Tag: Rico Matinal
15/12/2020 21:23:31 • Atualizado em 27/01/2023 12:29:40
26 minuto(s) de leitura
Long & Short: Aprenda a executar a estratégia (Guia 2021)
Long & short é uma operação que envolve a compra de um ativo e a venda de outro. Tire suas dúvidas sobre o tema e saiba como operar Long & Short.

Long & short é a negociação de duas ações, ao mesmo tempo, com o objetivo de obhttps://riconnect.rico.com.vc/blog/bolsa-de-valores/ter ganhos.
Nessa estratégia, o trader vende um ativo e compra outro para ter lucro com a diferença entre os dois preços.
Parece simples – e realmente é. Só não há garantia de ganhos e os riscos não podem ser ignorados.
Assim, a estratégia precisa de atenção especial com algumas de suas características para que a operação seja realmente lucrativa para o investidor.
O trader pode obter melhores resultados ao colocar em prática o long & short observando e aproveitando anomalias e distorções do mercado.
Para isso, é necessário ter um olhar um pouco mais atento às notícias financeiras, dominar fundamentos de análise e, então, operar vendido e comprado utilizando a técnica.
Isso tudo ainda parece um pouco confuso e você precisa de mais dicas e informações? Sem problemas, pois é justamente o que vai conferir neste conteúdo.
Preparamos um guia com tudo o que você precisa para refinar seus conhecimentos no mercado acionário e obter maiores rendimentos.
Estes são os tópicos que serão abordados a partir de agora.
- O que é a técnica de long & short?
- Entenda como funciona o long & short
- Benefícios de aplicar a estratégia de long & short
- Saiba quais são os tipos de long & short
- Veja 3 exemplos de long & short na prática
- Como fazer long & short?
- Realizar long & short é seguro?
- 3 dicas para lucrar fazendo long & short
- Long & short para day trade: vale a pena investir na estratégia?
Se tiver alguma dúvida no final, é só deixar um comentário.
Siga a leitura e diversifique as suas práticas de investimento utilizando o long & short.
O que é a técnica de long & short?
O termo long & short é muito usado entre os traders mais experientes, mas pode causar estranheza para quem está iniciando na renda variável.
Se esse é seu caso, veio ao lugar certo, porque vamos explicar etapa por etapa sobre a prática de investimento.
Guarde estas informações: “long” significa “comprado” e “short” tem o significado de “vendido”.
Então, long & short nada mais é do que efetuar a compra de determinada ação ao mesmo tempo em que vende outro papel.
Ou seja, você vende um ativo com o intuito de comprar outro, percebe?
Mas, além disso, espera-se obter o melhor lucro possível com a diferença entre o preço dos dois papéis.
Na estratégia, não necessariamente o trader vai ter ganho com a venda e com a compra. Pode ser que haja alguma perda em uma ou as duas pontas.
Assim, a ideia central da prática é conseguir um saldo positivo com o resultado da operação.
Entenda como funciona o long & short

No mercado de ações, podemos dizer que o preço dos papéis segue uma linha geral.
Se há alguma movimentação significativa no mercado de e-commerce, por exemplo, a tendência é que todos os ativos relacionados a ele tenham um comportamento parecido.
Durante a pandemia de Covid-19, em 2020, as vendas online dispararam. Com elas, houve alta da cotação das ações de empresas varejistas online, como Magazine Luiza e Via Varejo.
Contudo, podem acontecer distorções de mercado que fazem com que o preço dos papéis de determinada companhia fuja à tendência esperada.
No exemplo do e-commerce, uma empresa que tivesse queda da cotação dos seus papéis poderia ser considerada uma anomalia no mercado, percebe?
Com o tempo, a distorção desaparece e a cotação vai se reajustando até voltar ao preço médio praticado.
E é aí que entra o long & short na bolsa de valores.
O trader que está atento a essas distorções pensa: “se o preço da ação está abaixo do que indica a média de mercado, a tendência é que ele suba mais à frente. Então, eu compro o papel hoje, aproveitando a queda”.
Ao mesmo tempo em que faz o long (comprado), ele também fica de olho naqueles papéis que tiveram movimento contrário. Ou seja, que o preço subiu mais do que o esperado frente aos outros ativos negociados no mercado.
Então, ele opera vendido (short) com o papel que tem preço maior do que a média. Lembrando sempre que, aqui, não consideramos apenas a média do preço, mas sim o valor de mercado em relação às outras companhias do setor, que pode ser medido, por exemplo, a partir de múltiplos como preço/lucro ou valor da empresa/Ebitda, entre outros — por isso é importante saber avaliar esses aspectos antes de aplicar a estratégia.
Nessa mesma lógica, a cotação tende a cair com o tempo e, assim, o trader poderá comprar, no futuro, o papel a um preço menor do que o vendido.
Quais são os custos e garantias?
Para operar long & short, a B3 – bolsa de valores brasileira – faz algumas exigências de garantias.
Todas as operações nessa prática devem ser lastreadas. Ou seja, o investidor precisa apresentar recursos que assegurem o valor negociado.
Então, a B3 exige garantias para a estratégia que podem ser dinheiro em conta, ações atreladas ao índice Ibovespa, títulos do Tesouro Direto, CDB (Certificados de Depósitos Bancários) e outros.
Benefícios de aplicar a estratégia de long & short
Até aqui, você viu que a prática consiste na venda e compra de ação como uma operação casada, certo?
Mas quais serão as vantagens de operar na bolsa dessa forma, você tem ideia?
A seguir, listamos alguns benefícios de usar a estratégia de investimento.
Utilização da ação comprada como garantia
Quando o trader faz uma compra ou venda a descoberto, significa que a operação foi realizada com garantias, mas sem recursos disponíveis.
No caso do long & short, também são exigidas garantias, mas a negociação pode ser feita mesmo sem valores em conta.
Nesse sentido, o crédito da venda (short) pode ser usado na aquisição de outro papel (long).
Assim, a ação adquirida pelo long & short pode ser utilizada como garantia para a B3.
Risco menor do que operações a descoberto
Lembra que a principal meta da estratégia é obter ganho na diferença entre a compra e a venda do papel?
Então, o risco de perda da negociação é menor, já que o resultado entre o long e o short pode ser interessante para o investidor.
Dessa forma, a operação apresenta menos risco do que em negociações de somente venda de papéis a descoberto.
Pulverização de riscos
Por fim, a prática pulveriza os riscos de perda no mercado de investimentos.
Afinal, mesmo em momentos de incertezas e distorções, o trader pode operar com possibilidades reais de ganhos.
Saiba quais são os tipos de long & short
É comum que o long & short seja realizado com ações que possam ser comparadas em vários aspectos.
Afinal, é dessa forma que o investidor terá a capacidade de isolar os fatores e, então, perceber a anomalia na cotação do ativo.
Mas isso pode ser feito de maneiras diferentes. Veja como:
Ativos de uma mesma empresa
Uma das práticas mais comuns é a venda e a compra de papéis de uma mesma empresa que apresentam distorções de preço.
Exemplo: venda de PETR4 e compra da PETR3, ambas da Petrobras.
Ações de um mesmo setor
Outro parâmetro bastante utilizado é a comparação de ativos de um mesmo setor econômico, como bancário, de energia ou varejo.
Exemplo: venda de OIBR4, da operadora de telefonia OI, e compra de TIMS3, da também operadora de telefonia Tim.
Ativos vs. Ibovespa
Neste caso, o trader opera vendido e comprado com ações que tenham pesos semelhantes no índice Ibovespa.
Exemplo: venda de SANB11, do banco Santander, e compra do SBSP3, da SABESP, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
Ambas as empresas têm participação de cerca de 0,7% no índice.
Veja 3 exemplos de long & short na prática
Levando em conta os três tipos mais comuns de long & short, confira exemplos práticos da estratégia em investimentos:
Exemplo 1: ativos de uma mesma empresa
Considere que, após uma anomalia de mercado, as ações da Eletrobras apresentaram cotações diferentes.
Enquanto a ELET6 estava a R$ 32,58, a ELET3 estava a R$ 28,91.
Então, o trader vende a ELET6 e compra a ELET3, operando vendido e comprado na mesma empresa.
Exemplo 2: ações de um mesmo setor
Supondo que as Lojas Renner anunciaram um lançamento importante, mas que pode rapidamente ser replicado por outros players do mercado.
Assim, o valor dos seus papéis dispara frente a outras empresas do segmento varejista de moda.
Nesse caso, o investidor pode comprar ações da Cia. Heringer, por exemplo, e vender ativos da Lojas Renner para obter ganhos com a operação.
Exemplo 3: ativos vs. Ibovespa
Dentro da carteira do índice Bovespa, as companhias Cyrela e Usiminas têm a mesma participação – cerca de 0,3% do Ibovespa.
Se o trader perceber que o CYRE3 está com cotação mais alta do que USIM5, por exemplo, pode operar vendido e comprado nessa situação.
Como fazer long & short?
Na prática, você precisa de uma conta de investimentos, home broker e garantias para fazer o long & short.
Então, confira o passo a passo da estratégia:
- Abra a sua conta de investimentos na Rico. É grátis!
- Acesse o home broker – o painel eletrônico onde constam as ações
- Escolha a ação com a qual deseja operar vendido (short)
- Em seguida, insira o preço de venda
- Então, coloque suas garantias para a operação, como ações ou títulos públicos
- Depois, selecione a ação com a qual deseja operar comprado (long)
- Agora, insira o preço de compra e envie a operação.
