• A dívida bruta brasileira caiu para 84% do PIB, mas ganhos de curto prazo pedem cautela para não abrirem a “porteira dos gastos” e reverterem ganhos
  • Ainda apor aqui, o desemprego seguiu estável em maio com criação de novas vagas, de um lado, e volta a procura por emprego, do outro

Dívida bruta cai para 84% do PIB, mas ganhos fiscais desse ano pedem cautela

O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 65,5 bilhões em junho, reduzindo o acumulado em 12 meses para 3,8% do PIB, de 5,41% do PIB em maio.

O resultado veio melhor do que o consenso do mercado (em R$ – 70,1 bilhões), apesar da surpresa ligeiramente negativa de ontem no resultado do Tesouro Nacional – esse levado principalmente por gastos maiores do que o estimado com previdência, diante da antecipação de alguns benefícios sociais na esteira do combate à pandemia.

O resultado de hoje melhor do que o esperado pode (novamente) ser explicado principalmente pela boa perfomance de governos regionais, que registraram superávit primário de R$ 8,4 bilhões em junho e alcançaram a robusta marca de R$ 73 bilhões no acumulado em doze meses (ou 0,9% do PIB ). Isso se compara a um superávit de R$ 9,3 bilhões registrado em junho de 2019, considerando um nível pré-pandêmico.

O desempenho positivo especialmente dos governos estaduais pode ser explicado por uma combinação de fatores, que incluem caixas fortalecidas por transferências da União no ano passado, a recuperação robusta da receita com a volta da atividade, além de uma dinâmica de gastos mais lenta, dadas as restrições relacionadas à Covid no início deste ano. O recém aprovado pacote de negociação de dívidas com a União também tem desempenhado um papel positivo para os estados mais endividados.

Quanto à dinâmica da dívida, a dívida bruta caiu para 84% do PIB em junho, uma redução de 0,6 pp em relação ao mês anterior. A dívida líquida, por sua vez, subiu 1 pp, para 60,9% do PIB, devido à apreciação do Real no período. A apreciação cambial também favoreceu o desempenho dos pagamentos de juros nominais neste mês, por meio de ganhos positivos em operações de swap, recuando para 3,55% do PIB no acumulado em doze meses, ante 3,73% em maio.

Olhando para frente, uma combinação de receita robusta, forte desempenho de governos regionais e gestão eficaz de recursos (além da aprovação tardia do orçamento deste ano) consolidará boas notícias para a dinâmica da dívida pública deste ano.

No entanto, isso deve ser visto com cautela, já que discussões sobre o aumento dos gastos para o ano eleitoral (especialmente se isso incluir mudanças ao atual quadro fiscal) podem erodir rapidamente esses ganhos de curto prazo.

Desemprego segue estável em maio com novas vagas e retorno a procura por emprego

A taxa de desemprego medida pela PNAD Contínua caiu levemente para 14,6% no trimestre terminado em maio, de 14,7% em abril – mas se manteve estável em 14,3% no mês, se considerarmos um ajuste de sazonalidade ao dado. Ou seja, o nível de desemprego da população brasileira seguiu praticamente inalterado entre abril e maio deste ano.

O resultado pode trazer certa estranheza a investidores que seguem atentos aos dados macroeconômicos, dado o resultado positivo de ontem da criação de vagas de trabalho medidas pelo Caged.

As principais explicações para isso incluem: o fato de que o Caged apura resultados de criação e destruição de vagas apenas no setor formal, enquanto a PNAD olha também para o setor informal (que representa 42,1% do total da população empregada no Brasil), indo além da criação e destruição de vagas; as ferramentas estatística usadas para cada pesquisa; e o fato de que a PNAD considera o total da população empregada em relação a força de trabalho.

Deste modo, o dado de hoje mostra que apesar do crescimento de 0,6% no total da população ocupada no mês, o aumento na mesma magnitude da força de trabalho compensou no resultado final. Em outras palavras, apesar de haver mais pessoas trabalhando, há também mais pessoas a procura de trabalho – movimento que deve seguir ganhando força com a normalização da atividade diante do avanço da vacinação contra a Covid-19 (a força de trabalho segue 4,5% abaixo do nível pré pandemia).

Do lado positivo, a média real de salários efetivos subiu pelo terceiro mês consecutivo em maio, atingindo o maior nível desde novembro de 2020 (R$ 2.536 por mês, com ajuste sazonal).

Olhando para frente, a taxa de desemprego deve seguir em compasso de recuperação gradual ao longo dos próximos meses, conforme vagas vão sendo criadas e pessoas voltam a procurar emprego, retomando o nível pré pandemia na segunda metade do ano que vem.

Para o investidor pessoa física, o dado é importante não somente diante das perspectivas de empregabilidade de cada um, mas também considerando a renda que será usada no consumo e investimentos como um todo, movimentando a economia, empresas e o mercado.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 6928

