Cenário macro e renda passiva em foco
Mesmo diante de um ambiente desafiador, marcado por juros elevados e maior seletividade por parte dos investidores, alguns fundos imobiliários (FIIs) se destacaram no primeiro semestre de 2025 pela sua capacidade de geração de renda. Em um cenário de juros e inflação elevados, o interesse por ativos de renda passiva permaneceu aquecido. A busca por ativos com retorno recorrente e fundamentos sólidos se intensificou, reforçando o papel estratégico dos FIIs na construção de carteiras diversificadas.
Neste relatório, analisamos os fundos da cobertura da equipe de Research que apresentaram os maiores pagamentos de dividendos no período, com base em uma simulação de aplicação de R$ 1.000,00 no valor patrimonial das cotas em 31/12/2024. Montamos um ranking com os cinco fundos imobiliários e três Fiagros que mais se destacaram em termos de remuneração para os seus investidores. Reforçamos que os resultados obtidos no passado não garantem retornos futuros e não devem ser interpretados como promessa de desempenho.
Além do ranking tradicional, apresentamos uma análise comparativa entre os retornos calculados com base valor patrimonial e no valor de mercado, destacando o impacto do timing de alocação e como esse fator pode influenciar o retorno efetivo percebido pelo investidor. Também incluímos uma comparação da quantidade de cotas que poderiam ser adquiridas com R$ 1.000,00 em duas datas distintas — 31/12/2024 e 30/06/2025 — evidenciando como a valorização das cotas pode afetar a capacidade de entrada e, consequentemente, o potencial de geração futura.
Metodologia de análise
A simulação considera uma aplicação de R$ 1.000,00 realizada em 31/12/2024, utilizando o valor patrimonial (VP) da cota como referência de compra. Com base na quantidade de cotas adquiridas, calculamos o total de dividendos pagos pelos fundos ao longo do 1º semestre de 2025. Em seguida, comparamos esse retorno com os resultados obtidos utilizando o valor de mercado (VM) na mesma data, bem como os preços de fechamento das cotas em 30/06/2025. Essa abordagem permitiu identificar não apenas os fundos com maior distribuição de proventos, mas também aqueles que apresentaram maiores distorções entre preço e valor patrimonial, o que pode indicar oportunidades de mercado e reforçando a importância do timing nas alocações.
Qual a diferença entre o VM e o VP de uma empresa?
O valor patrimonial de uma empresa representa seu valor contábil, calculado pela diferença entre os ativos (bens e direitos) e os passivos (dívidas e obrigações), ou seja, o que ela efetivamente possui. Já o valor de mercado corresponde ao preço que os investidores estão dispostos a pagar por ela na bolsa de valores, obtido multiplicando o preço atual da ação pelo número total de ações. Enquanto o valor patrimonial reflete a situação financeira da empresa com base em dados históricos e contábeis, o valor de mercado é influenciado por expectativas futuras, como crescimento, lucros e cenário econômico. Por isso, é comum que esses valores sejam diferentes, já que o mercado pode superestimar ou subestimar o valor real da empresa.
Top 5 Fundos Imobiliários (FIIs)
A seguir, destacamos os cinco fundos imobiliários que mais distribuíram dividendos no semestre, com base na simulação central com valor patrimonial:
| Fundos | Segmento | Dividendos recebidos (por cota) no primeiro semestre | Dividendos totais recebidos no primeiro semestre | Preço da cota no valor patrimonial | Quantidades de cotas compradas com R$ 1.000 |
| RECR11 | Recebíveis | 6,58 | R$ 72,33 | R$ 89,68 | 11 |
| VGIR11 | Recebíveis | 0,69 | R$ 71,72 | R$ 9,61 | 104 |
| CVBI11 | Recebíveis | 6,30 | R$ 69,30 | R$ 90,64 | 11 |
| KNIP11 | Recebíveis | 6,24 | R$ 68,64 | R$ 90,18 | 11 |
| KNSC11 | Recebíveis | 0,59 | R$ 67,85 | R$ 8,67 | 115 |
Um olhar rápido já revela uma tendência: os fundos de papel (recebíveis) dominam a lista, beneficiados pela manutenção da Selic em patamares elevados.