Pronto! A sua estratégia long & short está realizada.
Realizar long & short é seguro?

Primeiro de tudo, é importante que você se lembre que qualquer tipo de investimento tem riscos.
Então, é claro que operar vendido e comprado traz certo grau de incerteza para o investidor.
Você deve observar, no entanto, que o long & short pode ser mais arriscado do que operar a descoberto.
Isso acontece porque, quando ocorre uma negociação a descoberto, o trader já “paga” todo o risco. Assim, o máximo que pode acontecer é a perda completa do investimento.
Acontece que, da mesma forma que o investidor pode ganhar na venda e na compra, no long & short, ele também pode ter prejuízo em ambas as operações.
Assim, se a ponta comprada cair e a ponta vendida subir, o trader pode precisar depositar ainda mais garantias do que previamente ele havia depositado.
Como em todo investimento, é importante que você conheça o seu perfil de investidor, tenha um objetivo determinado para o retorno obtido e invista bastante em conhecimento, aprendendo sobre o mercado no qual pretende atuar.
3 dicas para lucrar fazendo long & short
Agora que você já conhece o conceito, como funciona, quais tipos existem e exemplos práticos do long & short, confira mais dicas para obter melhores resultados com a estratégia.
1. Verifique a disponibilidade de aluguel da ação
Existe um detalhe técnico importante sobre a operação: o trader pode vender uma ação que não possui em sua carteira.
Nesse caso, ele precisará alugar o papel por até 3 dias úteis – que é o prazo de liquidação após a venda do ativo.
Por isso, é fundamental verificar antes de operar short se a ação a ser vendida tem disponibilidade no mercado para ser alugada.
2. Confira se a ação comprada é aceita como garantia
Lembra que falamos que as ações compradas na negociação podem ser utilizadas para lastrear operações?
Então, certifique-se se o papel é aceito pela bolsa de valores como garantia para novas transações no mercado.
3. Lote fracionário x lote padrão
Para manter a equivalência do long & short, pode ser que seja necessário negociar ações em lotes fracionários e em lotes padrão.
Talvez a cotação dos papéis fracionados seja pouco vantajosa para o trader. Mas, eventualmente, o investidor pode decidir operar dessa forma.
Então, é preciso ter atenção redobrada ao enviar as duas ordens com preços diferentes.
Long & short para day trade: vale a pena investir na estratégia?
O long & short é uma estratégia de investimento voltada para traders que operam no médio prazo.
Assim, os swing traders conseguem obter bons resultados com o ajuste gradual da cotação dos papéis ao longo do tempo.
Mas será que a tática também é interessante para quem compra e vende ativos em um mesmo pregão?
A tendência é que as distorções de mercado se ajustem com um pouco mais de tempo do que o day trader precisa para operar.
Portanto, a técnica pode, sim, ser analisada por quem negocia papéis no mesmo dia.
Mas é necessário ter cautela ainda maior para operar com o long & short no day trade.
Conclusão
A estratégia de long & short, como você viu, trata-se de operar vendido e comprado a fim de obter ganhos financeiros com a diferença entre os preços dos ativos.
Com observação do mercado, é possível identificar distorções de cotação e, assim, ter lucro com a operação.
Além do long & short, você pode negociar ações na bolsa de valores com táticas diferentes e ter boa rentabilidade.
E o momento não poderia ser melhor para isso, pois a Rico zerou a taxa de corretagem para investir em ações.
Abra sua conta agora e seja o novo investidor da bolsa.
07/10/2020 12:20:56 • Atualizado em 09/12/2021 21:25:55
8 minuto(s) de leitura
Ações que pagam dividendos: quem não gosta?
Com os rendimentos de dividendos acima da taxa de juros, o investidor tem a possibilidade de aumentar seus retornos além dos ganhos com a performance da ação
Confira o Rico Matinal de hoje – 07/10/2020
Insight Rico: Quem não gosta de dividendos?
(por Júlia Aquino)
Neste ano, pela primeira vez na história, o rendimento dos dividendos das empresas do Ibovespa superou a taxa básica de juros brasileira, a Selic.
Apesar da redução das estimativas dos lucros das empresas em 2020 e, consequentemente, do pagamento dos dividendos, os juros estão em mínimas históricas. Por isso, essa comparação do rendimento dos dividendos com os juros continua positiva, o que mostra a atratividade tanto da Bolsa quanto das boas pagadoras de dividendos.
Além de incentivar a alocação dos investimentos na bolsa em busca de maior rentabilidade, a taxa de juros mais baixa também tem efeitos diretos para as companhias, como a redução no custo das suas dívidas e incentivo para investimento, importante em vendas e serviços que precisam de mais capital para funcionar.
