O Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa Selic em 1pp, para 5,25% ao ano. Em um comunicado mais hawkish (referência usada no mercado para um posicionamento mais duro em relação à inflação por Bancos Centrais), o Copom explicitou que deverá levar a taxa básica de juros além do nível neutro – calculada em torno de 6,5% ao ano. Ou seja, aquele nível em que os juros não estão estimulando nem desestimulando a economia.
Entre as razões destacadas pela autoridade monetária, destaca-se a preocupação com a alta recente de preços, não somente sobre bens industriais fruto majoritariamente de desequilíbrios da pandemia (algo já destacado na última reunião), mas também do nível acima do esperado da alta nos preços de serviços, além de novas pressões sobre alimentos e energia, ambos ligados a questões climáticas.
De fato, apesar de questões como a alta do preço da energia e de alimentos estarem mais fora do controle do Banco Central, cresce a preocupação de que uma inflação que deve terminar o ano muito acima da meta (de 3,75%), sem uma mensagem de juros mais altos adiante, acabe deteriorando as expectativas para o ano que vem.
Diante da postura mais dura do Banco Central sobre o comprometimento de ancorar as expectativas e levar a inflação à meta no ano que vem, entendemos que a Selic deve seguir em elevação até atingir 7,25% ao ano em dezembro (com 1pp na próxima reunião, seguido de duas altas de 0,5pp).
Para o investidor pessoa física, a decisão não deve trazer grandes mudanças, dado já ser amplamente esperada. Já a perspectiva de uma Selic um pouco mais alta para o fim do ano (de 6,75% para 7,25%) pode trazer preocupações sobre qual seria o limite desse ciclo de alta. Estaríamos abrindo a porta para os dois dígitos?
Por ora (felizmente) não. É claro, vale destacar que essa visão considera a manutenção do cenário fiscal atual. Ou seja, se o cenário fiscal se deteriorar, com por exemplo mudanças ao arcabouço fiscal vigente, entendemos que o Banco Central pode se ver obrigado a ir além – dos 7,25%. Dito isso, diante da credibilidade da atual autoridade monetária (agora também formalmente autônoma), um mundo de Selic a dois dígitos segue ainda distante do cenário base, ao menos no curto prazo.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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