Top 3 Fiagros
Entre os fundos do agronegócio (Fiagros), estes foram os três que mais pagaram dividendos no mesmo período:
| Fundos | Dividendos recebidos (por cota) no primeiro semestre | Dividendos totais recebidos no primeiro semestre | Preço da cota no valor patrimonial | Quantidades de cotas compradas com R$1.000 |
| VGIA11 | R$0,70 | R$ 75,60 | R$ 9,19 | 108 |
| RZAG11 | R$0,72 | R$ 74,88 | R$ 9,60 | 104 |
| FGAA11 | R$0,68 | R$ 69,53 | R$ 9,62 | 103 |
Análises dos fundos: por que eles se destacaram?
RECR11 – REC Recebíveis Imobiliários
O fundo que encabeça o ranking de maiores pagadoras de proventos no semestre dentre os fundos imobiliários, o RECR11 um FII de recebíveis, com gestão ativa e uma carteira robusta de CRIs diversificados (composição praticamente 100% em CRIs). Com mais de R$ 2,3 bilhões em patrimônio líquido, o fundo mantém alto nível de alocação dos recursos. No primeiro semestre de 2025, o fundo se destacou em termos de retorno total para o investidor, com alta de 25,42%, considerando preços de mercado dos dias 31/12/2024 e 30/06/2025.
Em junho, o fundo distribuiu um rendimento de R$ 1,01 por cota, com um dividendo anualizado acima de 14%. O fundo possui um perfil de risco mais elevado, concentrados em risco corporativo (66%) e em risco pulverizado (34%). Apesar da carteira se manter adimplente, vale ressaltar que existem pontos de monitoramento, como a exposição ao devedor Cortel, que apresentou piora de qualidade do crédito corporativo da companhia, devido ao aumento de alavancagem e baixo desempenho da operação em São Paulo.
VGIR11 – Valora CRI CDI (Recebíveis)
O VGIR11 é um fundo imobiliário focado em gerar renda mensal por meio de investimentos em CRIs atrelados ao CDI, com perfil de risco moderado. Sua carteira é composta por operações estruturadas pela própria gestora, a Valora Investimentos, o que permite maior controle e potencial de retorno ajustado ao risco. O fundo apresenta uma boa diversificação setorial, com predominância no segmento residencial, e conta com garantias robustas nas operações.
Em julho de 2024, o CRI Guaicurus entrou em inadimplência devido à sua garantidora Arquiplan entrar com pedido de Recuperação Judicial (RJ). No entanto, a gestão agiu rapidamente para executar a garantia e negociar a venda do ativo, demonstrando eficiência na gestão. Além disso, o fundo tem se destacado por oferecer uma rentabilidade acima da taxa básica de juros (taxa Selic) e boa liquidez. O cenário atual de taxa de juros elevadas por período prolongado podem tonar o fundo uma opção interessante para quem busca proventos consistentes.
CVBI11 – VBI CRI (Recebíveis)
Com dividendos de R$ 69,30 para uma aplicação de R$ 1.000, o CVBI11 é um fundo focado em CRIs majoritariamente atrelados ao IPCA. Sua rentabilidade equivale a aproximadamente IPCA + 10% ao ano. Apesar de apresentar risco de crédito moderado, o fundo é respaldado por garantias sólidas.
O CVBI11 é um fundo de recebíveis imobiliários que se destaca pela gestão experiente, que tem buscado a linearização dos rendimentos e fortalecimento da reserva acumulada. Com uma carteira diversificada e bem estruturada, o fundo tem mantido bom desempenho mesmo em cenários desafiadores, oferecendo uma rentabilidade elevada e acima da média do setor. A proposta de incorporação dos fundos BARI11 e PLCR11 pode ampliar sua escala, diluir riscos e fortalecer a liquidez no mercado secundário. Por fim, embora todas as operações estejam em dia com suas obrigações, os CRIs Cortel (5,7% do PL) e Invert (3,1%) permanecem na lista de monitoramento da gestora do fundo.
KNIP11 – Kinea Índices de Preços (Recebíveis)
O KNIP11 é um fundo de recebíveis imobiliários voltado para investidores de perfil qualificado, com foco em ativos de baixo risco de crédito e proteção contra a inflação, já que sua carteira é 100% indexada ao IPCA. Gerido pela Kinea, uma das maiores gestoras do país, o fundo combina uma gestão experiente a uma carteira diversificada e bem estruturada, composta por CRIs com garantias sólidas e devedores de boa qualidade. O portfólio é pulverizado, com operações originadas internamente e se mantém 100% adimplente até o momento.
Apesar de apresentar uma taxa de administração ligeiramente acima da média, o fundo compensa com forte governança nas operações e ausência de taxa de performance. O KNIP também se destaca pela boa liquidez no mercado secundário, baixa volatilidade e uma distribuição de rendimentos consistente, com a nossa projeção de dividend yield de 12% no cenário atual para os próximos 12 meses. É uma opção sólida para quem busca renda com segurança e estabilidade.
KNSC11 – Kinea Securities (Recebíveis)
Fechando o ranking, o KNSC11 distribuiu R$67,85 em dividendos no primeiro semestre de 2025 (considerando a aplicação de R$ 1.000 em 31/12/24). Ele é um fundo de recebíveis imobiliários da Kinea, que combina ativos atrelados ao CDI e à inflação, com uma carteira diversificada e de risco moderado. Com mais de R$ 1,7 bilhão em patrimônio líquido, o fundo investe em CRIs com diferentes perfis de crédito, equilibrando operações mais conservadoras com outras de maior retorno, sempre respaldada por garantias robustas.
A alocação é bem distribuída entre setores como escritórios, residencial, logística e shoppings, o que pode contribuir para a diluição de riscos. Com boa gestão, carteira saudável e um rendimento projetado bastante competitivo, o KNSC11 se destaca como uma alternativa sólida para quem busca renda com diversificação.
Análises dos Top 3 Fiagros
VGIA11 – Valora Agro Crédito
Com R$ 75,60 pagos em dividendos, o VGIA11 lidera entre os Fiagros (e Fiis). Gerido pela Valora Investimentos, o fundo tem foco em ativos de renda fixa ligados ao agronegócio, com gestão ativa e forte presença em CRAs originados pela própria gestora. Com quase 100% da carteira atrelada ao CDI e um perfil moderado de risco, o fundo alia boa distribuição mensal com liquidez.
A valorização da cota no primeiro semestre (+20,69%) pode refletir um reajuste do excesso de pessimismo dos investidores. Apesar de ter enfrentado um episódio de reestruturação de dívida com a Cooperativa Languiru, a operação foi renegociada sem perdas e com reforço nas garantias, demonstrando a capacidade da gestão em lidar com situações adversas.
RZAG11 – Riza Agro
Distribuindo R$ 74,88 no semestre, o RZAG11 é um Fiagro gerido pela Riza Asset, com foco em operações estruturadas internamente, com garantias predominantemente lastreadas em terras agrícolas, com destaque pelo perfil de crédito privado bem estruturado, com foco em CRAs. Sua carteira é 100% indexada ao CDI, o que pode favorecer a geração de renda em cenários de juros elevados.
O fundo apresenta boa diversificação regional, embora com certa concentração setorial, com destaque para a exposição a produtores de soja, milho e algodão. Apesar da concentração em alguns devedores relevantes, a carteira segue adimplente, e a gestão tem demonstrado agilidade em ajustes pontuais, como a recente alienação parcial de um CRA da sua carteira.
FGAA11 – FG/Agro
O FGAA11 pagou R$69,53 em dividendos e apresenta uma carteira com foco em operações de crédito estruturadas internamente e voltadas ao setor agroindustrial, especialmente no segmento de açúcar e etanol (+65% da carteira). Sua carteira é majoritariamente indexada ao CDI, o que pode favorecer a geração de renda em cenários de juros elevados.
Apesar da concentração em poucos nomes e no setor sucroalcooleiro, a gestão aposta em empresas de menor porte, mas com balanços auditados e, em geral, perfil de risco moderado, buscando retornos mais atrativos. O valuation atrativo (VM/VP de 88,35%, considerando o fechamento da conta de 30/06/2025) e o dividend yield elevado (acima de 15% no preço atual) reforçam sua atratividade, apesar da concentração setorial.
