(Por Beatriz Vergueiro, head de produtos ESG na XP Inc.) 

Essa imagem te incomoda?

praia com ondas de lixo ao fundo enquanto homens varrem a areia

Imagino que sim. E não apenas essa imagem. “Pequenas” atitudes do dia a dia também. Você já se incomodou com alguém lavando louça e gastando mais água do que o necessário? Já ficou revoltado(a) com alguém jogando lixo pela janela do carro na estrada? Dá vontade de parar a pessoa e falar para ela pegar o lixo que ela jogou, não dá?

Bom, poderia listar mais inúmeras situações, de menor ou maior magnitude, mas a verdade é que as pessoas estão se “incomodando”, ou melhor, se importando cada vez mais com isso. E não é à toa.

De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), nove em cada 10 pessoas respiram ar contendo altos níveis de poluentes. Do lado social, a desigualdade está crescendo para mais de 70% da população global, dificultando o desenvolvimento econômico e social.

Por muito tempo os investidores se importaram muito mais com o lado de governança das empresas, ou seja, como elas são dirigidas, monitoradas e incentivadas. Porém, com tudo isso que eu disse anteriormente, outros critérios também ganharam muita relevância: ambiental e social, complementando a sigla ESG, que em português significa ASG, ambiental, social e governança.

Segundo uma pesquisa da Nielsen de 2018, 48% dos consumidores disseram que iriam “definitivamente ou provavelmente mudar seus hábitos de consumo para reduzir seu impacto no meio ambiente”. Acredito que esse número esteja ainda maior agora em 2021.

Só que, você sabia que você também pode impactar positivamente o mundo através dos seus investimentos?

Em outras palavras, o ESG resume uma nova ótica de análise de investimentos: os investidores hoje veem além do risco e retorno financeiro, levando em conta também critérios socioambientais.

Falamos um pouco mais sobre isso neste outro texto. Se você ainda não conhece o assunto, saiba que vai ser cada vez mais difícil (e custoso) ignorar essa tendência.

Você pode investir considerando esses fatores de forma direta, claro. Isso significa observar se as ações, títulos de dívida e outros papéis que fazem parte da sua carteira estão fazendo a lição de casa socioambiental (tratando bem seus funcionários, acionistas e o planeta).

Mas nós sabemos que nem todo mundo tem tempo (ou até mesmo vontade) para estudar tão assiduamente o mercado assim. Se você trabalha com medicina, direito, arquitetura ou vendas, para que usar seu tempo livre estudando investimentos ESG? Bom, esse problema já tem solução: existem fundos de investimentos que aplicam essa filosofia em suas estratégias — o que significa times inteiros de profissionais fazendo essas escolhas por você.

Dentro desses “fundos com consciência”, temos diversas estratégias, como por exemplo renda variável, crédito, private equity (investimento direto em empresas, muitas vezes fora da bolsa), multiestratégia, no Brasil e no mundo!

No mercado internacional, mais maduro, essa discussão já existe há muitos anos, e temos muitos fundos de investimentos atrelados aos fatores ESG. Já existem até estudos que comprovam os benefícios de aplicar as estratégias ESG na gestão: globalmente, 46% dos fundos com boas práticas ESG superaram seus índices de referência no ano passado, contra apenas 30% dos fundos que não possuem esse tipo de estratégia, segundo a Morningstar.

No Brasil, estamos engatinhando, mas já temos algumas gestoras de recursos que oferecem produtos específicos ESG ou então que já integram tais fatores em todo o seu processo de investimentos. E, é claro, também podemos acessar uma parte desse mercado internacional.

Fora a classificação dos fundos por geografia, eles podem ter uma estratégia ativa, ou seja, ter pessoas por trás ativamente integrando ESG ao seu processo de investimentos para fundos específicos ou para fundos de todo o seu portfolio, ou passiva, que são aqueles que replicam uma carteira de índices.

