Insight Rico: As Top Ações para a chegada de uma vacina

Como a Paula Zogbuy disse ontem, tudo o que a população mundial mais quer neste ano tão atípico é poder entrar em uma fila de postinho para tomar uma vacina eficaz contra a Covid-19.

E como ela também bem disse, essa vontade se reflete nas bolsas. Mas em quais ações da bolsa exatamente? Ou melhor, como se posicionar de fato para a tão esperada chegada de uma vacina?

Neste insight, te direi. Vem comigo.

Apesar de potencialmente demorar um pouco para que a vacina chegue para todos (e de novo, citando a Paula, veja aqui como está a “corrida das vacinas”), parece seguro afirmar que o mundo está cada vez mais próximo de uma solução.

E por isso, mesmo que o caminho ainda seja tortuoso, faz sentido já pensarmos nas ações favoritas para capturar esse movimento positivo.

Basicamente, sabemos que as empresas mais expostas ao setor de serviços foram as que mais sofreram com a pandemia, principalmente devido às medidas restritivas – e, portanto, suas ações ficaram pra trás, podendo se beneficiar agora. Veja, a seguir, alguns setores e empresas que se destacam!

Shoppings

O setor que está mais “para trás” se beneficiaria fortemente com um cenário de vacina aprovada. Tanto para ações quanto para Fundos Imobiliários, as vendas e cobrança de aluguel estão gradualmente se recuperando com a abertura dos shopping centers, cuja grande parte já está operando em horário normal de funcionamento. Portanto, os shoppings devem continuar apresentando resultados melhores mês a mês e aqueles com portfólio de melhor qualidade (Iguatemi e Multiplan) tendem a ser mais resilientes perante a crise. Os shoppings classe B e C estão apresentando bons números de vendas, mas o efeito positivo pode ter sido distorcido com os auxílios emergenciais. Assim, quando os benefícios diminuírem, o impacto pode ser negativo para a performance dos shoppings de pior qualidade e localização, como os da BrMalls.


Setor financeiro

Como falamos no Rico Matinal da semana passada, olhando para frente, apesar da maior competição no setor bancário e dos impactos macroeconômicos, como potencial aumento da inadimplência devido à pandemia, as ações dos bancos estão significativamente descontadas. Na visão de Marcel Campos, analista de bancos da XP, os preços das ações pioraram mais que os fundamentos das empresas. A potencial valorização, combinada aos dividendos atrativos pode trazer uma oportunidade aos investidores, ainda mais se pensarmos no cenário de vacina. Dentre seus nomes preferidos, estão Banco do Brasil e Bradesco, que, aliás, também fazem parte da nossa seleção de “queridinhas” da Bolsa de novembro, recém-atualizada. Quer saber quais são as ações preferidas dos gestores e analistas do mercado? Só clicar aqui.

Mobilidade

O setor de mobilidade (aéreas, concessões) foi muito afetado pela pandemia, portanto, tudo o que está relacionado a transporte deve ser impulsionado por uma vacina, como Azul, Gol, CCR e Ecorodovias. No setor de infraestrutura, como CCR e Ecorodovias, potenciais projetos adiante também seriam positivos, com um leilão de aeroportos previsto para abril do ano que vem, rodadas de concessões de ferrovias e portos e novas rodovias e aditivos, mencionados pelas próprias empresas. Além disso, empresas expostas a esse setor como a Gerdau se beneficiariam com sua produção de aços longos, que são os mais usados em obras de infraestrutura. De fato, o setor de siderurgia pode se beneficiar da recuperação econômica global quando uma vacina estiver disponível, seguindo o maior dinamismo da atividade no mundo todo. E por falar em Gerdau, ela é uma das *novas* integrantes da seleção Estrelas da Bolsa de novembro!

Petróleo e combustíveis 

Para petróleo, a atenção do mercado está voltada para a recuperação da demanda e para os níveis de estoques globais. A contração da demanda deve-se principalmente as medidas de isolamento social que afetaram o consumo de combustíveis e a desaceleração econômica. Portanto, olhando para frente, o afrouxamento das medidas de isolamento alinhado a melhora nas atividades de transporte deve continuar a refletir uma recuperação na demanda global, enquanto uma potencial vacina seria ainda mais positiva. Obs: Petrobras também faz parte da Estrelas da Bolsa 😉 Por fim, o aumento da mobilidade, como dito acima, levaria ao maior consumo de combustíveis, o que pode beneficiar a Ultrapar.

Varejo vestuário

As empresas mais expostas às lojas físicas acabaram sendo muito impactadas durante os fechamentos, mas já no curto prazo, observamos a valorização de suas ações. Inclusive, nas últimas semanas, houve uma “underperformance” nas ações de e-commerce como um todo (maior queda em relação às varejistas de loja física) – movimento que mostra a rotação para ações que foram mais prejudicadas pela pandemia por conta de notícias positivas relacionadas à vacina de Covid-19. A C&A, por exemplo, sofreu muito durante a pandemia devido à sua exposição de lojas em shoppings. Porém, conseguiu fortalecer suas vendas online e hoje as margens já estão menos comprimidas do que as da Lojas Renner. Por outro lado, a Renner, por ser mais premium e ter um histórico de muita qualidade, está bem posicionada para ganhar com a volta da economia, e principalmente uma vacina.

Incorporadoras e construtoras

As incorporadoras de baixa renda (Minha Casa, Minha Vida) praticamente não foram impactadas durante a pandemia. Elas ganharam participação de mercado e apresentaram performance operacionais recordes como vendas e lançamentos. Já as incorporadoras de média-alta renda (como EZTec) foram mais prejudicadas durante a crise, dado o fechamento dos estandes de vendas, restrição à obra/decorado e queda na confiança do consumidor. Com a reabertura dos estandes e da visitação, as vendas estão voltando gradativamente. O cenário deste segmento é positivo para os próximos anos dado os juros imobiliários baixos, novos produtos de financiamento imobiliários (contratos de financiamento atrelado ao IPCA e poupança) e grande apetite dos bancos em concederem crédito imobiliário. Ainda, para os “investidores” em apartamentos, o rendimento do aluguel tende a ser comparativamente mais atrativo, dado o CDI baixo.

Resumo do dia: Rali da vacina em pausa

(por Paula Zogbi)

Bolsas mundiais amanhecem praticamente estáveis nesta quarta-feira, sinalizando uma pausa no rali das vacinas após correção ontem. Futuros dos EUA sobem cerca de 0,3%. Euro Stoxx tem alta de 0,25%.

Os anúncios de eficácia das vacinas da Pfizer e da Moderna Inc., trouxeram alívio, mas investidores ainda estão de olho na força da segunda onda da doença. Nos EUA, milhões de pessoas perderam acesso ao seguro-desemprego enquanto o número de casos nos últimos sete dias superou 150 mil pela primeira vez na segunda. Os futuros são afetados também pelo anúncio de resultados de vendas no varejo mais baixos do que o esperado em outubro no país.  

No Brasil, o Ibovespa atingiu ontem o maior patamar desde fevereiro, aos 107.248 pontos, se descolando do exterior puxado por Petrobras e Vale, principalmente. Desde a semana passada, o fluxo estrangeiro na bolsa, principalmente ligado a commodities, vem aumentando a força compradora – o saldo do mês em novembro no mercado secundário é positivo em cerca de R$ 18 bilhões. No acumulado do ano, as saídas estão em torno de R$ 67 bi. 

Além disso, terminou ontem a temporada de resultados do terceiro trimestre, superando as expectativas. Das empresas que reportaram, 65% dos números vieram acima do consenso – o que mostra que o mercado havia se preparado para balanços mais fracos. 

Agenda da Semana
Quarta-feira, 18
09h00: Brasil – 2a prévia inflação IGP-M (ant: 2,9%)
Quinta-feira, 19
07h00: Europa – Produção de construção (ant: 2,6%)
10h30: EUA – Novos pedidos de seguro-desemprego
12h00: EUA – Índice antecedente (exp: 0,7%; ant: 0,7%)
22h30: China – Taxa básica de juros de crédito 5 anos (exp: 4,7%; ant: 4,7%)
Sexta-feira, 20
07h00: Europa – Confiança do consumidor (exp: -18; ant: -15,5%)