• Em posts, lives ou qualquer situação de interação social, uma das primeiras perguntas que recebemos ao longo de um ciclo de altas da Selic é: como fica a renda variável agora?
  • Nesse Insight, explicamos por que não devemos comparar dividendos de empresas com a Selic ou o CDI, mas sim com os juros reais
  • Também trazemos as melhores pagadoras de dividendos para investir em maio
  • Por fim, entenda por que nada disso é um convite a deixar a renda fixa de lado

Ciclos de alta da Selic inevitavelmente levam a uma categoria bem específica de perguntas: como fica a renda variável?

Antes de falar de respostas, vamos entender os motivos que levam à dúvida: quando a Selic sobe, aumenta também a rentabilidade do investimento mais seguro disponível no país: o Tesouro Selic — para facilitar a nossa conversa, pode ser que eu chame esse investimento de liquidez diária de “caixa” ou de “CDI” nas próximas linhas.

A associação é simples: se eu posso ganhar mais dinheiro que antes com o máximo de segurança possível, por que eu iria me arriscar em renda variável, onde posso perder dinheiro no curto prazo?

Já passamos momentos em que essa pergunta realmente fazia muito sentido, e acabava ficando sem resposta. Mas, no cenário atual, podemos resumir o porquê em duas palavras: ganhos reais. Também dá para resumir em uma só, se preferir: inflação.

Considerando a Selic atual (3,5%) ou mesmo o provável patamar em que ela chegará na próxima reunião (4,25%), o ganho do CDI descontado do imposto de renda é menor que a inflação projetada (com a menor alíquota, de 15%, ficamos em 2,97% e 3,82%, respectivamente, contra uma inflação que deve chegar em 5,4% em 2021, segundo a previsão do nosso time de economia). A expectativa do time é que a Selic chegue em 5,5% a.a. na reunião de setembro, o que nos leva a um juro real projetado para o fim do ano em apenas 0,1%.

Enquanto isso, o Dividend Yield (relação entre os dividendos pagos e os preços das ações) esperado para 20 empresas da bolsa ultrapassa 5,5% — e, além de não existir cobrança de IR sobre esses ganhos, o valor pago tende a crescer acima da inflação.

O quê? Espera aí, me explica direito.

Sim! A nossa intuição tende a comparar dividendos com Selic, mas a verdade é que essa comparação deveria ser feita com juros REAIS, ou seja, descontando a inflação. O motivo? Boas empresas repassam a inflação em seus preços e, consequentemente, tendem a ver suas ações valorizarem junto.

E se o DY médio do Ibovespa já parece interessantíssimo depois dessa mudança de mindset, né? E se eu contar para você que as empresas da nossa carteira Top Dividendos de maio devem pagar dividendos de até 14% em 2021 e até 10,4% em 2022?

Aposto que você vai querer clicar aqui para conhecer quais são essas ações (disponível na área logada da Riconnect — se não tem cadastro, é só fazer um rapidinho e de graça! 😉).

“Vou correndo vender renda fixa para comprar ações!”

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Ter uma carteira balanceada é o que você deve perseguir sempre. Renda fixa não é só CDI. Falamos até agora sobre ganhos acima da inflação e existe toda uma categoria de títulos de renda fixa que garantem rendimentos reais com risco-país: o Tesouro IPCA +. Papéis de emissores privados (CRI, CRA, debêntures…) também podem ser indexados à inflação (tanto IPCA como IGP-M) e, com um pouco mais de risco, trazem ganhos ainda mais atraentes. Atualmente, nossas carteiras recomendadas têm indicação de até 10% de posição nesses papéis.

Nesse momento, também vemos oportunidades em:

1. Títulos pós-fixados sem liquidez rendendo mais de 100% do CDI. Dado que o ciclo de altas da Selic deve continuar, esse títulos são uma boa forma de se expor a esse movimento sem correr grandes riscos.

2. Alguns títulos prefixados: mais precisamente, os de prazo médio (até 2026). Nesse caso, percebemos uma certa assimetria na precificação desses títulos. A inflação implícita para esses títulos está acima de 5% a.a. (explicamos essa conta de inflação implícita nesse outro texto), mas nós imaginamos que o BC conseguirá levar o IPCA para dentro da meta (3,5% a.a.) em 2022. Para prazos mais longos, consideramos o cenário ainda muito incerto e, por isso, preferimos não recomendar prefixados.

Conheça todas as nossas recomendações do mês para perfis conservadores, moderados e agressivos. Se quiser aprofundar ainda mais seus conhecimentos em renda fixa, veja só esse novo curso super completo em que eu sou uma das professoras!

Elaborado por:

Betina Roxo, CNPI 1493
Paula Zogbi, CNPI 2545

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