Não é à toa que o número de pessoas físicas investindo em ações bateu recorde no fim de setembro – já são 3,1 milhões de pessoas, contra 1,7 milhão no fim de 2019 segundo a B3.
Com os rendimentos de dividendos acima da taxa de juros, os investidores têm a possibilidade de aumentar seus retornos além dos ganhos com a performance da ação.
É importante observar que os investidores estão de olho nos rendimentos de 2021, em um cenário de lucros mais normalizado para as empresas. Nesse momento desafiador do curto prazo, algumas empresas podem diminuir a distribuição para reter caixa ou ter seus dividendos reduzidos por questões regulatórias, como é o caso dos bancos.
Mesmo com a possível alta da Selic em 2021, em um mundo de juros baixos (que também é a realidade do Brasil), o rendimento médio dos dividendos da bolsa acima dos juros apresenta muitas oportunidades aos investidores, especialmente via boas pagadoras de dividendos.
Pensando nisso, todo 5º dia útil do mês apresentamos as Top 20 pagadoras de dividendos gratuitamente para quem tem conta na Rico!
Incluímos na lista apenas nomes com cobertura de 5 ou mais casas de análise. As empresas indicadas por ⭐ (estrelas) também fazem parte da nossa seleção de queridinhas da Bolsa, a Seleção Estrelas da Bolsa Rico! Conheça as ações estelares clicando aqui.
Esses são os primeiros dez nomes da lista de outubro, do dividendo mais alto para o mais baixo, segundo estimativas do Bloomberg pra 2021:
Se você já tem uma conta na Rico, pode acessar por ela a lista completa e mais informações do Top 20 de outubro no menu Análises > Carteiras Recomendadas. Spoiler: temos mais “estrelas” na lista.
Resumo do dia: Lá vem o Trump, Trumpaqui, Trumpacolá
(por Lucas Collazo)
Os índices de bolsa amanhecem em clima de cautela: nos EUA, os futuros sobem até 0,6%. Já na Europa, o Stoxx 600 apresenta leve queda de 0,2%.
Ontem, após um tuíte do presidente norte-americano, Donald Trump, os mercados recuaram. A mensagem afirmava que as negociações sobre um pacote de estímulos fiscais estariam suspensas até sua vitória eleitoral e custou ao S&P 500 (principal índice de ações dos EUA) 80 pontos, fechando o dia em queda de 1,4%.
E vocês já imaginam: durante corridas eleitorais, obviamente essa declaração foi duramente criticada pela bancada democrata (partido de Joe Biden, concorrente de Trump nas eleições).
Mais tarde, porém, o mesmo Trump provocou o Congresso a aprovar uma série de medidas de alívio do coronavírus, incluindo cheques de estímulo de $ 1.200 para desempregados.
“Se eu mandar uma lei para cheques de estímulo (US $ 1.200), eles irão para o nosso grande povo IMEDIATAMENTE. Estou pronto para assinar agora. Você está ouvindo Nancy? ”, tuitou o presidente
A discussão de mais pacotes fiscais é extremamente relevante. O segundo tuíte indica que Trump considera um problema que os cheques não cheguem na ponta a tempo da votação eleitoral. Para os mercados, estímulos são considerados essenciais para manter o crescimento econômico na situação atual.
No Brasil, o mercado segue acompanhando as notícias sobre o Renda Cidadã. Jornais afirmam que o relatório do senador Márcio Bittar será adiado para próxima semana e que Bolsonaro só quer discutir aspectos mais polêmicos do programa depois das eleições, o que limita o tempo para aprovação da matéria.
Agenda da Semana |
Quarta-feira, 07 Todo o dia: China – feriado do dia nacional 09h10: Europa – Discurso de Christine Lagarde 11h30: EUA – Estoque de petróleo bruto (exp: 1,569 milhões; ant: -1,980 milhões) 15h00: EUA – Ata da reunião do FOMC (Comitê de política monetária do Fed) 15h00: EUA – Declaração do FOMC |
Quinta-feira, 08 Todo o dia: China – feriado do dia nacional 04h25: Reino Unido – Pronunciamento de Bailey, governador do BoE 08h30: Europa – Declaração de política monetária do BCE 09h00: Brasil – Vendas no varejo mensal (exp: 1,2%; ant: 5,2%) 09h30: EUA – Pedidos iniciais por seguro-desemprego (exp: 820 mil; ant: 837 mil) 12h00: México – Ata da reunião de política monetária |
Sexta-feira, 09 10h00: Brasil – IPCA mensal (exp: 0,23%; ant: 0,24%) 10h00: Brasil – IPCA anual (exp: 2,42%; ant: 2,44%) |
26/02/2020 16:52:15 • Atualizado em 10/12/2021 07:44:13
11 minuto(s) de leitura
Ibovespa cai quase 5%; devo comprar?
