• Se você investe em ações, já deve ter ouvido falar em múltiplos, endividamento…
  • Nesse insight, explicamos de um jeito bem descomplicado como interpretar fundamentos
  • Saiba como escolher os melhores nomes para a sua carteira

Você já me viu por aqui várias vezes falando sobre as nossas seleções de ações, as Estrelas da Bolsa, Estrelas Globais e Estrelas Ascendentes.

Nossas Estrelas são seleções de empresas que, selecionadas por métricas e critérios estabelecidos por nós, servem como um guia para ajudar os navegantes, sejam eles de primeira viagem ou não, a atravessar um mar de oportunidades na bolsa brasileira.

Esses relatórios não são carteiras prontas, e sim algumas empresas que acreditamos que podem ser boas opções para seu portfólio, e é você quem escolhe quais são os papéis que fazem mais sentido para a sua estratégia.

Hoje, vamos falar das métricas que trazemos nos relatórios para te ajudar nessa escolha, explicando melhor como interpretá-las e compará-las para te ajudar no stock picking:

Múltiplos

Todo mês, trazemos os múltiplos de todas as empresas das seleções. Legal, mas o que eles nos dizem?

Os múltiplos, como os mais famosos EV/EBITDA e Preço/Lucro, funcionam como o preço/m² de um imóvel.

Se alguém fala para você “esse apartamento custa 1 milhão de reais”, como você sabe se está barato ou caro? Você olha o preço/m². E compara com o que? Com apartamentos comparáveis, que estão na mesma região, têm a mesma idade, ou até mesmo com o próprio valor do m² histórico daquele imóvel (apesar de ter que tomar cuidado com a conclusão já que, com o passar dos anos, mudanças na região que levem a valorização do imóvel podem alterar o patamar desse múltiplo).

Essa é a mesma lógica com o Preço/Lucro (que mostra quanto do lucro que a empresa deve gerar no ano em questão está refletido no preço da ação), EV/Ebitda (quanto do resultado operacional que a empresa deve gerar no ano em questão está refletido no valor da empresa) ou Preço/Patrimônio Líquido (quanto do valor contábil da empresa — calculado como valor de ativos menos valor de passivos no balanço  — esperado para a empresa no ano está refletido no preço da ação).

Ou seja, quanto menor, melhor: se o múltiplo da empresa está abaixo do múltiplo do setor ou abaixo do seu valor histórico para aquela companhia, a ação está em um valor atrativo.

Pela diferença na natureza de negócios de cada setor, indicamos olhar o EV/EBITDA para empresas de commodities ou exportadoras, já que essa métrica incorpora alguns números importantes para esse tipo de atividade, como endividamento e caixa da companhia.

Rentabilidade

Vamos supor agora que você comprou o apartamento do exemplo anterior depois de avaliar que o preço/m² estava vantajoso. Agora, depois de um tempo, quer vender, mobiliado, por R$1.250.000 o imóvel comprado por R$1.000.000. Seu lucro sobre a operação vai ser de R$ 250 mil, ou seja, 25% do valor investido inicialmente.

O ROIC de uma empresa (retorno sobre o capital investido) funciona do mesmo jeito, só que falamos de operações bem mais complexas e capital investido por mais de um acionista ou até mesmo de terceiros. Quanto mais alto o ROIC, mais a empresa consegue rentabilizar a sua operação a partir do investimento inicial.

Outro indicador que mede lucratividade é a Margem Ebitda. Calculada como uma divisão do lucro operacional (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) pela receita líquida da empresa (o quanto foi vendido menos o custo do produto vendido), a margem Ebitda é considerada uma das melhores formas de observar a qualidade da empresa, já que é um número que “limpa” resultados não operacionais. No nosso exemplo do apartamento, é como excluir do preço de venda a mobília e calcular o quanto o imóvel em si vale.

Endividamento

Ainda no apartamento, talvez você não tenha o dinheiro pra comprar à vista e escolheu financiar o valor de R$500 mil em alguns anos e dar outros R$500 mil de entrada no ato da compra.

Se sua renda anual for de R$100 mil, isso quer dizer que você está alavancado em pelo menos 5x, ou seja, sua dívida de longo prazo equivale a no mínimo cinco vezes sua renda no ano. Quanto maior esse número, mais comprometida a sua renda está.

Apartamento financiado, chaves na mão — chegou a hora de se mudar. Você contratou uma transportadora e vai pagar R$2 mil no cartão de crédito para levar todos os seus móveis pro apê novinho. Sua renda de R$8 mil mensais te dá conforto pra pagar essa dívida, já que você ganha 4x mais que o valor na fatura do cartão.

Para que uma empresa consiga expandir ou viabilizar suas operações, ela muitas vezes tem que fazer empréstimos de longo (como o seu financiamento de imóvel) ou curto prazo (como a fatura do seu cartão). A capacidade que ela tem de honrar esses compromissos também nos diz sobre a saúde financeira da empresa.

Para dívidas de longo prazo, vemos a alavancagem com a dívida líquida em relação ao EBITDA (o lucro operacional, lembrando). Quanto maior esse número, mais comprometida a receita da empresa com os débitos, e maior a chance dela se enrolar pra pagar. Como algumas empresas precisam tomar mais dívida devido à natureza dos seus negócios, é legal comparar esse número entre empresas do mesmo setor. No geral, uma alavancagem maior que 2 já pode ser um ponto de atenção.

Já a liquidez corrente nos diz a capacidade de pagamento das dívidas de curto prazo: assim como seu salário nesse exemplo é 4x maior que o valor da fatura, quanto maior a liquidez corrente de uma empresa, maior a capacidade dela de pegar os seus compromissos com vencimento mais curto.

Lucro

Lucro por ação é exatamente o que o nome nos diz: o lucro líquido da empresa dividido pelo número de ações que ela tem no mercado.

Essa medida te dá uma ideia do quanto seu investimento em uma ação da companhia tem de retorno — quanto mais alto o LPA da empresa, mais rentável ela é. No entanto, comparar o LPA em termos absolutos pode não ter muito significado para o investidor, já que ele não tem acesso direto a esse lucro. O mais indicado é comparar o LPA com o preço da ação, através do P/L, por exemplo, dando uma ideia de quanto o investidor está pagando pela empresa em relação ao lucro que ela gera.

Uma expectativa de crescimento do EPS indica que o mercado tem boas perspectivas para a empresa, demonstrando que existe uma confiança de que ela conseguirá aumentar sua rentabilidade ao longo do tempo. Por isso, pode ser interessante investir em empresas com essa métrica apontando pra cima.

E como eu uso tudo isso para escolher onde investir?

Bom, com todas essas informações, fica mais fácil identificar:

  • empresas que têm bons fundamentos e boas perspectivas futuras
  • empresas que estão descontadas, ou seja, que estão com valor atrativo para compra

Juntando as duas coisas, podemos ver boas oportunidades de investimento, em empresas de qualidade e que tem potencial de valorização no longo prazo. Essa é a ideia das nossas seleções: trazer as informações de empresas com bons fundamentos, de setores diversos, para que você construa ou complemente sua carteira da melhor maneira.

 

 

 

 

Elaborado por:
Betina Roxo, CNPI 1493
Paula Zogbi, CNPI 2545

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