O filme Forrest Gump é um dos maiores clássicos do cinema global, e inclusive um dos meus filmes prediletos. São 40 anos de história norte-americana retratada sob os olhos de Forrest, um rapaz inspirador que superou todas as dificuldades para ser um jogador de futebol americano nato, combater no Vietnã, representar a seleção norte-americana de tênis de mesa, comandar um barco de camarão, fundar uma das maiores companhias de frutos do mar nos EUA e ainda ser um dos primeiros acionistas da Apple Inc.

Caros 13 leitores, se vocês já assistiram este filme sabem muito bem o quanto ele é emocionante e inteligentemente divertido. Porém, talvez uma das cenas tenha passado batido pelos seus olhos:

O retrato de uma competição que ocorreu na China, entre Forrest e o representante da seleção chinesa de tênis de mesa. Obviamente esse momento foi retratado de forma cômica no filme, mas não tem nada de ficção cientifica – foi justamente nesta época que a China iniciou seu processo de reabertura ao mundo, e com isso, uma reaproximação com os EUA.

Foi uma “virada de jogo” simplesmente impressionante que ocorreu na China, e para entender isso melhor, um gráfico fala mais que mil palavras:

A China saiu de uma situação de miséria para uma condição de potência, revertendo mais de 100 anos na mão de dominantes estrangeiros (o que os chineses chamam de os 100 anos de humilhação), e ainda suportando as atrocidades cometidas pelo déspota Mao Tse-Tung.

Hoje em dia, os chineses se posicionam de forma pioneira nas principais tendências globais de desenvolvimento de novas tecnologias. Eles levam tão a sério essa história que as crianças do ensino fundamental estudam Big Data, nessa época minha maior preocupação era se teríamos futsal na aula de educação física.

O assunto chama tanto a atenção, que neste episódio do TBT dos Investimentos convidei Rui Cavendish, com vasta atuação no mercado de capitais chinês, para explicar toda essa trajetória chinesa. O fato é: o dragão está a solta.

Além de todo trabalho feito até aqui, no ano que vem, o partido comunista chinês completa 100 anos de história, e o processo eleitoral vai se iniciar, com favoritismo para o atual governo de Xi Jinping buscar a reeleição. E já que a economia é um bom incentivo para votos, o seu Xi não vai querer chegar lá com a economia em frangalhos, por isso, a agenda chinesa só acelera cada vez mais (podemos perceber isso pela valorização do preço das commodities).

E como se isso já não fosse o suficiente, os EUA se encontram com a China na briga pela primeira colocação como economia global. Historicamente, todas essas fases de conflito entre potências geram desenvolvimento das economias em sua individualidade.

Ambos estão comprometidos a pegar pesado nos investimentos e no desenvolvimento de suas agendas econômicas para gerar resultado, ficando cada vez mais próximos da primeira colocação.

Quando trazemos isso para o nosso mundo, o que pinta na cabeça é: talvez seja uma boa ideia ter algo da carteira na China. Claro, se comparado aos EUA e sua estrutura que beneficia as instituições privadas, o investimento em companhias chinesas possui um risco maior justamente pela autocracia e a intervenção mais relevante do governo no ambiente de negócios.

De fato, esse raciocínio tem lógica, mas não é um espetinho de grilo: no Brasil o risco político é presente há anos, e até mesmo nos EUA, temos episódios de intervenções que podem gerar impacto para as empresas listadas – como a discussão de aumento de tributos proposta pelo governo de Joe Biden, que tem preocupado os investidores principalmente frente as empresas de tecnologia.

Ou seja, na diversificação internacional do seu portfólio, que inclusive é fundamental para uma boa relação entre o risco que você está correndo frente aos ganhos que busca, pode fazer sentido ter parcela do seu capital investido em empresas chinesas. Todo esse cenário pode corroborar para o aumento de lucros das companhias chinesas, o que vai gerar ganho de capital para seus acionistas.

Ah, e é importante relembrar: você não precisa tentar prever quem será a maior economia do mundo nos próximos anos – nós acreditamos que o mundo vai viver uma polarização daqui para frente, muitas economias vão se destacar por motivos diferentes, e não importa se EUA ou China ficará em primeiro, até porque, o outro ficaria em segundo lugar provavelmente (o que já excelente ainda mais se comparado com o Brasil).

O X desta questão não é um ou, mas sim, um e. Você pode ter ambos em sua carteira, guardada as devidas proporções de distribuição e perfil de investimento.

Na Rico, você pode fazer esse investimento por meio de fundos de investimento com gestão ativa, ou seja, com a presença de profissionais de investimento gerindo os recursos do fundo. Aqui destaco o fundo JP Morgan China Equity  e o Wellington All China.

Como são fundos de investimento no exterior, eles seguem a regulamentação dos investidores qualificados, ou seja, só são recomendados para você caso tenha R$ 1 milhão ou mais em aplicações financeiras. Talvez isso mude em breve, teremos uma assembleia para votação da retirada desta limitação para fundos internacionais no dia 04 de abril de 2021, por isso já é bom esse tipo de oportunidade ficar no seu radar.

E como as vezes não é interessante ficar fora da festa até lá, você pode investir em bolsa chinesa por meio do fundo Trend Bolsa Chinesa, que é para investidores gerais.

Precisaremos de perseverança no ano de 2021, ainda existem perguntas sem respostas, a diversificação será a melhor forma de atravessar esse nevoeiro, que está mais transparente, mas continua atrapalhando a visão. Como Forrest Gump fez, talvez seja valida uma visita à China.

Pegando o gancho da diversificação internacional: deixamos algumas opções de fundos ainda mais acessíveis – reduzimos os mínimos iniciais de R$ 5 mil para R$ 500 ou R$ 100 nas opções abaixo – com exceção do Selection RF Plus e o Selection Multimercado Plus, todas as opções são de fundos internacionais, vale conferir: