É comum ouvir no mercado que a queda dos juros favorece a Bolsa de Valores. A lógica é simples: com a Selic mais baixa, o custo de capital diminui, o crédito fica mais acessível e os investidores buscam alternativas de maior retorno, como as ações. Mas até que ponto essa percepção se confirma na prática?

Para responder a essa pergunta, elaboramos este estudo analisando o comportamento do Ibovespa e dos principais setores da Bolsa nos cinco últimos ciclos de corte da Selic (2005, 2009, 2011, 2016 e 2023). O objetivo é entender como o mercado se movimenta antes e depois do primeiro corte, quais setores se beneficiam mais, e de que forma fatores como amplitude do ciclo e contexto macroeconômico influenciam os resultados.

A análise setorial foi construída a partir de um painel de aproximadamente 100 ações representativas, divididas em 18 setores, listados na tabela abaixo:

 SETORES
Agro
Alimentos e Bebidas
Bancos
Bens de Capital
Construção Civil
Educação
Energia e Saneamento
Financeiro (não bancário)
Mineração e Siderurgia
Óleo e Gás
Papel e Celulose
Saúde
Shopping
Tecnologia da Informação
Telecomunicações
Transporte
Varejo
Varejo alimentar

Para cada ciclo, calculamos a média de retorno por setor em quatro janelas: 12 meses antes, 6 meses antes, 6 meses depois e 12 meses depois do primeiro corte.

Esse método permitiu uma visão homogênea e histórica dos últimos 20 anos, sem depender apenas dos índices setoriais da B3, que só passaram a existir em 2011. Também consideramos apenas ações que possuem maior histórico de negociação na B3 e que estavam presentes no maior número possível de ciclos anteriores.

Ibovespa: visão geral

O levantamento dos dados mostrou que o Ibovespa costuma se antecipar aos cortes de juros na maioria das vezes: em 60% dos ciclos analisados o movimento de alta iniciou antes do primeiro corte de juros. Ou seja, historicamente o índice mostra um padrão claro de antecipação nos 12 e 6 meses que antecedem o primeiro corte da taxa Selic. Isso significa que os investidores se posicionam antes da decisão oficial, apostando na queda dos juros e seus efeitos positivos sobre a economia e os ativos de risco, conforme podemos visualizar na tabela abaixo:

Além desse padrão de antecipação, os dados dos últimos cinco ciclos mostram que costuma ocorrer um movimento de alta do Ibovespa depois do corte de juros. Em 80% dos ciclos analisados, o Ibovespa subiu nos 12 meses seguintes ao corte, e em 100% dos casos houve alta nos 6 meses seguintes. Ou seja, a maioria dos ciclos teve desempenho positivo após o corte, com raras exceções.

Vale destacar que 2009 foi um período marcado por particularidades relevantes devido à crise financeira global de 2008. A crise financeira derrubou o mercado antes do início do ciclo de corte de juros no Brasil. No entanto, o período posterior foi excepcional, com alta de quase 75% em 12 meses. Mesmo excluindo esse ano atípico, os retornos pós-corte continuam expressivos.

A principal conclusão da análise dos retornos do Ibovespa antes e depois dos últimos cinco ciclos de cortes de juros é que aguardar o corte confirmado pode fazer o investidor perder boa parte da valorização. Isso acontece porque o mercado financeiro costuma antecipar as decisões do Banco Central, precificando as expectativas antes do anúncio oficial. Portanto, quem espera pela confirmação do corte para começar a investir pode acabar perdendo uma parcela significativa do movimento de alta.

Além disso, é fundamental considerar que o contexto econômico de cada ciclo e outros fatores além da taxa de juros influenciam o desempenho do Ibovespa. Elementos como cenário político, condições fiscais, ambiente externo e indicadores econômicos podem impactar o mercado de ações, tornando a análise mais ampla um fator relevante para a tomada de decisão.

Por fim, compreender o comportamento histórico do Ibovespa em relação a esses ciclos de cortes de juros oferece uma base valiosa para decisões de investimento mais estratégicas. Conhecer esses padrões ajuda o investidor a identificar oportunidades e riscos, aprimorando o timing das operações e potencializando os resultados no mercado acionário.

Além da análise do comportamento do índice nos últimos ciclos de corte da Selic, examinamos também o desempenho de cada setor, bem como fizemos outras comparações e análises e trouxemos conclusões importantes para o investidor. Faça o donwload do material completo a seguir:

Enviando...

Ao prosseguir, você autoriza que a Rico colete seus dados pessoais de acordo com nossa Política de Privacidade.

envio com sucesso

Agradecemos o download!

Aproveite as informações do material e saiba mais sobre os movimentos do mercado com a Rico.

