• 2020 foi um ano desafiador, especialmente para o mercado de luxo, que foi forçado a se jogar com tudo nas compras online
  • O avanço do e-commerce ajudou o segmento a passar por menos problemas que o esperado, e promete uma mudança de paradigmas no segmento
  • Além disso, sem poder viajar, os consumidores passaram a gastar mais localmente
  • Entenda melhor sobre o mercado de luxo e quais são as tendências para o próximos anos

A semana de alta costura de Paris acabou de começar, e achamos que essa é uma boa hora para falar de mercado de luxo.

Longe das criações extravagantes de Schiaparelli ou Iris Van Herpen — aliás, segundo a Vogue, em 2019 só existiam cerca de 4 mil clientes regulares de alta costura no mundo todo — o luxo se estende a todas as áreas do consumo: de carros brilhantes a jatinhos, de relógios encrustados de diamantes a tênis, sempre tem um item extravagante com preço mais ainda.

O preço, claro, torna esses produtos bem menos acessíveis, e o mercado de luxo se viu em uma sinuca de bico em 2020, com a pandemia levando países a restringirem atividades e circulação. O segmento, que sempre se orgulhou do atendimento personalizado e exclusivo, de repente não podia mais contar com suas lojas com design assinado e vendedores prestativos, as lojas de departamento estavam cancelando os pedidos de coleção e os analistas chegaram a prever uma ‘crise sem precedentes’ para o mercado de luxo.

A tal crise, no fim, não chegou com essa força toda. Apesar das vendas do setor encolherem em 20% no ano passado, de acordo com estimativas da Bain, os analistas e executivos preveem que o mercado deve voltar aos níveis pré-pandemia já em 2022.

As empresas passaram relativamente bem pela turbulência, com cortes em custos de marketing, aluguéis e até reduzindo pagamento de dividendos. Mas dois fatores principais ajudaram a segurar as pontas:

China

Ninguém comprou luxo como os chineses em 2020, e o país foi a única região em todo o mundo que viu um crescimento nas vendas do segmento — +45% para sermos exatos. As restrições para viagens fizeram os chineses comprarem mais localmente em lugar de visitar as lojas durante passeios internacionais e estão gastando mais, com previsão de representarem quase metade do mercado de bens de luxo até 2025. Pela primeira vez, os chineses estão passando pela experiência do alto luxo no próprio país, e a Bain espera que a tendência de consumo local, focado em em produtos sofisticados, se solidifique nos próximos anos.

E-commerce

As vendas online do segmento de luxo decolaram em 2020, chegando a 49 bilhões — um aumento de 50% em relação ao ano anterior. A representação do e-commerce no faturamento das marcas dobrou, de 12% em 2019 para 23% em 2020. A consultoria prevê que, até 2025, o canal online vai se tornar o mais importante para itens de luxo, com uma fatia de 30%.

O luxo online, que começou a ganhar espaço com o surgimento de lojas de departamento na internet quase vinte anos atrás, ainda não tem um player dominante. No fim do ano passado, o grupo Richemont, dono de joalherias como Cartier e Montblanc, anunciou investimento de US$ 1,1 blhão na varejista de moda de luxo Farfetch. A família dona da Kering, outro conglomerado dono da Gucci e Saint Laurent, também investiu na loja online. O movimento de duas das maiores holdings de luxo em torno do varejo online (a Richemont já é sócia do Net-a-Porter) mostra que as marcas de alto padrão estão de olho em uma fatia desse bolo.

E o Brasil?

Desde 2015, as marcas de luxo acumulam queda de 15% no faturamento no Brasil, mas o país se saiu melhor que o resto do mundo na pandemia graças a uma elite que manteve o alto padrão de consumo durante o ano passado, segundo o Valor. A tendência de consumo local também apareceu por aqui: o desempenho do Nordeste e Centro-Oeste surpreendeu em 2020, com vendas de alto valor para um público que costumava viajar para comprar itens de luxo.

Dá pra ver essa força no segmento de carros de luxo: enquanto o mercado recuou 10,8% no mundo em 2020, no Brasil o segmento teve alta de 2%, segundo o estudo da Euromonitor.

Tendências para ficar de olho

Bons sinais para uma recuperação econômica : melhora de indicadores econômicos, mercados e consumidores otimistas e avanço da vacinação são fatores importantes para a volta ao normal, mas não sem algumas mudanças. A descentralização da atividade e a crescente importância de movimentos culturais e do poder de compra da geração Z deve mudar o jeito de consumir luxo nos próximos anos.

Aliás, uma coisa que a geração Z ama: brechós. E o movimento de compras de segunda mão também ganha força, atraindo de compradores de primeira viagem a colecionadores em busca de peças vintage especiais, abrindo novas possibilidades para as marcas.

O avanço digital não tirou a importância das interações humanas e, mesmo de longe, as marcas veem que manter o toque especial na jornada desde a escolha até o produto chegar na sua porta faz toda a diferença na hora de conquistar a fidelidade de um cliente. Assim, depois de ser empurrado pela pandemia para o online, sendo forçado à aceitar a inovação, o mercado de luxo continua prezando pelos seus fundamentos.

Elaborado por:

Betina Roxo, CNPI 1493
Paula Zogbi, CNPI 2545

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