Apresentação: Caros(as) 13 leitores(as), com esse conteúdo de primeira escrito pelo Matheus, seguimos a nossa série de mergulho nos setores da Bolsa em 2021. Nesse segundo episódio, falamos sobre o maior peso da carteira teórica atual do Ibovespa — o setor financeiro. Dessa vez, com foco nos grandes bancos.

A crise, além de aumentar muito a preocupação com os níveis de inadimplência, acelerou a necessidade dessas empresas, gigantes e antigas, se reinventarem. O que vai prevalecer em 2021 para os bancos: a melhora no cenário ou os desafios da digitalização impostos pelas fintechs e acelerados pela pandemia? É isso que o Matheus responde abaixo.

(Por Matheus Odaguil, analista do setor financeiro da XP Investimentos)

Como convidado do time da Rico para o 17º Insight de 2021, comentarei sobre um dos maiores setores da bolsa, o setor financeiro.

Apesar de ser um setor com empresas bem consolidadas e muito rentáveis, vemos o cenário competitivo bem agressivo principalmente nas linhas de serviços financeiros e um cenário regulatório desfavorável aos grandes bancos.

Além disso, vimos também em 2020 o cenário macroeconômico deteriorado pela crise, cujo impacto nos grandes bancos deve ser mais bem compreendido neste ano.

No entanto, ainda enxergamos drivers favoráveis à entrada nestes papeis e esperamos que 2021 seja o ano de retomada para os bancos incumbentes, considerando o desempenho aquém do setor na Bolsa em 2020.

Em nossa visão, tal retomada deve ser impulsionada principalmente por cinco fatores:


1. O mix de crédito deve retomar a rotação com maior rentabilidade

Esperamos que os bancos incumbentes retomem sua rotação de carteira de crédito para um mix mais rentável voltado para pessoas físicas, bem como antes do surto da Covid-19.


2. O mix de crédito deve parcialmente compensar uma margem financeira (NIM) mais pressionada

Considerando os programas de incentivo do governo para as linhas de crédito para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) combinados com a baixa taxa básica de juros, esperamos que a margem financeira sobre os ativos rentáveis (NIM) seja pressionada em 2021. No entanto, esperamos que a mudança do mix de crédito deve compensar parcialmente o NIM devido à expectativa de um mix mais rentável.

3. Os bancos estão bem capitalizados e as provisões estão reduzindo antes do esperado

Tendo em vista que a crise ainda não impactou efetivamente os bancos em termos de inadimplência e baixas em função do período de carência, consideramos os bancos bem capitalizados, com índice médio de capital nível I de 14,1% no terceiro trimestre de 2020 (3T20), e bem provisionados com índice de cobertura médio de 320%.

Além disso, com base nas operações prorrogadas, por já mostrar sinais de operações saudáveis e em grande parte com pagamentos em dia, os bancos em geral já estão reduzindo as provisões, indicando que o nível de provisionamento no início da pandemia foi excessivo.

4. A retomada da atividade econômica deve impulsionar os volumes


Esperamos que as receitas de serviços surfem na onda da retomada da atividade econômica, beneficiando maiores volumes para receitas de varejo, devido às medidas de relaxamento para conter a pandemia e a fraca base comparativa de 2020.

5. Os custos nominais devem diminuir conforme a redução da operação física acelera

2021 deve ser um ano de consciência de custos por causa da redução da operação física em um ritmo mais acelerado, como em 2020 e, também, pela redução de despesas com pessoal impulsionada pelos planos de desligamento voluntário (PDV) de 2020.

Apesar destes fatores, destacamos os seguintes riscos para o setor bancário:
• Índice de inadimplência acima do esperado, uma vez que os bancos já divulgam sinais de um cenário menos deteriorado, apesar da ainda baixa visibilidade quanto ao índice de inadimplência entre 15-90 dias. Mas é válido lembrar que o pico deve ocorrer no primeiro semestre de 2021;
• O êxito do PIX, sistema de pagamentos e transferências instantâneas do Banco Central, deve pressionar as receitas de serviços e o valor agregado dos pacotes;
• Aumento na alíquota de imposto, embora esse risco diminua à medida em que a crise se afasta.

Dentre os papeis do setor, nosso favorito é o Banco do Brasil (BBAS3) com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 43,0, devido a:
• Sua carteira de crédito mais defendida, com mais de 40% da carteira nos segmentos de agronegócio e consignado;
• Possível beneficiamento de fatores não dependentes da economia, como redução de provisões operacionais e custo de captação mais barato via depósitos judiciais;
• E Valuation descontado, atualmente negociando a 0,8x P/VP 2021 (vs. ~1,9x P/VP 2021 dos bancos privados) implicando um desconto de ~20% ao valor patrimonial.

Após o Banco do Brasil, nossa preferência segue por: 1) Bradesco (link para tese) com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 27,0; 2) Itaú (link para tese) com recomendação Neutra e preço-alvo de R$ 29,0; e 3) Santander (link para tese) com recomendação Neutra e preço-alvo de R$ 32,0.

Para mais detalhes sobre a nossa visão para 2021, clique aqui para acessar nosso relatório “Brasil 2021: De volta aos rumos do crescimento”.

Elaborado por:

Betina Roxo, CNPI 1493

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