Baixar e-book

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 6928

1) Este relatório de análise foi elaborado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos ou XP”) de acordo com todas as exigências previstas na Resolução CVM 20/2021, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A XP Investimentos não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório.
2) Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor.
3) O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à XP Investimentos e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela XP Investimentos.
4) O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Resolução CVM nº 20/2021 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório.
5) Os analistas da XP Investimentos estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC Brasil para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários da XP Investimentos.
6) O atendimento de nossos clientes é realizado por empregados da XP Investimentos ou por assessores de investimento que desempenham suas atividades por meio da XP, em conformidade com a Resolução CVM nº 178/2023, os quais encontram-se registrados na Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários – ANCORD. O assessor de investimento não pode realizar consultoria, administração ou gestão de patrimônio de clientes, devendo atuar como intermediário e solicitar autorização prévia do cliente para a realização de qualquer operação no mercado de capitais.
7) Para fins de verificação da adequação do perfil do investidor aos serviços e produtos de investimento oferecidos pela XP Investimentos, utilizamos a metodologia de adequação dos produtos por portfólio, nos termos das Regras e Procedimentos ANBIMA de Suitability nº 01 e do Código ANBIMA de Distribuição de Produtos de Investimento. Essa metodologia consiste em atribuir uma pontuação máxima de risco para cada perfil de investidor (conservador, moderado e agressivo), bem como uma pontuação de risco para cada um dos produtos oferecidos pela XP Investimentos, de modo que todos os clientes possam ter acesso a todos os produtos, desde que dentro das quantidades e limites da pontuação de risco definidas para o seu perfil. Antes de aplicar nos produtos e/ou contratar os serviços objeto deste material, é importante que você verifique se a sua pontuação de risco atual comporta a aplicação nos produtos e/ou a contratação dos serviços em questão, bem como se há limitações de volume, concentração e/ou quantidade para a aplicação desejada. Você pode consultar essas informações diretamente no momento da transmissão da sua ordem ou, ainda, consultando o risco geral da sua carteira na tela de carteira (Visão Risco). Caso a sua pontuação de risco atual não comporte a aplicação/contratação pretendida, ou caso existam limitações em relação à quantidade e/ou volume financeiro para a referida aplicação/contratação, isto significa que, com base na composição atual da sua carteira, esta aplicação/contratação não está adequada ao seu perfil. Em caso de dúvidas sobre o processo de adequação dos produtos oferecidos pela XP Investimentos ao seu perfil de investidor, consulte o FAQ. As condições de mercado, mudanças climáticas e o cenário macroeconômico podem afetar o desempenho do investimento.
8) A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.
9) Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo assessores de investimentos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos.
10) SAC. 0800 77 20202. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710.
11) O custo da operação e a política de cobrança estão definidos nas tabelas de custos operacionais disponibilizadas no site da XP Investimentos: www.xpi.com.br.
12) A XP Investimentos se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou seu conteúdo.
13) A Avaliação Técnica e a Avaliação de Fundamentos seguem diferentes metodologias de análise. A Análise Técnica é executada seguindo conceitos como tendência, suporte, resistência, candles, volumes, médias móveis entre outros. Já a Análise Fundamentalista utiliza como informação os resultados divulgados pelas companhias emissoras e suas projeções. Desta forma, as opiniões dos Analistas Fundamentalistas, que buscam os melhores retornos dadas as condições de mercado, o cenário macroeconômico e os eventos específicos da empresa e do setor, podem divergir das opiniões dos Analistas Técnicos, que visam identificar os movimentos mais prováveis dos preços dos ativos, com utilização de “stops” para limitar as possíveis perdas.
14) Ação é uma fração do capital de uma empresa que é negociada no mercado. É um título de renda variável, ou seja, um investimento no qual a rentabilidade não é preestabelecida, varia conforme as cotações de mercado. O investimento em ações é um investimento de alto risco e os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros e nenhuma declaração ou garantia, de forma expressa ou implícita, é feita neste material em relação a desempenhos. As condições de mercado, o cenário macroeconômico, os eventos específicos da empresa e do setor podem afetar o desempenho do investimento, podendo resultar até mesmo em significativas perdas patrimoniais. A duração recomendada para o investimento é de médio-longo prazo. Não há quaisquer garantias sobre o patrimônio do cliente neste tipo de produto.
15) O investimento em opções é preferencialmente indicado para investidores de perfil agressivo, de acordo com a política de suitability praticada pela XP Investimentos. No mercado de opções, são negociados direitos de compra ou venda de um bem por preço fixado em data futura, devendo o adquirente do direito negociado pagar um prêmio ao vendedor tal como num acordo seguro. As operações com esses derivativos são consideradas de risco muito alto por apresentarem altas relações de risco e retorno e algumas posições apresentarem a possibilidade de perdas superiores ao capital investido. A duração recomendada para o investimento é de curto prazo e o patrimônio do cliente não está garantido neste tipo de produto.
16) O investimento em termos são contratos para compra ou a venda de uma determinada quantidade de ações, a um preço fixado, para liquidação em prazo determinado. O prazo do contrato a Termo é livremente escolhido pelos investidores, obedecendo o prazo mínimo de 16 dias e máximo de 999 dias corridos. O preço será o valor da ação adicionado de uma parcela correspondente aos juros – que são fixados livremente em mercado, em função do prazo do contrato. Toda transação a termo requer um depósito de garantia. Essas garantias são prestadas em duas formas: cobertura ou margem.
17) O investimento em Mercados Futuros embute riscos de perdas patrimoniais significativos. Commodity é um objeto ou determinante de preço de um contrato futuro ou outro instrumento derivativo, podendo consubstanciar um índice, uma taxa, um valor mobiliário ou produto físico. É um investimento de risco muito alto, que contempla a possibilidade de oscilação de preço devido à utilização de alavancagem financeira. A duração recomendada para o investimento é de curto prazo e o patrimônio do cliente não está garantido neste tipo de produto. As condições de mercado, mudanças climáticas e o cenário macroeconômico podem afetar o desempenho do investimento.
18) ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO ANBIMA DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO.