- Ricardo Kazan é o gestor responsável por commodities na Legacy Capital, uma das maiores gestoras independentes de recursos do país;
- Ele participou do Coffee & Stocks com a Rico e discutirmos mais sobre as perspectivas do segmento daqui para frente;
- Ele “derrubou” a discussão sobre super-ciclo e abordou os grandes temos do setor que pautam inclusive suas preferencias do ponto de vista de investimento;
- Confira o resultado do papo aqui!
Commodities sempre estão entre os assuntos prediletos do(a) investidor(a) no Brasil. Aliás, esse interesse faz muito sentido, afinal, economicamente o país é relevante exportador/ produtor no setor e entre suas principais empresas de capital aberto na bolsa estão alguns nomes que atuam neste segmento.
Porém, recentemente o tema foi alvo de discussão intensa: no fim de 2020, o mercado discutia muito sobre um possível “super-ciclo” das commodities, que consiste num período onde as mesmas são negociadas por preços mais elevados. Neste ano, a crise energética que impacta o mundo de formas diferentes e a mudança do modo de trabalho das principais economias, saindo de crescimento acelerado para foco na qualidade de vida do cidadão, trouxeram o tema para o holofote nos investimentos.
Bom, dito isso, convidamos nosso amigo Ricardo Kazan, sócio e gestor de commodities na Legacy Capital, para invadir (no melhor sentido da palavra) o Coffee & Stocks do Stock Pickers na última sexta. Conduzi um papo com ele sobre o tema de forma muito leve, compartilho aqui alguns aprendizados:
Antes de mais nada, sobre o tal do “super-ciclo”: não dá para tratar as commodities como “gêmeas”, são irmãs, mas não idênticas. Por isso, seus movimentos de preço se darão de diferentes formas e direções ao longo do tempo.
Para Kazan, a melhor forma de enxergar as commodities é uma separação em macro setores: i) metais; ii) energia; iii) agrícola (falamos mais sobre elas em outro Insight); iv) metais preciosos. Cada um destes setores possuem grandes movimentos que independem das demais.
E quando questiono sobre o cenário para estas grandes classes, ele me pontua os 3 grandes temas deste mercado no momento:
1- Crise energética no mundo: problemas com a oferta de gás natural próximo do inverno no hemisfério norte, o que pressiona o preço dessa commodity para cima. Fora a expectativa de “problemas” na cadeia de petróleo, que tornam os contratos de mais curto prazo “baratos”, para Kazan.
Ele ainda complementa que, para contratos de petróleo mais longos, discussão é outra e mais cautelosa. O avanço da indústria de carros elétricos e os impasses ambientais que essa matriz energética causa, serão pontos relevantes para definir preço daqui para frente.
2- Desaceleração do avanço nas propriedades chinesas: aqui a mira se volta para os metais. A China está capitaneando essa mudança para foco em qualidade de vida do cidadão, e com isso, aquela política de “crescimento a qualquer custo” acaba ficando de lado. Isso gera um impacto na demanda por metais, principalmente os atrelados ao setor de construção.
Ah, e esse ponto se conecta com o ponto 1. O custo de energia é muito importante para as refinarias de metais, diversas delas estão parando sua produção pela elevação dos preços das matrizes energéticas.
3- Juros reais que devem permanecer mais baixos: a “mudança de mão” na política monetária global é fundamental para diversos mercados, inclusive para os metais precisos, como é o caso do ouro. Para Kazan, mesmo com a elevação das taxas de juros ao redor do mundo e as que ainda estão por vir, o ambiente de juros reais (descontados da inflação) ainda é promissor para estas commodities “brilhantes”.
Para entender no detalhe as opiniões da Legacy sobre as commodities e o que Ricardo Kazan tem de maior convicção na sua carteira, assista na integra o papo:
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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