Coronavirus derruba Bolsa em quase 5%. É hora de comprar?

Esse é o Rico Matinal de hoje, relatório diário escrito pelos analistas da Rico Thiago Salomão, Matheus Soares e Lucas Collazo e disponível a todos os nossos clientes.
Display of stock market quotes
Resumo do dia: Tomou engov? Então se prepara…
(por Matheus Soares & Lucas Collazo)
O Ibovespa abriu nesta quarta-feira às 13h e pelas nossas contas deverá marcar queda de quase 5%, seguindo a mesma linha do recuo na faixa de 6% do EWZ (índice que acompanha ADRs brasileiros) e da alta do dólar vs cesta de moedas emergentes no período.
O movimento acompanha as bolsas mundo afora, que caíram entre 6% e 7% por conta da preocupação com o contágio do coronavírus no mundo, que tem se alastrado rapidamente em países como Coréia do Sul, Irã e Itália. No Brasil, aliás, tivemos o primeiro caso de coronavírus confirmado em um paciente de São Paulo que voltou de viagem recente à Itália.
Ou seja: enquanto aqui no Brasil o Carnaval manteve os investidores ‘desligados’ do mercado, lá fora tivemos uma forte aversão a risco, provocando um movimento que chamamos no mercado de “flight do safety” (ou voar para ativos de qualidade, na tradução livre). Quatro movimentos do mercado deixam claro isso:
- Corrida para títulos do tesouro americano: o rendimento de títulos do tesouro americano de 10 anos caiu para o seu menor nível da história (1,31% ao ano). Investidores compram estes títulos em momentos de maior aversão ao risco, provocando alta nos preços e queda nos juros embutidos. A saber: A curva de juros americana também já precifica novos cortes de juros pelo Federal Reserve nas próximas reuniões, por conta do arrefecimento dos níveis de atividade após o surto.
2. Corrida para o Ouro: o ouro registrou o maior valor em sete anos, próximo da marca de US$ 1.700 por onça-peso. Segundo a Bloomberg, os fundos de ETF ligados ao ouro físico tiveram 25 dias consecutivos de fluxo positivo.
3. Disparada do “índice do medo”: o Índice de volatilidade VIX, também conhecido como “índice do medo”, atingiu 26,6%, seu nível mais alto desde 2018. O VIX mede a volatilidade dos contratos de opções das ações do S&P500 e tendem a aumentar sua pontuação quando os mercados caem.
4. Alta do dólar: Essa fuga por qualidade também envolve o dólar, por se tratar da moeda da maior economia do mundo e aquela mundialmente aceita na maior parte dos países. Uma cesta de moedas de países emergentes desvalorizou-se entre 1% e 2% diante da divisa americana, devemos ver algo parecido com o real por aqui – ou seja, o dólar, que já está na faixa de R$ 4,39, pode subir mais nesta quarta
Insight Rico: Bolsa vai cair uns 5%; devo comprar?
(por Thiago Salomão)
Queridos leitores, prometo ser o mais breve possível: em momentos de grande tensão não adianta falar muito, o cérebro só quer saber o que precisa ser feito para esse sentimento ruim ir embora. E pelo fluxo de novos investidores na bolsa, é capaz de muitos de vocês terem hoje a primeira experiência de um “dia de caos” na Bovespa.
Então, antes da leitura, peço que relaxem: fiquem calmos, respire fundo (conte 1, 2, 3, 4) e solte o ar. Repita o processo umas 3 ou 4 vezes.
Fez isso? Ótimo! Então vamos à leitura.
Sim, o Ibovespa caiu bastante hoje na abertura e algumas ações podem cair bem mais do que os 5% esperados. Daí surge a pergunta que mais recebemos durante o Carnaval: Essa queda é uma oportunidade de compra? Ou vendo tudo e fujo para as colinas?
Eu sei que seu cérebro só quer uma resposta para se sentir aliviado, mas infelizmente devo dizer que isso depende muito do seu perfil de investidor e abaixo explicarei melhor isso. Queria uma resposta mais fácil? Procure em algum influencer de finanças que certamente ele dirá “compre tudo” ou “venda tudo”. Mas eu já estou no mercado um tempo suficiente para saber que não é assim que a banda toca.
O que nós faremos aqui? Nós, analistas fundamentalistas da Rico, temos uma visão de longo prazo para nossas recomendações de investimentos. E eventos pandêmicos historicamente não costumam alterar a perspectiva de longo prazo da economia, conforme já apresentamos em Ricos Matinais passados com este gráfico da Charles Schwab, mostrando o comportamento do mercado em meio às epidemias que assustaram o mundo nos últimos 50 anos.

