- Mercados amanhecem em forte queda ao redor do mundo, com uma série de preocupações carregando o mau humor: crise energética, inflação alta, crescimento mais fraco, e redução de estímulos por parte de Bancos Centrais, especialmente dos EUA (o FED).
- A discussão sobre a extensão do teto da dívida nos EUA também contribui pro mau humor. Apesar de um calote da dívida do governo americano ser improvável, o vai e vêm político aumenta a aversão ao risco nos mercados.
- O real segue sofrendo com o cenário global, mas o cenário doméstico não ajuda, especialmente com o aumento do risco fiscal em meio a discussões políticas de aumento de gastos.
- Revisamos nossa projeção de inflação para o fim do ano (agora em 9%), e de taxa Selic – para 9,25% até março do ano que vem.
Quarta-feira de ovo virado nos mercados globais. Mercados amanhecem em forte queda ao redor do mundo, com uma série de preocupações carregando o mau humor:
- Crise energética (contamos mais disso na semana passada);
- Preocupações sobre inflação – ligadas à crise energética e a escalada de outros preços especialmente ao produtor, com cadeias de produção ainda gerando falta de produtos pra todo lado, e políticas regulatórias na China ajudando no caldo;
- Crescimento mais fraco da economia em alguns países; e
- Redução dos estímulos vigentes por parte de Bancos Centrais, especialmente dos EUA (o FED).
Pessoal do Capitólio também não ajuda! Tensões seguem em alta no Congresso americano. Após reunião interna, democratas reafirmaram que não devem suspender o teto da dívida via reconciliation – manobra que permite aprovar matérias por maioria simples no Senado (sem apoio Republicano, no caso). No entanto, republicanos não devem apoiar a suspensão, já que facilitaria o caminho para a aprovação do outro pacote fiscal apoiado por Biden (aquele com foco em investimentos sociais).
O projeto é importante porque, sem esse aumento, o Tesouro deixa de conseguir emitir dívida, o que em tese levaria a um calote da dívida do governo nos EUA. Embora seja improvável que isso aconteça, o risco aumenta e piora o cenário de aversão ao risco nos mercados.
Hoje tem mercado de trabalho nos EUA. Nesse cenário de incertezas, todos estarão de olho no relatório referente a criação de vagas no setor privado não agrícola nos EUA referentes ao mês de setembro. O resultado é considerado uma prévia do Payroll de sexta feira (dado de desemprego completo do país), que por sua vez pode ser decisivo na decisão do FED sobre o início do tapering – aquela redução de compra de ativos no mercado, que reduz o dinheiro sendo injetado indiretamente na economia.
E seguimos na sofrência do real. Com o aumento das taxas de juros futuras nos EUA (inflação alta à juros esperados para o futuro mais altos), as moedas de países emergentes caem em relação ao dólar. Afinal, com retornos maiores sem risco nos EUA, o custo de oportunidade de investir com mais risco em outros lugares cai. Unindo isso com as incertezas políticas e fiscais por aqui, o real teve a maior cotação de fechamento ontem desde abril: R$ 5,48.
Falando em energia, vai aí uma notícia boa! O cenário hidrológico em setembro foi muito melhor do que esperávamos para o mês. Infelizmente, não rolou a água que tinha que rolar para dentro dos reservatórios (utilizados para geração de energia hidrelétrica), mas a energia solar acabou superando mais de 100% nossas estimativas, compensando parte da pouca água que segue chegando às hidrelétricas. A importação de energia e uma demanda mais fraca do que o esperado também deram uma forcinha pra esse cenário positivo.
O resultado? O risco de racionamento – ou seja, suspensões temporárias de energia – calculado pelo time de especialistas da XP caiu de 17,2% para 12,1%. Isso não significa, porém, o fim da pressão sobre sua conta de luz. A importação de energia e geração por outras fontes é mais custosa, e a bandeira tarifária “crise hídrica” (quando aquele extra cobrado sobre o preços da energia é mais alta) deve seguir presente em nossos boletos até no mínimo abril do ano que vem).
Não vai cair na prova, mas teve revisão! Lembrando aqueles tempos áureos de vida escolar a acadêmica, hoje teve revisão – não daquela que cai na prova, mas daquela que serve de base pros seus investimentos. Revisamos nossa projeção para duas importantes variáveis que afetam diretamente seus investimentos: inflação e Selic (nossa taxa básica de juros).
Por conta de pressões inflacionárias que ainda nos acompanham por todos os lados, vemos o IPCA (nosso principal índice de inflação) encerrando o ano em 9%. As pressões vem tanto de fora, com commodities ainda altas e cadeias de produção bagunçadas – faltando de peças pra carros até plástico e material de construção – e de dentro, com a retomada do setor de serviços, a falta de chuvas e uma moeda desvalorizada.
Para conter que essa alta de preços siga ao longo do ano que vem, vemos o Banco Central elevando a taxa Selic para 9,25% até março do ano que vem. Vale lembrar que uma taxa de juros mais alta desestimula o crédito e estimula o investimento, desaquecendo a atividade econômica – com o objetivo de reduzir a pressão sobe os preços. Assim, esperamos que a inflação caia para 3,9% no fim do ano que vem.
O resuminho do que esperamos tá aqui:

Nas horas vagas
Somos jovens, somos mais mulheres. De acordo com os dados atualizados da B3, o número de investidores pessoas físicas (PFs) na Bolsa aumentou +1,3% em agosto. O destaque ficou para a participação feminina (Iei!) – apesar de ainda seguirmos em minoria (em 28% do total), nossa presença aumentou 31% desde o ano passado, enquanto os homens viram aumento de 20% da sua participação. E tem mais: estamos começando a investir mais jovens! Hoje, a maioria dos investidores se encontram na faixa etária de 26 a 35 anos, que correspondem em 32,1%. O time da XP conta mais sobre isso por aqui.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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