- Bolsa brasileira acumulou 3,1% de perda na última semana, puxada pelos riscos domésticos
- Wall Street está de folga hoje pelo feriado nos EUA, mas futuros americanos sobem
- Dados fracos indicam desaceleração da retomada no mercada de trabalho, o que pode adiar anúncio de redução de estímulos do banco central americano, o Fed
Replay. A bolsa brasileira derreteu na última semana, mesmo com o Ibovespa fechando em alta na sexta. O índice acumulou 3,1% de perda, o pior desempenho desde fevereiro, puxado principalmente pelos riscos aqui dentro de casa. Sim, estamos falando deles de novo: a aprovação do texto da reforma do Imposto de Renda pela Câmara (leia esse texto da Paula pra entender os destaques da última proposta), PIB do 2º trimestre em cima do muro e preocupações com a crise hídrica.
E agora, José? Na última sexta, uma publicação da Bloomberg relatou que as autoridades brasileiras ainda estão longe de uma solução para o orçamento, em particular no que diz respeito a como lidar com o aumento dos precatórios (dívidas judiciais da União). Assim, o limite de gastos estaria em risco, de acordo com o relatório.
Com o risco fiscal no centro do debate, os juros futuros , que indicam o prêmio de risco dos ativos brasileiros, aumentaram significativamente nas últimas semanas. Simplificando: o Brasil está mais arriscado, com despesas pressionadas, sem solução para o orçamento e precatórios virando a esquina. Para atrair investimentos nesse cenário, os títulos brasileiros passam a pagar mais juros para compensar esse risco aumentado, o que faz a curva de juros futuros subir, principalmente para títulos de prazos mais longos.
Depois de uma semana movimentada por dados econômicos, mercados estrangeiros amanhecem positivos nessa segunda com expectativa de que desaceleração da retomada no mercada de trabalho adie os planos do Fed de retirar de estímulos nos EUA. Futuros do S&P sobem 0,22%, do Nasdaq sobem 0,27% e Euro Stoxx 50 tem ganhos de 0,98%.
O payroll veio e, com ele, mudaram algumas expectativas. O relatório de empregos americano mostrou que foram criadas 235 mil vagas de emprego em agosto, muito abaixo da expectativa do mercado (que era de 720 mil). A desaceleração vem em um momento que o país se preocupa com o avanço de casos da variante Delta, e mudou as perspectivas do mercado sobre quando o Fed, banco central americano, deve começar a retirar os estímulos à economia.
Se antes os investidores se preparavam para o anúncio do tapering (nome gringo pra essa redução de estímulos monetários) já em setembro, agora a expectativa é que os dados mais fracos que o esperado adiem essa decisão.
Mais minério, menos aço. Os contratos futuros de minério de ferro caíram para menos de US$ 130/tonelada hoje em resposta às movimentações da China para limitar a produção de aço, depois de cair mais de 9% na bolsa de Singapura na última semana. Também impacta no preço o aumento da oferta da matéria prima, com os estoques de minério nos portos da China subindo pela terceira semana seguida. Como o Brasil é um grande exportador, vale ficar de olho no preço do ativo, que pode impactar no mercado local.
Os próximos dias serão menos movimentados: hoje (6) é feriado de Dia do Trabalho nos Estados Unidos, e bolsas não operam por lá. No Brasil amanhã (7) é feriado e, além de não ter pregão na B3, não tem Rico Matinal.
Outros eventos pra ficar de olho nessa semana. Amanhã, a China divulga dados de exportação e importação, que devem dar mais sinais de como anda a recuperação econômica por lá. Nessa quinta, o país divulga seus índices de preço ao consumidor e ao produtor, mesmo dia em que o Banco Central Europeu decide a taxa de juros do bloco.
Elaborado por:
Júlia Aquino, CNPI 3607
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