Dito isso, sempre que o mercado enfrentar quedas bruscas, vamos às compras das empresas que queremos ter em nosso portfólio pelos próximos anos. Tão simples quanto isso.
Mas para isso, é preciso ter caixa: o investidor que tem dinheiro em caixa pode aproveitar estes momentos de pânico para encarteirar ações mais baratas, desde que o horizonte de investimento dele seja de fato longo prazo.
Não sabemos até quando essa volatilidade no mercado se manterá, só sabemos que no curto prazo viveremos muitos dias de altos e baixos. Mas como já disse o poeta Felipe Pontes em uma de suas participações no Stock Pickers: “compre ações quando tiver sangue nas ruas, mesmo que o sangue seja o seu” (não ouviu essa pérola? Está no ep. 15 do Stock Pickers – link aqui)
Se você ainda está inseguro, sugiro que veja a entrevista que ninguém menos que o Warren Buffett concedeu à CNBC na segunda (24). A entrevista tem duas horas de duração (link do youtube com a entrevista completa), mas a InfoMoney fez um belo resumo deste papo – você pode conferir o resumo aqui. A que mais pode acalmar o investidor que está enfrentando um dia duro pela primeira vez é:
Agora, se o seu horizonte de investimento é mais curto, talvez essa queda não seja necessariamente um “buy opportunity”, pois não sabemos até onde mais o mercado pode cair no curto prazo. Como bem disse Mohamed El-Erian (ex-CEO da Pimco, que é a maior gestora de renda fixa do mundo) neste artigo em inglês publicado na Bloomberg (aos que preferem ler em português, o Brazil Journal fez um resumo aqui), há mais incertezas do que certezas quando se trata dos impactos do coronavirus na economia e, por isso na opinião dele, essa queda não se trata de uma oportunidade de compra.
Conclusões
– Pra você que está há pouco tempo na bolsa e não sabia que dias difíceis existiam, fique calmo: o pânico e o desespero só farão você tomar decisões precipitadas. Hoje a bolsa vai cair, então aceita que dói menos;- Se mesmo assim a queda doer muito em você, então o problema certamente é porque sua carteira de investimentos não está condizente com seu perfil de risco. Todos os 13 leitores fieis deste relatório já estão cansados de ler a frase do Ray Dalio que repetimos enfaticamente aqui: “diversificação é o último grátis do mercado”;
– Sobre diversificação: ter “caixa” (dinheiro líquido ou ativo seguro de altíssima liquidez, como fundo DI pós-fixado de resgate imediato) é excelente para estes momentos, pois te dá a opção de escolher ir às compras ou não nos momentos de pânico. Além disso, ter investimentos expostos a diferentes mercados é essencial: minha carteira pessoal tem atualmente 13% de dinheiro em caixa e uns 15% espalhados em fundos cambiais, fundo de ouro e renda fixa de liquidez diária. Posso dizer que estou ‘tranquilo’.
– Ainda sobre diversificação: por regulação, eu só invisto via fundos de investimentos, que por si só já é um investimento diversificado (cada fundo tem uma carteira diversificada de ativos). Mas é possível sim diversificar dentro das classes de fundos. Fico feliz de ter ainda um pedacinho da minha carteira em cotas dos fundos da Adam Capital: embora ela tenha sido alvo de crítica por alocadores e assessores recentemente, a gestora de Marcio Appel está com uma boa posição comprada em dólar e vendida em S&P500 – ambas certamente terão forte valorização hoje.
Mercado de renda variável é assim mesmo: ele varia. Hoje será um grande aprendizado para muitos investidores, que saberão o que é gestão de risco, diversificação de carteira e como montar uma carteira condizente com seu perfil de investidor. O custo dessa “aula” pode ser alto ou baixo, dependendo do quanto de dinheiro que você tinha mal alocado, mas certamente te fará um investidor melhor para o longo prazo.
Boa volta de Carnaval.
Esse é o Rico Matinal de hoje, relatório diário escrito pelos analistas da Rico Thiago Salomão, Matheus Soares e Lucas Collazo e disponível a todos os nossos clientes.
25/09/2019 13:20:38 • Atualizado em 10/12/2021 04:10:26
6 minuto(s) de leitura
Bolsonaro na ONU e Impeachment de Trump: veja a nossa análise
Pedido de impeachment de Donald Trump, discurso de Bolsonaro na ONU e Reforma da Previdência

Pedido de Impeachment ao Donald Trump, adiamento da votação da Reforma da Previdência e discurso do presidente Jair Bolsonaro na ONU.
Se ontem o dia tinha tudo para ser positivo para as bolsas e não foi, hoje o dia começa negativo nos mercados por conta de um apanhado de más notícias.
Boa quarta a todos.
