Em 2025, o investidor brasileiro tem bons motivos para comemorar: o Ibovespa acumula alta superior a 20% no ano, registrando o melhor desempenho da bolsa em quase uma década. Já o EWZ — ETF que replica o MSCI Brasil e é negociado na Bolsa de Nova York — sobe mais de 37% em dólares no mesmo período, entre janeiro e outubro deste ano.

MSCI Brasil vs. Ibovespa

Ibovespa: É o principal índice da bolsa brasileira (B3), composto pelas ações mais negociadas e representativas do mercado local. Ele reflete o desempenho médio dessas empresas, ponderado pelo valor de mercado e liquidez.

MSCI Brasil: É um índice internacional criado pela MSCI, que inclui empresas, mas com critérios voltados para investidores globais. Ele busca representar o mercado brasileiro dentro de uma metodologia padronizada usada em vários países, sendo muito usado em ETFs e fundos estrangeiros.

Especialmente na temporada da “Black Friday”, o tema “comprar com desconto” vem à tona. Aí vem a pergunta: no mercado de ações, será que com a alta recente, ainda existe espaço para boas oportunidades?

Vamos entender, ao longo desse texto, se ainda é possível comprar ações “em promoção”.

O que significa uma ação estar “em promoção” ou “com desconto”?

Assim como no varejo, nem todo preço baixo significa uma boa compra. No mercado financeiro, o que importa é o valor da empresa, não apenas o preço da ação. Por isso, é essencial olhar para alguns indicadores e para o potencial de crescimento da empresa para entender se uma ação está realmente descontada.

Deste modo, para encontrar ações que estão descontadas e podem ser oportunidades de compra, é crucial realizar uma análise dos fundamentos da empresa. Isso envolve analisar os resultados financeiros divulgados, compará-los com períodos anteriores e com empresas do mesmo segmento.

Indicadores como crescimento de receita, lucros, margens operacionais, níveis de endividamento e alavancagem devem ser avaliados, assim como o posicionamento da empresa no seu segmento e no mercado.

Além disso, o investidor deve estar atento ao momento atual, para entender se o preço das ações já está refletindo os fundamentos, e assim verificar se a empresa está cara ou barata.

Quais indicadores financeiros são mais avaliados?

Para determinar se uma ação está realmente barata, investidores costumam analisar uma série de métricas que ajudam a estimar o chamado “valor justo” da empresa. Entre as mais relevantes estão:

  • P/L (Preço sobre Lucro): Esse indicador mostra quantos anos o investidor levaria para recuperar o valor investido, considerando o lucro atual da empresa. Um P/L baixo pode indicar que a ação está barata, mas é importante verificar se o lucro não está momentaneamente inflado ou se há riscos que justifiquem esse múltiplo.
  • P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial por Ação): Compara o preço da ação com o valor contábil da empresa (seus ativos menos passivos). Um P/VPA abaixo de 1 pode sugerir que a ação está sendo negociada por menos do que o valor patrimonial da companhia, o que pode representar uma oportunidade, especialmente em setores com ativos tangíveis, como bancos e empresas industriais.
  • EV/EBITDA (Valor da Firma sobre EBITDA): Esse múltiplo considera o valor total da empresa (incluindo dívidas e caixa) em relação ao seu lucro operacional. É muito usado para comparar empresas de setores semelhantes, pois elimina distorções causadas por estruturas de capital diferentes. Um EV/EBITDA baixo pode indicar que a empresa está subvalorizada em relação à sua capacidade de geração de caixa.

Além dessas métricas, muitos investidores também utilizam o fluxo de caixa descontado, uma metodologia que estima o valor presente dos fluxos de caixa futuros da empresa. Embora mais complexo, esse método é uma das formas mais completas de calcular o valor intrínseco de uma ação.

É fundamental comparar esses indicadores não apenas com o histórico da própria empresa, mas também com os múltiplos de seus concorrentes diretos e com a média do setor. Essa análise comparativa ajuda a entender se a ação está barata por motivos específicos (como queda de receita, problemas regulatórios ou mudanças no setor) ou se representa uma oportunidade de compra por estar subvalorizada.

Como aproveitar a Black Friday da Bolsa?

É possível aproveitar as “promoções” da bolsa para montar uma carteira de longo prazo, mas nem sempre encontrar essas oportunidades é uma tarefa fácil.

Os principais critérios para a seleção das empresas incluem a análise dos fundamentos das companhias, o momento de entrada (que pode ser avaliado por meio da análise técnica), e a diversificação entre setores e ativos que compõem a carteira do investidor.

Mas lembre-se sempre: a diversificação é a melhor amiga dos investimentos, especialmente em momentos de volatilidade. Portanto, ao construir sua carteira, busque equilibrar seus investimentos entre diferentes classes de ativos, como ações, renda fixa e fundos imobiliários. Isso não apenas ajuda a mitigar riscos, mas também pode potencializar retornos, pois diferentes ativos reagem de maneiras distintas às condições de mercado.

Exemplos de setores que subiram, mas ainda têm potencial

Apesar da alta recente da bolsa brasileira, diversas empresas ainda são negociadas abaixo do seu valor justo. Para ilustrar essas oportunidades, reunimos os principais setores da bolsa classificados pelo MSCI Brasil, com destaque para a métrica histórica de preço/lucro (P/L) e o múltiplo atual de cada um.

O gráfico mostra que a maioria dos setores da bolsa brasileira ainda negocia abaixo da média histórica de múltiplos P/L dos últimos 10 anos, indicando possíveis oportunidades para quem busca ativos com preços atrativos em relação ao histórico.

Portanto, ainda existem segmentos com valuations atrativos, que merecem atenção dos investidores. Claro, a escolha das ações mais promissoras dentro de cada setor exige filtro e estratégia.

De forma qualitativa, onde estão as oportunidades?

O Ibovespa atingiu sucessivos recordes em 2025, refletindo a valorização de empresas brasileiras e a entrada expressiva de capital estrangeiro — que hoje representa mais de 50% do volume negociado no mercado à vista. Olhando adiante,  nossa visão para o mercado segue construtiva, sustentada por alguns fatores-chave:

  • Dólar mais fraco e corte de juros nos EUA, que favorecem mercados emergentes como o Brasil.
  • Valuation atrativo: o múltiplo Preço/Lucro (P/L) ainda está abaixo da média histórica, indicando espaço para valorização.
  • Expectativa de queda na Selic: o BC sinalizou fim do ciclo de alta, e há projeção de cortes já no 1º trimestre de 2026. Historicamente, isso impulsiona o Ibovespa.

Nossa recomendação é manter uma carteira diversificada e equilibrada, aproveitando a janela de valorização sem perder de vista os riscos — como o fiscal, o cenário político de 2026 e a política monetária dos EUA.

Quer ajuda na tarefa de encontrar boas opções no mercado de ações? Então acesse nossas carteiras recomendadas, atualizadas mensalmente com base em uma visão global atualizada do cenário financeiro.

A Black Friday é mais do que uma data de consumo — é também uma oportunidade para reavaliar sua carteira e buscar ações com potencial de valorização. Com o mercado aquecido, é hora de ser estratégico: olhar além do preço, focar em valor e equilíbrio.

Se você está montando ou ajustando sua carteira, aproveite o clima de Black Friday para fazer uma análise mais profunda. Afinal, desconto bom é aquele que vem acompanhado de qualidade.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 6928

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