E, como não existe uma definição binária sobre o tema (ou seja, ser ou não ESG tem interpretações diferentes), hoje os gestores de fundos podem adotar diversas abordagens para seleção e construção de um produto, como por exemplo:

  1. Seleção negativa: o gestor pode optar por não ter exposição a determinados setores ou companhias especificas em seus fundos de investimentos. Setores mais comuns de serem excluídos das estratégias de investimentos são: petróleo, mineração, bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munição, dentre outros.
  2. Os gestores podem utilizar a integração ESG por meio de diferentes metodologias que podem ou não ser providas por terceiros, como empresas de classificação de risco para identificar o impacto dos fatores ESG em setores e companhias. Essas metodologias identificam como os fatores ESG se traduzem em riscos ou oportunidades de investimento podendo impactar o valuation e a precificação dos ativos da perspectiva do gestor e, ao mesmo tempo, as decisões de investimentos dos fundos (dependendo da materialidade financeira da empresa, o investimento pode não valer a pena).
  3. Também podem adotar a abordagem de investimentos temáticos, ou seja, alocar o patrimônio do fundo em temas específicos com um olhar ambiental ou social, exemplos desse olhar com impacto ambiental podemos citar foco em água, carbono, energias renováveis e investimentos com foco social podem trazer exemplos como educação, saúde e diversidade.
  4. E, por fim, alguns gestores acabam utilizando a estratégia de ativismo acionário, ou seja, engajamento com as companhias investidas para que elas adequem suas práticas internas, integrando esses critérios no processo da estratégia de longo prazo da empresa.

Como escolher um fundo ESG?

Nós acreditamos que além do retorno financeiro, investimentos também têm o poder de construir um mundo melhor. A escolha de um produto ESG faz com que os nossos investidores se tornem protagonistas da transformação do nosso país, direcionando o propósito dos investimentos, através de conhecimento e soluções de produtos nos quais o impacto está alinhado aos seus valores.

Então, ao falarmos de fundos de investimentos, é importante separarmos o fundo e o as práticas do próprio gestor.

Quando estamos analisando um fundo ESG, precisamos prestar atenção em quais abordagens ESG são utilizadas na construção desse portfólio e como as preocupações e causas que são relevantes para esse investidor são refletidas na concepção desse produto.

Por exemplo:

  • Os ativos escolhidos estão gerando contribuições positivas?
  • São alinhados com os objetivos de desenvolvimento sustentável?
  • Há alguma metodologia clara de mensuração?

Sob a ótica ESG, como o gestor de recurso considerar os fatores nos seus processos internos:

  • O gestor é signatário de algum compromisso publico relativo a investimentos sustentáveis?
  • Ou então em sua governança interna, como esses critérios são considerados na tomada de decisão?
  • Existe algum comitê específico para endereçar o tema?
  • E na venda do produto? Como os officers levam em consideração esse olhar na relação com o cliente?
  • Qual a credibilidade do gestor? Tem algum conflito de interesse?

Outro pilar muito importante em ESG é a transparência, tanto da metodologia escolhida para seleção dos ativos, quanto da diligência feita e também o os dados e cartas de reporting para os cotistas.

Gostou do que viu e já quer começar a investir com responsabilidade e ajuda de profissionais? Conheça abaixo nossa família ESG:

fundos ESG disponíveis na plataforma

Elaborado por:

Betina Roxo, CNPI 1493

Este relatório de análise foi elaborado pela Rico Investimentos, que é uma marca da XP Investimentos CCTVM S.A. (“Rico”) de acordo com todas as exigências previstas na Instrução CVM nº 598, de 3 de maio de 2018, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A Rico não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório. Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor. O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à Rico e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela Rico. O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Instrução CVM nº 598/18 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório. Os analistas da Rico estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários do Grupo XP. O atendimento de nossos clientes é realizado por empregados da Rico. Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os tipos de cliente. Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor. Este material não sugere qualquer alteração de carteira, mas somente orientação sobre produtos adequados a determinado perfil de investidor. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.
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