Sentimento Rico: Ruídos políticos aqui e acolá
Resumo do dia:
A terça-feira tinha tudo para ser um dia positivo para a bolsa, mas durante o dia o anúncio da abertura do processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a postergação para a próxima semana da votação da reforma da Previdência pelo Senado brasileiro, fez o Ibovespa fechar em queda de 0,73% aos 103.875 pontos.
Hoje o pedido de impeachment contra Trump e sua fala de que não aceitará um “mau acordo” com a China contaminam as bolsas internacionais, que operam em queda generalizada nesta manhã – Bolsas europeias caem mais de 1% e S&P futuro recua 0,2%.
No radar do dia: i) EUA – discursos dos presidentes do Fed de Chicago, Charles Evans, às 9h, e de Kansas, Esther George, às 11h; ii) Brasil – divulgação dos dados de emprego do Caged cuja expectativa de geração de empregos é de 98,8 mil vagas em agosto ante criação de 43,8 mil em julho.
Sobre o pedido de impeachment ao presidente Donald Trump
A Câmara dos Deputados abriu ontem inquérito para possível impeachment de Donald Trump, suspeito de usar o cargo para perseguir o seu rival democrata, Joe Biden.
O presidente teria pedido ao presidente ucraniano ajuda para investigar Joe Biden e seu filho em troca de ajuda financeira para a área militar. Trump divulgará uma transcrição da ligação com o presidente da Ucrânia e deve apresentar sua defesa nesta quarta-feira.
Opinião: Apesar do possível sucesso na Câmara, que é controlada pelo partido, é difícil que a acusação prospere no Senado, uma vez que a casa é controlada pelos republicanos.
Tal movimento pode aumentar a volatilidade em um cenário que já é bastante incerto pela guerra comercial já que um impasse prolongado pode prejudicar o governo dos EUA, ampliar as incertezas globais e abrir espaço para que discursos de candidatos democratas com propostas econômicas mais intervencionistas ganhem força.
Sobre o adiamento da votação da Reforma da Previdência no Senado
A apreciação da reforma da previdência no Senado foi adiada novamente. A votação estava marcada para terça-feira, havia sido adiada para hoje, mas foi remarcada para a próxima semana.
É uma forma do Senado protestar contra a operação contra o líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Em meio a questionamentos de senadores sobre a operação da PF, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, já fala em votação em 2º turno no dia 15 e não mais dia 10.
Sobre o discurso realizado por Jair Bolsonaro ontem na ONU
O presidente afirmou a soberania do Brasil sobre a Amazônia e atacou o legado do socialismo na América Latina. Em um discurso de 30 minutos, Bolsonaro disse que está reconstruindo o Brasil após o país ter ficado “à beira do socialismo” nas administrações anteriores.
Leitura do dia
Diante da série de notícias negativas que tomam conta do noticiário nesta manhã e devem fazer com que o Ibovespa abra em queda, é importante lembrarmos do nosso atual momento (nova Era do mercado brasileiro: juros baixos, inflação controlada, empresas survivors, baixa exposição de fundos a bolsa, são alguns exemplos) para não cairmos em ruídos.
Segue entrevista com Mark Mobius, guru dos mercados emergentes, que diz que “sinais” estão muito favoráveis para Brasil. Segue o link.
Lembrando que o Rico Matinal é um relatório diário disponível a todos os clientes da Rico.
20/09/2019 13:54:43 • Atualizado em 10/12/2021 04:12:34
9 minuto(s) de leitura
A nova era no mercado chegou: o que fazer com o dinheiro
A queda da taxa selic, que chegou a 5,5% é um marco histórico para o mercado brasileiro. É uma nova era promissora para todos os investidores.

Ricos & Ricas,
Hoje o Rico Matinal está sensacional (o Rico Matinal é um relatório diário escrito pelos analistas Thiago Salomão e Matheus Soares e disponível para todos os clientes da Rico).
Explicamos por que acreditamos que a decisão do Copom marca o início de uma nova era e anunciaremos aos assinantes da Carteira Rico Premium, a recomendação de um ativo que, na nossa humilde opinião, todo investidor deveria ter em uma carteira diversificada neste momento.
Se você ainda não é assinante e não quer perder essa recomendação, clique aqui.
Antes da leitura, não se esqueça que hoje é sexta-feira (alguém esquece disso?), o que significa que é dia de Stock Pickers!
Programa obrigatório principalmente para quem tem ações da Azul, Iguatemi e EzTec. Link do programa está aqui.
A Nova Era no Mercado Brasileiro
Os espectadores do canal da Rico já puderam ver na noite de quarta o Marco Mecchi (gestor da MZK) explicando o que é o ‘hiato do produto’ e por que ele (junto com a deflação mundo afora) pode manter a Selic ainda mais baixa do que os 5,5% atuais e por muito tempo.
