Apple: Maior queda em vendas desde 2016

A Apple relatou resultados decepcionantes para o último trimestre de 2022, abaixo das estimativas do mercado para receita e lucros. As vendas nos segmentos de iPhone, Mac e acessórios (como smartwatches e fones de ouvido), em particular, ficaram bem aquém das expectativas, levantando novas dúvidas sobre o quanto as demandas por produtos eletrônicos deve se manter frente a redução dos gastos dos consumidores e a uma piora do cenário macroeconômico.

No trimestre, a Apple registrou vendas de US$ 117,2 bilhões, queda de 5% em relação ao ano anterior. Os lucros foram de US$ 1,88 por ação, também abaixo dos US$ 2,10 por ação de 2021.

O CEO Tim Cook disse na teleconferência com analistas que as vendas no trimestre foram reduzidas em quase 8 pontos percentuais devido aos ventos contrários do câmbio estrangeiro — e que as vendas foram, portanto, maiores ano a ano em uma base de moeda constante. Ele também disse que os resultados foram prejudicados por problemas de produção na China para o iPhone 14 Pro e Pro Max, conforme divulgado em novembro passado. E ele disse que a Apple “não está imune” às difíceis condições econômicas atuais.

O debate em Wall Street será se o fracasso se deve apenas aos problemas de produção da empresa relacionados à China no início do trimestre ou se a empresa está vendo o impacto de gastos mais brandos do consumidor. Cook disse na teleconferência que a empresa acredita que as vendas do iPhone teriam crescido ano a ano sem os problemas de produção na China.

Olhando pro futuro, a Apple não forneceu projeções específicas, mas o diretor financeiro Luca Maestri fez alguns comentários sobre o ambiente atual durante a teleconferência de resultados da empresa com investidores. Ele disse que o crescimento total da receita no trimestre de março seria semelhante ao do trimestre de dezembro, observando que o câmbio reduziria as vendas em cerca de 5 pontos percentuais. Os serviços (como assinaturas e streamings) crescerão ano após ano, disse ele, mas com alguns ventos contrários de publicidade e jogos devido às condições macro.

Amazon: Projeções desanimam o mercado

Amazon divulgou projeções para o primeiro trimestre que decepcionaram levemente as expectativas do mercado, ofuscando uma surpresa positiva em seu faturamento do último trimestre de 2022.

A empresa reportou um crescimento de vendas melhor do que o esperado no quarto trimestre, mas lucros mais fracos do que o esperado, em grande parte devido a uma perda na participação da empresa na fabricante de caminhões elétricos Rivian Automotive.

A Amazon encerrou 2022 como seu ano de crescimento mais lento desde que a empresa abriu capital na bolsa. A receita do ano aumentou 9%, pois as pressões inflacionárias e o aumento das taxas prejudicaram os gastos do consumidorPara o próximo trimestre, a varejista eletrônica disse esperar registrar crescimento de receita entre 4 e 8%.

As vendas no segmento de e-commerce da Amazon contraíram 2% ano a ano. A empresa tem lutado contra a desaceleração das vendas, já que o aumento dos preços do gás e dos alimentos forçou os consumidores a reduzir os gastos discricionários. O boom do comércio eletrônico alimentado pela pandemia também perdeu força com os consumidores voltando cada vez mais aos varejistas físicos.

A receita de publicidade saltou 19% em relação ao ano anterior (23% se excluirmos da conta a valorização do dólar contra outras moedas), novamente superando empresas de anúncios online como Google, Facebook e Snap. A Amazon emergiu recentemente como uma das líderes em publicidade digital, oferecendo às marcas e vendedores mais formas de pagar para promover seus produtos no site, aplicativos e propriedades de mídia da empresa.

O CEO Andy Jassy, ​​que sucedeu o fundador Jeff Bezos no comando em julho de 2021, passou o ano passado trabalhando para reduzir os custos. Em janeiro, a Amazon disse que estará cortando 18 mil empregos entre sua força de trabalho corporativa, depois de cortar vários funcionários em novembro. A empresa também instituiu um congelamento de contratações em suas áreas corporativas, cortou alguns projetos e pausou a expansão de seus armazéns em um esforço para domar as despesas crescentes. “Estamos trabalhando muito para otimizar nossos custos e tentando fazer isso ao mesmo tempo em que não desistimos dos investimentos estratégicos de longo prazo que acreditamos que podem mudar significativamente as experiências amplas dos clientes e mudar a Amazon a longo prazo”, disse o CEO.

Alphabet: Queda na receita de anúncios do YouTube

A Alphabet, controladora do Google, anunciou seus resultados do quarto trimestre após o fechamento de mercado nesta última quinta-feira (2), ficando aquém das expectativas de receita e lucro por ação, já que os ganhos com publicidade caíram na compração anualA receita de anúncios do Google caiu de US$ 61,2 bilhões no quarto trimestre de 2021 para US$ 59 bilhões no quarto trimestre de 2022. A receita de anúncios do YouTube, por sua vez, ficou abaixo das estimativas dos analistas, chegando a US$ 7,9 bilhões (o mercado esperava US$ 8,2 bilhões).

Além da redução geral nos gastos com anúncios, o YouTube também enfrenta uma concorrência acirrada do TikTok em vídeos curtos. Os shorts do YouTube agora têm 50 bilhões de visualizações diárias, disse o CEO Sundar Pichai em uma teleconferência com investidores na quinta-feira. As despesas operacionais dispararam 10%, para US$ 22,5 bilhões, impulsionadas pelo crescimento do número de funcionários, cobranças por questões legais e menores gastos de clientes com anúncios, disseram executivos na quinta-feira. 

A Alphabet “reduzirá significativamente” seu ritmo de contratações em 2023, disse a diretora financeira Ruth Porat. O valor da indenização pelos cortes de empregos varia de US$ 1,9 bilhão a US$ 2,3 bilhões e será refletido nos resultados deste trimestre, disse Porat na teleconferência de resultados da empresa na quinta-feira. A controladora do Google fez seus maiores cortes de empregos no mês passado, 6% de sua força de trabalho global, ou 12 mil empregos.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

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