- A queda do Bitcoin e outras importantes criptomoedas no final da semana passada assustou muitas pessoas novas nesse mercado
- O que muitos não compreenderam ainda é que, para investir em criptomoedas, não podemos nos deixar afetar pela síndrome de Dory e esquecer a volatilidade desse tipo de ativo
- Por outro lado, a descorrelação aparente entre os retornos das criptos e das outras classes de ativos pode ser uma boa adição a uma carteira diversificada
Na última sexta (23), a tela de quem acompanha as cotações de criptomoedas estava mais ou menos assim:
As criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum, tiveram uma correção forte depois de uma sequência de altas em 2021. Mas não se assuste: esse é o comportamento normal para esses ativos, onde a alta volatilidade é inerente ao negócio.
Com grandes retornos vêm grandes volatilidades
Os grandes retornos atraem muitos investidores, mas é preciso tomar cuidado com a síndrome de Dory (a peixe de Procurando Nemo que sofre de perda de memória recente): movimentos de fortes altas seguidas de fortes quedas são comuns nesse tipo de ativo.
Em dezembro de 2013, o Bitcoin subiu 467% em um mês, mas, logo depois, entrou em queda e chegou a perder 83% do seu valor. Um movimento parecido aconteceu em 2017, quando o preço alcançou US$ 20 mil, mas caiu bruscamente e só recuperou as perdas em dezembro do ano passado.
Um estudo recente da XP mostra que o Bitcoin tem retorno anualizado de 130%, enquanto o S&P tem 37% e o Ibovespa 13%. Por outro lado, a volatilidade anualizada do Bitcoin é bem maior que a dos índices:
Ou seja: o potencial de retorno é alto, assim como a chance de sofrer grandes perdas.
Mas qual é a vantagem?
A análise abaixo mostra a correlação entre o Bitcoin e ativos mais tradicionais analisando os últimos 10 anos. Quanto mais perto de zero o valor, menor a relação entre os ativos comparados; se chegar a -1, os ativos se movem em relações totalmente opostas.
Olhando só a primeira coluna, temos a correlação entre Bitcoin e outros ativos. Dá para ver que a correlação é baixíssima, né? Essa característica é muito interessante para compor uma carteira, porque indica que as altas dos ativos estão ligadas a motivos diferentes. Em outras palavras, um evento que é catastrófico para suas ações, por exemplo, pode ser uma maravilha para as criptos, mantendo a carteira protegida.
É exatamente esse efeito que buscamos quando falamos repetidamente aqui que é muito importante ter uma carteira de investimentos diversificada. Mas não dá pra falar que as criptos sempre vão em direção oposta ao mercado só por isso: no ano passado, quando o S&P 500 teve uma queda de -34% por conta da pandemia, o Bitcoin caiu -33% no mesmo período, em dólares.
Cripto-tudo
É importante lembrar que nem só de Bitcoin vivem os criptoativos.
A Ethereum, por exemplo, é a segunda maior criptomoeda do mercado e muito utilizada na compra de outro tipo de criptoativo que bombou no começo desse ano: os NFTs, tokens atrelados a obras digitais, e que também tem transações registradas em blockchain. Se essa sopa de letrinhas te confundiu, explicamos mais sobre NFTs, blockchain e a criptomania em um outro insight.
Ainda em abril, o mercado viu a criptomoeda Dogecoin, até então uma moeda-meme, disparar e alcançar o valor de mercado de US$40 bilhões, brigando pela posição de 5ª maior criptomoeda com a Tether. Ou seja, todo dia aparece uma criptomoeda nova, enquanto os investidores buscam sempre a próxima a estourar no mercado.
Como investir em Bitcoin e outras criptomoedas?
A plataforma da Rico já oferece o fundo Discovery, da Hashdex, que acompanha com 20% do patrimônio do fundo o índice de criptoativos HDAI, e, com o restante, faz caixa.
E hoje é um dia especial para os fãs brasileiros de criptos: o primeiro ETF de criptomoedas do país, o ETF Hashdex Nasdaq Crypto Index Fundo de Índice, negociado pelo código HASH11, estreia na bolsa!
O HASH11 já chegou gigante: o fundo levantou R$ 615.250.700 em emissão primária e emitiu 12.305.014 cotas na última sexta, por isso já nasce como o 5º maior ETF listado na B3. Segundo o Valor, 80% dessas reservas foram feitas por pessoas físicas, que vem tomando espaço no mercado brasileiro desde o ano passado. O valor de cada cota saiu por R$ 47,02, com taxa de ingresso de R$ 2,98 por cota, somando R$ 50.
O fundo irá replicar o Nasdaq Crypto Index (NCI), que é atualmente composto por Bitcoin, Ethereum, Stellar, Litecoin, Bitcoin Cash e Chainlink.
Você pode negociar investir em HASH11, assim como em outros ETFs, na plataforma da Rico, pelo homebroker. Veja também o evento Ouro Digital, do InfoMoney em parceria com a XPeed, para aprender mais sobre as criptos.
Elaborado por:
Betina Roxo, CNPI 1493
Paula Zogbi, CNPI 2545
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