E já conseguimos ver esses efeitos nos ativos brasileiros na quinta:
Juros: 5% virou pessimista. QUEDA!
Após já terem caído forte no começo da semana, os contratos de DI Futuro mergulharam na quinta-feira, precificando algo que antes apenas os muito otimistas estimavam: a Selic deve ficar abaixo de 5% ainda em 2019 e deve ficar baixa por muito tempo.
Pegando por exemplo o contrato DI de janeiro de 2021: no final de agosto ele estava em 5,70% (na prática, o mercado esperava que até jan/2021 a taxa de juros média seria de 5,70% ao ano); hoje, esta taxa fechou em 5,05%, chegando a ficar abaixo de 5% durante a quinta.
São quase 70 pontos de queda! Com o mercado todo revendo as contas sobre a taxa de juros na segunda-feira o Boletim Focus (relatório semanal do BC que traz as projeções do mercado) certamente trará uma mediana abaixo de 5% para a Selic de 2019.
O que muda na prática?
Investimentos que acompanham a Selic perderam todo apelo ou, como bem definiu o FinTwit, “o CDI morreu”. Na terça-feira que vem a ata do Copom poderá ser encarada como a missa de 7º dia do CDI.
Abaixo, o comportamento da inflação e as bandas superior e inferior da meta para cada ano: perceba como estamos bem próximo da banda inferior da meta há um bom tempo. À direita, o gráfico da Selic nos últimos anos.


Dólar: Fim do carry trade. Mais altas?
Historicamente, bolsa e dólar têm comportamentos opostos (quando um sobe, o outro cai, e vice-versa).
O motivo é pela percepção de risco: se estamos mais otimistas, tomamos mais risco e compramos ativos mais arriscados (como ações), ao passo que abrimos mão de ativos mais defensivos (como o dólar).
Há também o adicional de fluxo: quando o Brasil vai ‘bombar’, bolsa sobe e muitos estrangeiros entram no país para se aproveitar disso – e quando há mais dólares no Brasil, a moeda americana se desvaloriza em relação a nossa.
Mas por ora essa “regra”, que nunca chegou a ser perfeita, tende a ser ainda menos efetiva. E a explicação para isso é o fim do carry trade.
Explicamos: carry trade seria a combinação entre fazer uma posição vendida em moeda com taxa de juros mais baixa e outra comprada em moeda com juro mais alto.
Além da diferença entre os juros, o investidor também lucra com a variação cambial. Se não houver tanta diferença entre as taxas, a operação fica menos rentável.
Na prática: o Brasil, que sempre teve um juro muito alto, sempre foi um país para gringo fazer carry trade e ganhar com essa gorda diferença. Hoje, essa verdade não é mais verdadeira.
Pouco tempo atrás, a Selic estava em 14,25% e o juro americano mais perto de 0%. Hoje, estamos com a taxa em 5,5% e lá fora a taxa está em 1,75%/2,0%. Nem precisa de calculadora pra ver que a gordura diminuiu muito.
Isso significa que o dólar vai continuar subindo?
Já diria André Jakurski: “há formas mais interessantes de se perder a reputação do que tentar adivinhar para onde o dólar vai”.
Mas isso ajuda a explicar por que os juros mergulharam nos últimos dias e o Ibovespa voltou à máxima histórica, mas enquanto isso o dólar seguiu firme e forte e se aproxima cada vez mais dos R$ 4,20 novamente.
O que mudaria essa tendência? Se o estrangeiro começar a ver o Brasil não mais como um “país de carry trade”, mas como um país de investimento de longo prazo.
Em breve, teremos leilões de infraestrutura, privatizações e cessão onerosa. Serão ótimos instrumentos para medir o quanto eles confiam no Brasil para um casamento duradouro – ou se continuaremos sendo apenas um amor de carnaval.
Ibovespa: a salvação é pelo risco. ALTA!
Aqui seremos econômicos nas palavras, pois já temos dito quase que diariamente que vemos a bolsa brasileira como o melhor cavalo para colocar as fichas neste momento.
Mas o fato é que juro baixo por muito tempo é boa notícia para ações, ainda mais se tratando de uma economia que deve iniciar um ciclo de recuperação em breve.
A imagem abaixo, extraída do twitter do @gigzsss, mostra como os fundos de pensão seguem subalocados em ações: embora a quantia em bolsa tenha dobrado de 2015 para 2019, vale dizer que a bolsa ‘dobrou’ nesse período, o que evidencia que esse crescimento em ações não necessariamente deve-se a novos investimentos.

Para você que leu até aqui, obrigado.
Lembrando que o Rico Matinal é um relatório diário disponível a todos os clientes da Rico.