Há algumas décadas, sair do seu país de origem, atravessar o oceano e ir morar em outro continente era algo mais raro, mais perigoso e mais sacrificante. Apesar das ondas migratórias que sempre aconteceram pelo mundo, os tempos eram outros e migrar de país era praticamente cortar para todo o sempre o vínculo com o seu país de origem. As viagens demoravam semanas, eram caríssimas e praticamente a única maneira de se comunicar com as pessoas que ficaram era por meio de cartas.
Hoje, com a facilidade de comunicação instantânea por todo o mundo e a ampla oferta de passagens aéreas a preços superacessíveis, mudar de país está cada vez mais fácil. Recentemente, o trabalho remoto transformou a maneira como muitos veem a possibilidade de morar fora do Brasil. A capacidade de manter um emprego brasileiro enquanto vive no exterior é atraente por várias razões, principalmente financeiras. Isso permite uma transição mais suave para a vida no exterior, sem a pressão imediata de encontrar trabalho localmente.
No entanto, o trabalho remoto também exige disciplina e uma boa configuração de trabalho, especialmente quando se trata de fusos horários diferentes e comunicação com uma equipe que está fisicamente distante.
Mesmo assim, essa não é uma decisão simples. Morar fora do Brasil carrega consigo uma mistura de emoções e desafios, mas também oportunidades únicas que podem transformar vidas. Para muitos, o apelo de melhor infraestrutura em áreas essenciais como saúde, educação e segurança é um grande motivador. No entanto, as vantagens e desvantagens dessa grande mudança vão muito além das primeiras impressões e exigem um exame cuidadoso.
Morar fora do Brasil pode significar acesso a uma qualidade de vida superior. Em muitos países desenvolvidos, o investimento público em serviços essenciais é notavelmente alto, o que se reflete em melhor qualidade e eficiência desses serviços. A segurança pública, por exemplo, é frequentemente mais robusta, e os sistemas de transporte público são mais desenvolvidos e eficientes. Além disso, o acesso à educação de alta qualidade e a sistemas de saúde bem avaliados é uma grande vantagem para famílias e solteiros.
Para aqueles com espírito aventureiro, viver no exterior é uma oportunidade de explorar novos territórios. Morar na Europa, por exemplo, possibilita viagens frequentes entre uma variedade de culturas e histórias nacionais, frequentemente a um custo baixo e com grande facilidade. Isso não só enriquece a experiência de vida, mas também expande a visão de mundo do indivíduo e aumenta a sua adaptabilidade cultural.
O aspecto profissional também não pode ser ignorado. Experiências internacionais são altamente valorizadas em muitos campos de trabalho, proporcionando um avanço significativo na carreira ao retornar ao Brasil ou ao continuar no exterior.
No entanto, a vida no exterior não é isenta de desafios. A saudade de casa é talvez um dos aspectos emocionais mais difíceis de gerenciar. Estar longe de amigos e familiares durante momentos importantes pode ser doloroso e muitas vezes leva à solidão.
As barreiras na área de saúde são outro grande desafio, especialmente em países como os Estados Unidos, onde o sistema de saúde é complexo e caro. Sem um seguro de saúde adequado, as despesas médicas podem ser exorbitantes, criando uma camada adicional de stress financeiro.
O custo de vida é outra consideração importante. Dependendo da cidade ou do país, viver no exterior pode ser significativamente mais caro do que no Brasil. Isso inclui tudo, desde habitação até alimentação, transporte e lazer, exigindo um planejamento financeiro cuidadoso e realista.
Além disso, a adaptação cultural pode ser um obstáculo significativo. Desde entender novas etiquetas sociais e superar barreiras linguísticas até se acostumar com uma nova culinária e costumes locais, o choque cultural pode ser intensamente desafiador.
É sempre bom lembrar que qualidade de vida boa não necessariamente significa “estilo de vida” bom. Algumas culturas são mais fechadas e sóbrias, desafiando os brasileiros, tão acostumados a aproveitarem a vida social.
Mas, se você tem interesse em viver uma experiência fora do país, seja por um curto período ou sem data para voltar, é essencial planejar. Fazer uma mudança dessas sem o orçamento adequado pode se tornar um pesadelo. Mesmo que você vá para fora ainda trabalhando no Brasil, ou com um emprego por lá, imprevistos sempre acontecem.
Por isso, vamos trazer aqui algumas opções de destinos e custos, para que você já consiga começar a investir o seu dinheiro e, quando as malas estiverem prontas, basca só embarcar com a cabeça tranquila. Obviamente, a quantidade de dinheiro para mudar de país necessária varia e depende de alguns fatores, como: o seu perfil de consumo, seu destino, entre outros.
Mas, para você ter uma ideia média dos custos, realizamos uma simulação com as principais despesas que você terá no primeiro mês em 3 diferentes cidades: Lisboa (Portugal), Madrid (Espanha), e Paris (França).
Vamos lá?
Passagens aéreas
As passagens aéreas são um custo significativo da mudança para fora. O ideal é sempre comprar com bastante antecedência, pois assim você encontra preços bem mais baratos do que se deixar para comprar de última hora. Obviamente os preços de uma passagem aérea variam conforme a estação do ano, o destino e com a quantidade de escalas ou conexões e horário de voo.
Uma passagem para Lisboa na baixa temporada não sai por menos de R$4.800, já Paris na alta temporada pode ultrapassar os R$7.000. Reserve, portanto, entre R$5.000 e R$7.000 para passagens.
Moradia
A despesa com o aluguel de um imóvel é provavelmente a que mais vai pesar no seu orçamento. Mais ainda, o primeiro mês de locação é de longe o mais caro pois os proprietários costumam cobrar o depósito de caução ou pagamento adiantado de no mínimo mais 2 meses. Ou seja, você começa o primeiro mês pagando 3 aluguéis. Em Lisboa, um pequeno quarto em uma região central da cidade não sai por menos do que 900 euros. Já em Paris, ultrapassa os 1.500 euros.
Alimentação
Planeje muito bem o quanto você precisará gastar nos supermercados, em restaurantes e em lanches no dia a dia. Se você for econômico, reserve cerca de 500 a 600 euros por mês do dinheiro para mudar de país para a sua alimentação.
Outros custos
Há ainda os custos de transporte, de saúde, de vistos e passaportes e até de imprevistos, que precisam estar na sua planilha. Por isso, fizemos uma simulação média de quanto você precisará juntar para dar início ao seu objetivo de morar fora do país.
Confira na Tabela abaixo:
Cidade | Lisboa | Madrid | Paris |
Passaporte + Visto | R$ 998,00 | R$ 750,00 | R$ 980,00 |
Passagem | R$ 5.900,00 | R$ 6.200,00 | R$ 7.300,00 |
Aluguel (6 meses) + Caução | R$ 47.000,00 | R$ 52.000,00 | R$ 69.000,00 |
Saúde (6 meses) | R$ 4.200,00 | R$ 4.400,00 | R$ 4.900,00 |
Alimentação (6 meses) | R$ 14.500,00 | R$ 16.700,00 | R$ 19.300,00 |
Transporte público (6 meses) | R$ 1.700,00 | R$ 2.200,00 | R$ 2.900,00 |
Imprevistos (10%) | R$ 7.430 | R$ 8.225 | R$ 10.438 |
Total (6 meses) | R$ 81.727,80 | R$ 90.475,00 | R$ 114.818,00 |
Morar fora do Brasil é uma decisão complexa que envolve uma série de considerações tanto práticas quanto emocionais. Enquanto as vantagens podem ser transformadoras, os desafios são reais e exigem resiliência e preparação. Para aqueles que tomam a decisão de fazer essa mudança, é essencial um planejamento cuidadoso e uma disposição para se adaptar e aprender.
Em última análise, viver no exterior pode ser uma das experiências mais enriquecedoras e transformadoras da vida de uma pessoa. Se você tem essa vontade, é hora de planejar!
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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