1) Este relatório de análise foi elaborado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos ou XP”) de acordo com todas as exigências previstas na Resolução CVM 20/2021, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A XP Investimentos não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório.
2) Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor.
3) O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à XP Investimentos e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela XP Investimentos.
4) O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Resolução CVM nº 20/2021 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório.
5) Os analistas da XP Investimentos estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC Brasil para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários da XP Investimentos.
6) O atendimento de nossos clientes é realizado por empregados da XP Investimentos ou por assessores de investimento que desempenham suas atividades por meio da XP, em conformidade com a Resolução CVM nº 178/2023, os quais encontram-se registrados na Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários – ANCORD. O assessor de investimento não pode realizar consultoria, administração ou gestão de patrimônio de clientes, devendo atuar como intermediário e solicitar autorização prévia do cliente para a realização de qualquer operação no mercado de capitais.
7) Para fins de verificação da adequação do perfil do investidor aos serviços e produtos de investimento oferecidos pela XP Investimentos, utilizamos a metodologia de adequação dos produtos por portfólio, nos termos das Regras e Procedimentos ANBIMA de Suitability nº 01 e do Código ANBIMA de Distribuição de Produtos de Investimento. Essa metodologia consiste em atribuir uma pontuação máxima de risco para cada perfil de investidor (conservador, moderado e agressivo), bem como uma pontuação de risco para cada um dos produtos oferecidos pela XP Investimentos, de modo que todos os clientes possam ter acesso a todos os produtos, desde que dentro das quantidades e limites da pontuação de risco definidas para o seu perfil. Antes de aplicar nos produtos e/ou contratar os serviços objeto deste material, é importante que você verifique se a sua pontuação de risco atual comporta a aplicação nos produtos e/ou a contratação dos serviços em questão, bem como se há limitações de volume, concentração e/ou quantidade para a aplicação desejada. Você pode consultar essas informações diretamente no momento da transmissão da sua ordem ou, ainda, consultando o risco geral da sua carteira na tela de carteira (Visão Risco). Caso a sua pontuação de risco atual não comporte a aplicação/contratação pretendida, ou caso existam limitações em relação à quantidade e/ou volume financeiro para a referida aplicação/contratação, isto significa que, com base na composição atual da sua carteira, esta aplicação/contratação não está adequada ao seu perfil. Em caso de dúvidas sobre o processo de adequação dos produtos oferecidos pela XP Investimentos ao seu perfil de investidor, consulte o FAQ. As condições de mercado, mudanças climáticas e o cenário macroeconômico podem afetar o desempenho do investimento.
8) A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.
9) Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo assessores de investimentos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos.
10) SAC. 0800 77 20202. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710.
11) O custo da operação e a política de cobrança estão definidos nas tabelas de custos operacionais disponibilizadas no site da XP Investimentos: www.xpi.com.br.
12) A XP Investimentos se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou seu conteúdo.
13) A Avaliação Técnica e a Avaliação de Fundamentos seguem diferentes metodologias de análise. A Análise Técnica é executada seguindo conceitos como tendência, suporte, resistência, candles, volumes, médias móveis entre outros. Já a Análise Fundamentalista utiliza como informação os resultados divulgados pelas companhias emissoras e suas projeções. Desta forma, as opiniões dos Analistas Fundamentalistas, que buscam os melhores retornos dadas as condições de mercado, o cenário macroeconômico e os eventos específicos da empresa e do setor, podem divergir das opiniões dos Analistas Técnicos, que visam identificar os movimentos mais prováveis dos preços dos ativos, com utilização de “stops” para limitar as possíveis perdas.
14) Ação é uma fração do capital de uma empresa que é negociada no mercado. É um título de renda variável, ou seja, um investimento no qual a rentabilidade não é preestabelecida, varia conforme as cotações de mercado. O investimento em ações é um investimento de alto risco e os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros e nenhuma declaração ou garantia, de forma expressa ou implícita, é feita neste material em relação a desempenhos. As condições de mercado, o cenário macroeconômico, os eventos específicos da empresa e do setor podem afetar o desempenho do investimento, podendo resultar até mesmo em significativas perdas patrimoniais. A duração recomendada para o investimento é de médio-longo prazo. Não há quaisquer garantias sobre o patrimônio do cliente neste tipo de produto.
15) O investimento em opções é preferencialmente indicado para investidores de perfil agressivo, de acordo com a política de suitability praticada pela XP Investimentos. No mercado de opções, são negociados direitos de compra ou venda de um bem por preço fixado em data futura, devendo o adquirente do direito negociado pagar um prêmio ao vendedor tal como num acordo seguro. As operações com esses derivativos são consideradas de risco muito alto por apresentarem altas relações de risco e retorno e algumas posições apresentarem a possibilidade de perdas superiores ao capital investido. A duração recomendada para o investimento é de curto prazo e o patrimônio do cliente não está garantido neste tipo de produto.
16) O investimento em termos são contratos para compra ou a venda de uma determinada quantidade de ações, a um preço fixado, para liquidação em prazo determinado. O prazo do contrato a Termo é livremente escolhido pelos investidores, obedecendo o prazo mínimo de 16 dias e máximo de 999 dias corridos. O preço será o valor da ação adicionado de uma parcela correspondente aos juros – que são fixados livremente em mercado, em função do prazo do contrato. Toda transação a termo requer um depósito de garantia. Essas garantias são prestadas em duas formas: cobertura ou margem.
17) O investimento em Mercados Futuros embute riscos de perdas patrimoniais significativos. Commodity é um objeto ou determinante de preço de um contrato futuro ou outro instrumento derivativo, podendo consubstanciar um índice, uma taxa, um valor mobiliário ou produto físico. É um investimento de risco muito alto, que contempla a possibilidade de oscilação de preço devido à utilização de alavancagem financeira. A duração recomendada para o investimento é de curto prazo e o patrimônio do cliente não está garantido neste tipo de produto. As condições de mercado, mudanças climáticas e o cenário macroeconômico podem afetar o desempenho do investimento.
18) ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO ANBIMA DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO.