• O mês de agosto acabou, e chegou a hora de revisitar sua carteira de investimentos.
  • Enquanto os juros seguem subindo ao redor do mundo para combater a inflação, a bolsa brasileira veio como destaque positivo no mês.
  • Veja nesse texto nossa sugestão de alocação para sua carteira no mês de setembro e os principais pontos para ficar de olho nos seus investimentos.
  • Começamos com a nossa tradicional previsão do tempo para cada classe de ativos, e depois trazemos um panorama completo para você investir com embasamento.

Você compra guarda-chuva em dia de sol ou deixa para o momento de desespero? Quando vai à praia, passa filtro solar antes ou depois de sentir o ombro ardido? Investir bem é como se precaver de mudanças bruscas no tempo, sempre de olho na previsão antes de sair de casa ou fazer planos ao ar livre.

Nesse conteúdo, trazemos a meteorologia para as principais classes de investimento disponíveis no mercado e a nossa dose recomendada para todas elas para o próximo mês. Assim, evitamos que uma frente fria pegue a sua carteira desprevenida.

Para começar, a tabela abaixo inclui nossa sugestão atualizada de alocação para cada classe de ativos, como proporção do total de uma carteira, de acordo com cada perfil de investidor. Ou seja, nossa sugestão de como cada tipo de investidor deve diversificar seus investimentos – lembrando que a diversificação é a melhor amiga dos bons retornos no longo prazo.

Por isso, conhecer seu perfil de investidor, seus objetivos e seu horizonte de investimento são atitudes essenciais na hora de escolher onde alocar seu dinheiro (ou seja, investir).


Para quem preferir, os Fundos DNA fazem essa alocação para você de maneira automática.


O clima para as principais classes de ativo


Renda Fixa, Tesouro e seus amigos

Sol a pino

Para os investimentos em renda fixa, o clima segue tropical, marcado pela elevada taxa Selic. Apesar de não vermos a nossa taxa básica de juros subindo além dos atuais 13,75% ao ano nesse ciclo de altas, ela deve permanecer em patamar elevado ao menos até o fim do ano que vem – como falamos em detalhes aqui.

Assim, a renda fixa segue atrativa, com juros altos mantendo elevados os retornos esperados ao investidor.

Os títulos atrelados ao IPCA (os famosos IPCA +) ajudam a proteger o seu patrimônio da maior “frente fria” do momento, por acompanharem a alta de preços medida por esse indicador. Já os títulos atrelados ao CDI ou à Selic se beneficiam da taxa básica de juros elevada, permitindo uma boa rentabilidade da sua reserva de emergência e do seu “caixa” – aquele dinheiro que você deixa rendendo em liquidez para aproveitar oportunidades de investimento.

Mas lembre-se de coordenar o prazo do seu investimento com o vencimento do título, se for optar por títulos prefixados ou atrelados à inflação, e limite prefixados a objetivos de curto prazo (até 3 anos). Isso porque o preço desses títulos irá variar conforme movimentos de mercado até a data de vencimento. Explicamos essa dinâmica nesse vídeo.

Bolsa Brasileira

Nuvens abrindo

Após um período marcado por nuvens mais espessas, o clima na bolsa brasileira tem dado espaço certa abertura gradual nos últimos meses. A volta relativa do apetite ao risco de investidores globais e os primeiros sinais de enfraquecimento da inflação por aqui nos favoreceram em agosto.

Ao mesmo tempo, a sinalização do fim do ciclo da alta dos juros ajudou a atrair investimentos estrangeiros, favorecendo empresas que mais sofreram durante o processo de alta da taxa Selic. Afinal, a alta de juros tende a prejudicar ações direta e indiretamente, como detalhamos aqui.

O movimento positivo, então, traz a pergunta: é hora de comprar essas ações que dispararam no último mês? Achamos que ainda é cedo. Apesar de as nuvens terem começado a dispersar, o sol ainda não surgiu.

Assim, como preocupações de curto prazo (como incertezas eleitorais) podem fechar o tempo para investimentos de maior volatilidade, recomendamos posições mais defensivas e menos dependentes de ciclos de crescimento econômico. Empresas boas pagadoras de dividendos e em setores como o bancário, elétrico, de saneamento e consumo essencial são bons exemplos.

Dito isso, destacamos que a bolsa brasileira continua atrativa e um bom investimento de longo prazo – sempre respeitando seu perfil de investidor.

Bolsa estrangeira

Tempo nublado

Os últimos meses foram marcados por uma sensação de “verão fora de hora” nos mercados de ações globais, especialmente nos Estados Unidos. Diante da sensação de que o pior ficava para trás e preços de ativos relativamente descontados, o principal índice acionário do país (S&P 500) subiu quase 10% entre junho e agosto.

Porém, a frente fria trazida pela incerteza dos juros em alta (até quanto as taxas precisarão subir para conter os preços?) e temores de uma recessão econômica congelou esse bom humor.  

Assim, apesar dos resultados de empresas até agora indicarem que muitas têm conseguido enfrentar esse clima gélido, ainda há espaço para que sejam pegas de calças curtas. Afinal, dados passados ensinam que recessões econômicas vêm acompanhadas de menores lucros, e a história é um excelente guarda-chuva.

Dito isso, lembramos que a exposição a investimentos internacionais é sempre importante. Eles dão acesso a setores que muitas vezes não existem por aqui; além de proteger seus investimentos contra eventos puramente domésticos, como eleições e, se realizados em moeda estrangeira (dólar ou euro), podem ajudar a proteger sua carteira em momentos de grande incerteza global.

Além disso, sabemos que o sol sempre volta a brilhar após a tempestade – e o gráfico abaixo indica que o ditado tem funcionado com a bolsa americana.

Renda Fixa internacional

Sol entre nuvens

O processo em curso de alta de juros no mundo (de novo ele!) vem aumentando a atratividade da renda fixa internacional. A previsão de “sol entre nuvens” também é favorecida pelo aumento da incerteza acerca da economia global, com títulos de renda fixa oferecendo prêmios mais altos. Afinal, quanto maior o risco, maior o retorno exigido.

Porém, com a maioria das empresas hoje muito mais saudáveis para enfrentar uma possível crise, níveis de inadimplência longe de patamares preocupantes, e regulações mais rígidas, o cenário traz oportunidades.

Assim, acreditamos ser importante ter, ou adicionar se for o caso, esse tipo investimento em sua carteira (com cautela, dado o cenário ainda turbulento). Lembrando sempre de respeitar o percentual indicado para seu perfil de investidor, e horizonte de investimento mais longos.

Vale lembrar que a renda fixa internacional dá ao investidor muito mais opções de ativos em relação ao mercado brasileiro (como títulos de dívida de empresas em diferentes setores e níveis de risco), além de possuir maior liquidez e estratégias que podem ser exploradas por grandes gestores de fundos de investimento.

“Leva o casaco”: sugestões de ativos em cada classe

Agora que você já sabe nossa alocação recomendada (o peso de cada classe de ativos ideal para cada perfil investidor nesse momento) e nossa previsão do tempo, separamos algumas sugestões de investimentos recomendados em cada um desses tipos de ativos.

ClasseOpção de investimentoAplicação mínima
Renda fixa pós-fixadaTrend Di Simples FIRFR$100,00
InflaçãoTesouro IPCA 2026R$31,27
Renda Fixa PrefixadaTesouro Prefixado 2025R$31,56
Renda Fixa GlobalTrend Crédito Global FIMR$100,00
MultimercadoSelection Multimercado FIC FIMR$100,00
Renda variável BrasilCesta de ações “No Stress” RicoN/A
Renda variável InternacionalTrend Bolsa Americana Dólar FIMR$100,00
Renda variável internacional com hedgeTrend Bolsa Americana FIMR$100,00
AlternativosTrend Commodities FIMR$100,00

Vale lembrar que as recomendações sinalizadas na tabela não são as únicas possíveis, mas sim alternativas viáveis selecionadas pelos nossos especialistas para você.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

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