• Mercados globais amanhecem positivos nessa terça, e caminham para fechar o mês de agosto com mais recordes
  • Os juros das treasuries de 10 anos caíram desde março e atingiram 1,28% hoje, refletindo certo receio dos investidores de que a recuperação econômica perca força nos próximos meses
  • PMI de serviços da China caiu para 47,5 em agosto, refletindo as restrições para contenção da Covid-19 e indicando retração no setor
  • Por aqui, o que puxou o mercado brasileiro pra baixo foram as notícias vindas de Brasília. Hoje, olho na taxa de desemprego da Pnad Contínua e no projeto do orçamento (LOA)

Mercados globais amanhecem positivos nessa terça, e caminham para fechar o mês de agosto com mais recordes. Ontem o S&P 500 bateu recorde pela 12ª vez no mês, e as bolsas europeias devem consolidar hoje 7 meses seguidos de ganhos. Puxados por esse otimismo, futuros do S&P sobem 0,13%, do Nasdaq sobem 0,14% e o EuroStoxx sobe 0,38%.

Agosto, mês do agrado. O bom humor geral do mês nos EUA foi motivado pelos resultados corporativos sólidos e pela continuidade da política monetária de estímulos à economia adotada pelo Federal Reserve, autoridade monetária americana. O S&P deve fechar o mês com ganhos e confirmar a maior série de meses positivos desde o começo de 2018.

Mas nem tudo são flores. Ao mesmo tempo, os juros dos títulos do tesouro americano de 10 anos caíram desde março e atingiram 1,28% hoje, refletindo certo receio dos investidores de que a recuperação econômica perca força nos próximos meses, principalmente pelo avanço da variante Delta. Após fala de Jerome Powell na última sexta (27), indicando que o Fed pode reduzir compras de títulos e, dessa forma, os estímulos, ainda em 2021, os mercados estão de olho na divulgação dos dados de payroll nessa sexta para prever os próximos passos na política monetária.

Na contramão do mundo, mercados da China e Brasil fecharam em queda no último pregão, mas por motivos bem diferentes.

Dados chineses desanimados. O índice dos gerentes de compras do setor industrial da China (PMI, na sigla em inglês) recuou de 50,4 em julho para 50,1 em agosto. Nesse indicador, números acima de 50 pontos sinalizam expansão, e abaixo dessa marca indicam contração. Já o PMI de serviços chinês caiu mais drasticamente, de 53,3 em julho para 47,5 em agosto, refletindo as restrições adotadas recentemente para contenção da Covid-19 no país. Dado fraco deve reativar a discussão entre autoridades locais sobre possíveis medidas para estímulo econômico.

Risco político à brasileira. Por aqui, o que puxou o mercado pra baixo foram as notícias vindas de Brasília. As ações de bancos registraram queda, com incertezas quanto a uma possível reação do governo federal à notícia de que a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) quer emitir um manifesto assinado pelos membros pedindo harmonia entre os Três Poderes. Por enquanto, Caixa e o Banco do Brasil já deixaram a instituição em resposta.

“Meu tesouro”. O resultado do Tesouro de julho foi melhor do que o esperado. As contas do governo central registraram déficit de R$ 19,8 bilhões em julho e o déficit acumulado em 12 meses caiu para 3,8% do PIB (era 4,7% em junho). A queda no ano é levada tanto por despesas muito menores do que aquelas vistas em 2020, quando foram adotadas medidas emergenciais para conter os impactos da pandemia no país, quanto de receitas mais fortes do que o esperado. Ficamos de olho para conferir se o setor público vai mostrar também déficit menor que o esperado

Pra ficar de olho hoje: saem por aqui dados de desemprego da Pnad Contínua, para o trimestre encerrado em junho, e o resultado do setor público consolidado em julho. Hoje também é a data-limite para o envio ao Congresso da Lei Orçamentária de 2022 (LOA). Enquanto ainda busca uma solução para os R$ 89 bilhões em precatórios a serem pagos no próximo ano, o projeto deve conter esse essa despesa no orçamento e comprimir outras despesas discricionárias, como congelamento do Bolsa Família e compressão das emendas parlamentares.

Nas horas vagas

Você sabe por que chamam agosto de “mês do desgosto” ou “mês do cachorro louco”? Tem a ver com dragões, viúvas e grandes navegações. Você pode ler tudo nessa matéria do Manual do Mundo.

Elaborado por:

Júlia Aquino, CNPI 3607

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