• Bolsas amanhecem em queda com preocupações com a variante Ômicron, que já aumenta o número de hospitalizações em alguns estados nos EUA
  • A gigante imobiliária chinesa Evergrande deu calote oficialmente, mostrando que a China tende a deixar a postura de crescimento acelerado a todo custo
  • Mas o grande assunto do dia tende a ser a inflação, que nos EUA está a ponto de chegar ao nível mais alto desde 1982.

As bolsas mundiais começam o dia majoritariamente em queda nesta sexta, com exceção dos futuros dos Estados Unidos, de olho nas restrições à mobilidade impostas por diversos países para tentar conter a variante Ômicron da Covid-19. Os casos e hospitalizações começam a aumentar em alguns estados nos EUA. Mas o grande assunto do dia deve ser a inflação dos EUA ao consumidor.

Oficialmente inadimplente. A Evergrande, gigante incorporadora chinesa, deu calote ontem em uma parte da sua dívida que totaliza US$ 300 bilhões, indicando que o governo do país deixou de tolerar acúmulos de dívidas que ameacem a estabilidade financeira nacional, ainda que essa intolerância signifique que o país pode crescer em ritmo mais lento a partir de agora.

Hoje tem: inflação. Será divulgado hoje, às 9h, o número de inflação oficial do Brasil (IPCA). Projetamos um aumento mensal de 1,08%, levando a taxa anual para 10,9%. Pois é. O nível de aumento nos preços ao consumidor está quase três vezes acima da meta do Banco Central (3,75%) e já obrigou o Banco Central a elevar a taxa Selic em 7,25 pontos percentuais neste ano, como contamos aqui.

Tem inflation também. Pouco depois, às 10h30, saberemos a inflação ao consumidor dos EUA, cujas projeções apontam para o número mais alto desde 1982, quando o país passava por uma crise forte e persistente. Esse nível de aumento dos preços aumenta o debate sobre a velocidade de aumento das taxas de juros no país e impacta os mercados. Que nível, afinal? Esperamos que o Bureau of Labor Statistics anuncie que os preços ao consumidor aumentaram 0,4% mês a mês em novembro, deixando a taxa de variação anual em 6,5%.

É grave, doutor? Mas calma, vai passar. O time de economia da XP Inc. continua acreditando na tese de que pelo menos 75% do atual choque inflacionário que os EUA estão experimentando está relacionado às ineficiências de abastecimento que se seguiram ao surgimento da crise Covid-19. Estes fatores devem se reequilibrar nos próximos anos.

Nas horas vagas

O Google divulgou nesta semana a retrospectiva de 2021, a “Year In Search”, que contém os termos mais buscados do ano na plataforma — além de uma mensagem muito marcante sobre um ano que foi extremamente desafiador, mas que também trouxe muitas boas emoções. Assista e veja a lista na versão brasileira, que contém buscas desde “o que é cringe” até “WhatsApp fora do ar” (quem lembra?).