Valor de Mercado x Valor Patrimonial (VM/VP)
Para além do ranking de dividendos, a análise de retorno total entre 31/12/2024 e 30/06/2025 mostra como o timing de entrada impacta significativamente o resultado. Investidores que alocaram seus recursos em fundos negociados com desconto no fim de 2024, por exemplo, viram não apenas uma boa distribuição de dividendos, mas também forte valorização da cota no mercado.
| Fundos | Preço da cota no valor patrimonial 31/12/2024 | Preço da cota no valor mercado 31/12/2024 | VM/VP (%) no dia 31/12/2024 | Preço da cota no valor mercado 30/06/2025 | Retorno real do fundo (31/12/25 a 30/06/25) considerando o VM |
| VGIA11 | R$ 9,19 | R$ 7,38 | 80,31% | R$ 8,91 | 20,69% |
| RZAG11 | R$ 9,60 | R$ 7,30 | 76,06% | R$ 8,81 | 20,59% |
| RECR11 | R$ 89,68 | R$ 67,76 | 75,55% | R$ 84,98 | 25,42% |
| VGIR11 | R$ 9,61 | R$ 8,52 | 88,64% | R$ 9,54 | 11,92% |
| FGAA11 | R$ 9,62 | R$ 6,86 | 71,31% | R$ 8,50 | 23,90% |
| CVBI11 | R$ 90,64 | R$ 76,91 | 84,85% | R$ 83,34 | 8,36% |
| KNIP11 | R$ 90,18 | R$ 83,46 | 92,54% | R$ 90,19 | 8,06% |
| KNSC11 | R$ 8,67 | R$ 8,16 | 94,07% | R$ 8,86 | 8,58% |
A importância do valor de mercado
Embora o exercício central deste relatório considere uma simulação de aplicação de R$ 1.000,00 com base no valor patrimonial das cotas em 31/12/2024 — abordagem que permite analisar o rendimento potencial do portfólio de cada fundo de forma padronizada —, a verdade prática do investidor é outra: ele compra fundos ao valor de mercado.
E quando aplicamos esse mesmo exercício usando o preço de mercado da cota na virada do ano, o ranking de dividendos muda.
| Segmento | Fundo | Dividendos recebidos (por cota) no primeiro semestre | Dividendos totais recebidos no primeiro semestre | Preço da cota no valor de mercado | Quantidades de cotas compradas com R$1.000 |
| Fiagro | RZAG11 | R$0,72 | R$ 97,92 | R$ 7,30 | 136 |
| Fiagro | FGAA11 | R$0,68 | R$ 97,88 | R$ 6,86 | 145 |
| Fiagro | XPCA11 | R$0,53 | R$ 95,93 | R$ 5,52 | 181 |
| Fiagro | VGIA11 | R$0,70 | R$ 94,50 | R$ 7,38 | 135 |
| Fii – recebíveis | RECR11 | R$6,58 | R$ 92,05 | R$ 67,76 | 14 |
| Fii – recebíveis | HABT11 | R$6,53 | R$ 91,42 | R$ 71,25 | 14 |
| Fii – recebíveis | IRDM11 | R$4,85 | R$ 82,45 | R$ 57,65 | 17 |
| Fii – recebíveis | CVBI11 | R$6,30 | R$ 81,90 | R$ 76,91 | 13 |
| Fii – lajes corporativas | RECT11 | R$2,15 | R$ 81,70 | R$ 25,81 | 38 |
Entre os destaques, RZAG11, FGAA11 e RECR11 se destacaram, refletindo os níveis de desconto frente ao seu valor patrimonial (VM/VP abaixo de 80%).
Isso evidencia uma lição fundamental para quem investe em renda passiva via fundos: o indicador VM/VP (valor de mercado sobre valor patrimonial) pode ser um importante termômetro para avaliar o nível de desconto ou prêmio com que o fundo está sendo negociado. No entanto, um VM/VP baixo não deve ser interpretado automaticamente como uma oportunidade — em muitos casos, o desconto pode refletir questões negativas, como deterioração na qualidade da carteira, problemas de gestão ou maior percepção de risco por parte do mercado. Por isso, é essencial ir além dos indicadores e analisar o portfólio, a estratégia, governança, o histórico de performance e os fundamentos do fundo. Um bom investimento depende de um conjunto de fatores — e não apenas de um número atrativo.
