PMI Serviços |
Quinta-feira, 24 08h00: Brasil – Relatório trimestral de inflação 09h30: EUA – Novos pedidos seguro-desemprego 10h45: EUA – PMI Serviços |