Aqui no time de análise da Rico, nós somos uma família – afinal de contas, passamos todos os dias junto (digitalmente). Pois bem, depois de incontáveis respostas ao último Rico Matinal, de minha autoria, como essa aqui:

Eu praticamente fui “expulso de casa”, neste contexto. Caros 13 leitores, a participação de vocês tem força…

Além dessa “instabilidade familiar”, ficou claro o interesse de vocês pelo assunto, por isso, sem mais delongas, neste insight vou falar a fundo sobre os fundos.

Antes de mais nada, é importante salientar as duas regras soberanas dos investimentos: i) antes de investir, entenda seu perfil de investidor e se aquela opção de alocação de dinheiro faz sentido para ele; ii) no mercado financeiro, os fatores não precisam se excluir, podem se somar. Você não precisa dizer um “ou”, mas sim um “e”, e as vezes a pergunta certa não é “ter ou não?”, mas sim “quanto devo ter?”.

Durante a análise, fazemos seleção de fundos com base em critérios qualitativos e quantitativos. Afinal de contas, um fundo de investimento não deve ser encarado como um produto financeiro, mas sim como um serviço de gestão de recursos profissional.

Após “passar a peneira”, chegamos aos nomes que temos predileção dentro de cada classe de fundo. Dentro do contexto de opções mais conservadoras, gostamos dos fundos de renda fixa que são focados em crédito privado, que são títulos de dívida emitidos por empresas. E o por que?

A imagem acima ilustra o spread de crédito brasileiro. No bom português, o quanto os títulos emitidos por empresas pagam, em média, a mais do que a taxa de juros referência (aqui foi utilizado o CDI).

Esse ganho com taxas “mais gordas” é muito interessante, ainda mais quando ajustamos ao risco que vamos correr para ganhar essas taxas – que é mais baixo por estarmos falando de títulos emitidos por empresas com boa saúde financeira.

Nesse sentido, nada melhor do que os gestores dos fundos Polo Crédito Corporativo, JGP Corporate Feeder III, XP Top FIRF, Augme 45 Advisory para fazerem a seleção de quais são as boas dívidas para se ter em carteira. Ah, e para títulos atrelados à inflação (IPCA+), o fundo XP Debentures Incentivadas dá conta do recado muito bem.

Fundos Multimercado

Saindo do “mundo conservador” e começando a pisar um pouco no acelerador: os fundos multimercados são parte importante na diversificação de carteira de um investidor que busca retornos mais expressivos ao longo do tempo. Dentro dessa categoria existem diversas variações de fundos, nós gostamos principalmente de quatro delas – macro, long & short, quantitativos e alternativos.

Os fundos macro são os mais tradicionais: a equipe de gestão avalia o cenário e busca ganhar dinheiro nele, conforme sua proposta de exposição a risco. Investem em diversos ativos de forma simultânea, como renda fixa, renda variável, commodities, tanto comprados apostando na valorização, como vendidos, apostando na queda de preço. Geralmente, nas nossas recomendações de carteira, nós utilizamos os macros de maior risco.

Absolute Vertex, Legacy Capital, Kapitalo Kappa, Ace Capital são excelentes pedidas.

A classe quantitativa, nos multimercados, tem o mesmo racional dos fundos macro, a diferença é que eles automatizam toda a gestão por meio de tecnologia. Essas gestoras investem muito em tecnologia, análise de dados, e automação de processos de gestão.

A Giant Steps é uma das principais nesse segmento e seus fundos são os nossos queridinhos, tanto o Giant Darius, como seu irmão Giant Sigma. Aliás, embora eles tenham estratégias diferentes, olhamos para eles como gêmeos em nossas recomendações, então faça um investimento equivalente em ambos pois eles se otimizam:

Fundos Long & Short

Mudando de mercado, mas não de propósito, os fundos long & short investem em ações, porém de forma relativa. Basicamente, o time de gestão seleciona quais ações possuem fundamentos mais fortes para valorização e as compram, e para aquelas que possuem fundamentos mais frágeis, ou como eu gosto de chamar, “as que eles não gostam”, ficam vendidos para ganhar na desvalorização ou num valorização mais baixa do que a carteira de ações compradas deles.

O foco é esse: ganhar na diferença de performance entre as ações que eles compraram x vendidas. Tem uma turminha aí que faz isso muito bem, como: Moat Capital Equity Hedge, Ibiuna Long Short RPS Equity Hedge D30.

Preste atenção que, embora seja um fundo que usa ações como veículo de investimento, eles não são considerados fundos de ações, por assim dizer. Até mesmo quando olhamos pelo prisma de risco, é bem menor do que os fundos de ações propriamente ditos.