Na prática, dois fundos com o mesmo dividend yield nominal podem oferecer retornos muito diferentes, dependendo do momento e do preço de entrada. O investidor que alocou recursos em fundos como RZAG11 (R$ 7,30/cota) ou FGAA11 (R$ 6,90/cota), por exemplo, obteve dividendos acima de R$ 97,00 no semestre — um desempenho expressivo frente a outros fundos com DY elevado, mas preços de entrada mais altos.
Essa variação entre rankings reforça que o timing de alocação pode influenciar os resultados, mas não deve ser o único critério: o contexto, a composição da carteira e os riscos envolvidos precisam ser analisados com a mesma atenção.
Essa distorção entre rankings mostra, de forma objetiva, a importância do timing de entrada e da avaliação criteriosa de múltiplos de preço, mesmo em produtos voltados para a renda passiva.
Em resumo, algumas curiosidades que se destacaram na nossa análise:
- O fundo que teve o maior retorno total no semestre foi o FGAA11, cuja cota de mercado subiu de R$6,86 para R$8,50 (+23,9%).
- O maior número de cotas adquiridas com R$1.000 foi o XPCA11: 181 cotas a R$5,50 cada, no valor de mercado em 31/12/2024.
- O maior retorno nominal absoluto usando o valor de mercado foi do RZAG11: R$97,90 em dividendos, com cotas compradas a R$7,30.
- A maior distorção entre valor patrimonial e valor de mercado foi também do FGAA11: VM/VP de apenas 71,31% no fim de 2024.
Esses dados mostram que o Dividend Yield isolado, calculado com base no valor de mercado, pode ocultar nuances importantes. Por vezes, um DY elevado pode ser reflexo de um desconto atrativo, mas também pode indicar riscos embutidos que justificam a precificação mais baixa. Já a análise pelo valor patrimonial ajuda a entender o potencial teórico do fundo, mas não substitui uma avaliação profunda da qualidade da carteira, da gestão e dos riscos associados. É a combinação de indicadores, contexto e análise qualitativa que sustenta decisões bem fundamentadas.
Existe melhor hora para comprar?
A análise dos fundos que mais pagaram proventos no primeiro semestre de 2025 reforça que a geração de renda passiva depende de múltiplos fatores — e que o retorno percebido pelo investidor pode estar relacionado ao momento de entrada, mas não exclusivamente a ele. Fundos negociados com desconto podem, sim, oferecer maior rendimento no curto prazo e potencial de valorização no longo prazo — mas isso depende da causa do desconto, da solidez da carteira e da perspectiva futura de resultados. Olhar apenas para o preço pode levar a conclusões equivocadas se os fundamentos não forem analisados com profundidade.
A escolha dos fundos certos passa por entender a estratégia da gestora, a qualidade da carteira de crédito, os riscos setoriais e geográficos, e, claro, o preço de entrada. Por isso, simulações como a apresentada neste relatório são essenciais para embasar decisões conscientes e evitar a armadilha de olhar apenas para o valor pago nominalmente. Todos os fundos listados aqui fazem parte da cobertura ativa do time de Research, o que reforça sua relevância e robustez na indústria.
Mais do que um ranking, este estudo é um convite à reflexão: o sucesso na renda passiva não está apenas em quanto o fundo paga, mas em quando e por quanto você decide investir.
Renda com fundamentos
Os fundos que lideraram em distribuição no semestre não apenas entregaram dividendos robustos — eles representam teses sólidas, executadas com disciplina por gestoras experientes. Seja pela indexação ao CDI ou ao IPCA, seja por contratos de longo prazo com empresas consolidadas, cada fundo traz um racional de retorno ajustado ao risco, com espaço para seguir entregando valor.
À medida que o cenário macro evolui e a expectativa de queda dos juros volta ao radar, torna-se fundamental acompanhar de perto a resiliência de cada fundo e as expectativas futuras sobre os fundos. Mais do que uma mudança na tese de investimento em si, o que se altera é a nossa perspectiva sobre risco, retorno e atratividade no novo contexto. Ainda assim, há um ponto em comum entre os destaques deste semestre: a consistência. Fundos com fundamentos sólidos continuam sendo os mais bem posicionados para enfrentar ciclos econômicos desafiadores.
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Elaborado por:
Maria Giulia Soares, CNPI 10023
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