Chega o final do ano e não é só “Papai Noel” que fica encarregado de fazer compras para o Natal. Todos nós também almejamos preparar uma ceia completa para aproveitar com a família e presentear quem amamos. Para tornar este momento ainda mais especial, planejamos pratos típicos das festividades natalinas que todos os brasileiros desejam saborear nesta noite única.
No entanto, a cada ano, temos a sensação de que tudo está mais caro, e precisamos gastar cada vez mais para adquirir os alimentos e os presentes para a confraternização em família. Mas, afinal, quão mais caros se tornaram os produtos que consumimos durante a época do Natal? Será que os itens da cesta de Natal realmente estão mais caros em comparação aos últimos anos? Descubra a seguir.
Quão mais cara está a ceia de Natal?
No atual cenário econômico do Brasil, com a economia aquecida, baixo desemprego e alta demanda por bens e serviços, estamos presenciando a inflação se distanciar da meta perseguida pelo Banco Central, refletindo pressão sobre os preços em diferentes categorias de consumo dos brasileiros.
Em nosso dia a dia, somos impactados pela alta dos preços de itens essenciais, como energia, alimentos, gasolina e transporte. No entanto, durante o final do ano, alguns produtos se tornam indispensáveis – dentre eles, aqueles que compõem a famosa “ceia de Natal”.
Considerando a tradição das festividades de final de ano, realizamos uma análise dos preços de uma cesta de alimentos frequentemente utilizada nas ceias natalinas, observando sua evolução desde 2020. Seis produtos foram selecionados: filé mignon, bacalhau, queijo, vinho, frutas e leite condensado.
A tabela abaixo apresenta a inflação dos preços desses itens no período de 2020 a 2024.
Comidas | Inflação no período |
Filé mignon | 5,98% |
Bacalhau | 26,02% |
Leite Condensado | 51,95% |
Queijo | 53,42% |
Frutas | 94,25% |
Vinho | 22,70% |
IPCA | 32,77% |
Algo que chama a atenção nessa tabela é a baixa variação de preço do filé mignon em comparação aos outros itens e em relação ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor, que compila uma ampla cesta de produtos e serviços). Isso pode ser explicado pelo fato de que os preços das proteínas caíram em 2022 e 2023 devido a um aumento da oferta, característico do ciclo econômico da pecuária.
Por outro lado, podemos perceber o aumento significativo nos preços das frutas, que quase duplicaram no mesmo período. A alta pode ser atribuída a vários fatores, incluindo condições climáticas adversas que afetam a produção, aumento nos custos de insumos, crescimento do custo de logística exacerbado por eventos como a pandemia da COVID-19 e enchentes no estado do Rio Grande do Sul. Além disso, a sazonalidade das colheitas e a demanda externa por exportações podem ter contribuído para a elevação dos preços, refletindo a inflação geral no setor alimentício, como contamos em detalhes nesta análise.
Presente de amigo oculto: inflação nos preços!
A época de Natal também é caracterizada pela troca de presentes. Costumamos presentear nossos familiares e amigos próximos, além de participar de confraternizações, onde é comum acontecer a brincadeira de “amigo oculto”.
Uma pesquisa realizada pela Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento, em parceria com o Instituto Datafolha, mostrou que os presentes mais citados pelo grupo de avaliados são: roupas (60%), brinquedos (42%), seguidos de calçados (18%) e perfumes e cosméticos (15%).
Com isso em mente, fizemos a análise da inflação de 2020 até 2024 dos itens acima e incluímos “flores”, uma opção comum de presente para a época, conforme ilustrado na tabela abaixo:
Presentes | Inflação no período |
Roupas | 33,50% |
Flores | 58,31% |
Brinquedos | 17,02% |
Perfume | 37,11% |
IPCA | 32,77% |
É possível perceber que as flores se destacaram no quesito aumento de preços, o que pode ser explicado por fatores similares aos que comentamos em relação às frutas. O aumento de preços nos faz perceber que presentear está cada vez mais caro, e opções mais em conta, como as chamadas “lembrancinhas”, têm sido uma escolha comum entre os brasileiros.
E se a família morar em outro estado?
Além dos presentes e itens da ceia natalina, muitas pessoas que moram longe da família costumam viajar durante o Natal para se reunir e celebrar a data juntos. Para essas pessoas, é importante considerar os custos de transporte. Por isso, analisamos a inflação das passagens aéreas e dos serviços de transporte por aplicativo no período de 2020 a 2024.
O resultado foi um aumento de 31,82% nas passagens aéreas e 19,86% no custo de corridas de aplicativo.
Em nosso dia a dia, independentemente do período, é perceptível o aumento dos custos de transporte — explicado tanto pelo aumento da demanda quanto por custos como os de veículos e combustíveis.
Alguns fatores podem explicar o aumento desses preços, incluindo custos de manutenção, demanda aquecida, desvalorização da nossa moeda e preços de combustível.
Vale lembrar que organizar-se para as festas de final de ano antecipadamente é uma forma de economizar nos custos, dado que os preços podem subir consideravelmente, quanto mais próximo da viagem.
Cesta de Natal
De forma conjunta, considerando os 12 itens que analisamos, a inflação nesse período foi de 46,55%. Isso significa que, se você gastou R$ 1.000,00 em custos com o Natal em 2020, este ano o custo seria, em média, de R$ 1.465,50.
Separando por cada uma das cestas que analisamos: alimentos, presentes e transporte, que variaram, respectivamente, 41,5%, 39,28% e 46,8%.
A diferença no aumento dos preços das diferentes categorias reflete os custos embutidos e características de cada tipo de bem e serviço. Por exemplo, a variação no preço de alimentos tende a ser sentida de forma mais direta e rápida pelos consumidores após um evento climático (por exemplo, enchentes) que impacta a produção.
Já os preços de produtos como veículos e eletrodomésticos tendem a variar com menos frequência e volatilidade, tanto por serem bens não essenciais para o consumo das famílias quanto pelo fato de serem impactados por uma série de custos e fatores — como nossa taxa de câmbio, o nível de aquecimento da economia doméstica, a demanda interna e externa, entre outros.
Como economizar no Natal?
Conseguir economizar na época do Natal pode parecer difícil diante de tantos presentes e confraternizações, mas fazer uma lista do que será necessário, comparar preços, priorizar o que vai consumir e ter várias opções para presentear são exemplos do que pode ser feito de forma fácil e rápida antes de ir às compras.
Se você se surpreendeu com a forte alta nos preços nos últimos anos e deseja obter algumas dicas valiosas sobre como poupar mesmo com tantos eventos e comemorações, abordamos neste texto como economizar nas festas de final de ano.
Além disso, para quem precisar viajar para encontrar e celebrar com a família, a Rico ajuda nesse objetivo. Com a função do aplicativo chamada “Meus Objetivos”, você tem auxílio na hora da sua organização financeira e na definição de metas de forma prática e descomplicada.
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