Fundos Alternativos

E os alternativos, os famosos fundos hipsters, que são estratégias mais especificas em que um time de gestão desenvolveu ao longo dos anos e dá muito certo. Aqui não tenho uma lista muito longa, a menina dos olhos é a Absolute Alpha Global.

Essa mocinha aqui investe em fusões e aquisições (M&A) de empresas. O chamado “event driven Investing”, focados em ganhar dinheiro comprado ou vendendo essas situações de eventos entre corporações, tanto aqui no braza, quanto lá fora.

Fundos de ações

Saindo dos multis para os unis, os famigerados fundos de ações brasileiras. Aqui vou separar em duas subcategorias: long biased e long only, ou como eu gosto de chamar, Nutella e raiz.

Nossos queridíssimos amigos nutellas investem em ações, com pelo menos 67% do patrimônio do fundo, mas não necessariamente com todo capital, e com essa outra parcela que sobra eles podem diversificar. Podem fazer posições vendidas (assim como os fundos long short), ou mesmo em ativos fora da bolsa, como renda fixa, moedas, commodities, vai depender da estratégia do fundo.

A galera da Dahlia Capital (ou como eu chamo: “parças da Betina”) fazem muito bem essa estratégia focada em ações, porém investindo fora da bolsa também, no fundo Dahlia Total Return. Boa parte do time cobriu ações ao longo da última década no Bank of America Merrill Lynch (ou só Merrill mesmo), mas tem membros da equipe da gestão com expertise forte em outros mercados, inclusive aqueles que não falam português.

Mas a Dahlia não nada de braçada tão fácil assim não, o fundo Truxt Long Biased vem logo ali com a mesma construção de estratégia.

Para os long biaseds Nutella mas nem tanto, que investem em ações ou se protegem por meio de posições vendidas nelas, gostamos bastante do time do XP Long Term Equity, Tork Advisory 60, Távola Absoluto, Safari 45.

E sabe o que combina bem com Nutella na sua carteira? A galera raiz, os “tiozões da bolsa”. Aquele estilo mais simples que resolve tudo, esses amigos aqui ou estão 100% investidos em ações, comprados em companhias que querem se tornar sócios para o longo prazo, ou estão um pouco menos do que isso, fazendo caixa a espera de melhores oportunidades de preços nas ações.

E no meu churrasco não pode faltar Brasil Capital 30, Navi Cruise e Kiron FIC FIA.

Para fechar com chave de ouro, mas não menos importante, a “gringaiada” chega cheia de grife nas carteiras brasileiras. Esse “salto alto” vem do fato deles serem recomendados apenas para investidores qualificados.

Fundos Internacionais

Eles fazem o mesmo que os fundos nacionais, porém sob a ótica de alocação internacional. Para renda fixa, gostamos bastante de misturar os seguintes fundos dentro da estratégia: Moneda Latam Credit, AXA US HY e Oaktree Global Credit. Se você for mais conservador, fique apenas no Morgan Stanley Global Fixed Income.

Para renda variável: Morgan Stanley Global Opportunities, Morgan Stanley Global Brands AXA Digital Economy.

Mas Collazo, e eu que não sou qualificado, não posso investir em fundos no exterior?

Na realidade, você pode investir em fundos de gestão passiva, ou seja, que não possuem um time de gestão realizando os investimentos, puro e simplesmente replicam um índice lá de fora, como a bolsa americana por exemplo (S&P 500). A família Trend de fundos vai te dar acesso a diversos índices no exterior.

Porém, para você que gostaria de ter a gestão ativa: a família de fundos DNA constroem uma carteira diversificada, pensando na construção de patrimônio a longo prazo, para cada perfil de investidor. Dentro de suas carteiras eles possuem posição em fundos ativos internacionais, os mesmos que eu citei acima inclusive, e mesmo que você não seja qualificado, ao investir neles, terá participação nestes fundos. Além disso, começando com R$100 reais, você já consegue investir nos fundos DNA.

Todos os fundos citados estão disponíveis na sua conta da Rico, basta acessar e conferir na aba de fundos de investimento.

Mas Collazo, para aplicar diretamente nesses fundos tem um mínimo de aplicação elevado, não existem opções com mínimo menor?

Na realidade, para a qualidade e porte destes fundos, o mínimo é baixo (dentro dos padrões do mercado. Porém, conheço e muito as dificuldades de diversificar o patrimônio sendo um investidor de menor porte, afinal de contas, sou um deles.

Os fundos DNA, por exemplo, com R$100,00 você consegue investir em qualquer fundo da família, montando uma carteira completa de investimento alinhada a seu perfil e horizonte de investimento.